Fórum de Logística Reversa aborda avanços da PNRS
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Programação incluiu palestras e mesas-redondas com especialistas |
A Comissão de Cosméticos do Conselho Regional de Química - IV Região (CRQ-IV) e o Sindicato dos Químicos, Químicos Industriais e Engenheiros Químicos do Estado de São Paulo (Sinquisp) realizaram nesta terça-feira o Fórum de Logística Reversa - Embalagens Pós-Consumo. O evento contou com palestras e mesas redondas. Foram abordados os avanços da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em vigor desde 2010, e seus aspectos técnicos e sociais desde a concepção do produto até a reinserção na cadeia produtiva.
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Flávio Ribeiro, da Cetesb: logística reversa aumenta responsabilidades das empresas |
O fórum foi idealizado para apresentar os avanços e discutir as dificuldades do setor em compartilhar as responsabilidades entre as empresas de todos os portes, o poder público e a sociedade. A mediação das mesas-redondas ficou a cargo do gestor ambiental Antonio Siqueira (Prolab).
A palestra de abertura foi ministrada pelo engenheiro mecânico Flávio de Miranda Ribeiro, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que falou a respeito das políticas estadual e nacional de resíduos sólidos. Segundo ele, a logística reversa aumentou as responsabilidades das empresas para além da venda de mercadorias. A responsabilidade pós-consumo foi instituída em 2009 pela Política Estadual de Resíduos Sólidos, visando o atendimento às exigências estabelecidas para fins de eliminação, recolhimento, tratamento e disposição final de produtos.
Para Ribeiro, “a gestão de resíduos sólidos deve ser um instrumento de desenvolvimento econômico e social”. Em sua palestra, anunciou que o governo paulista lançará neste ano o Plano Estadual de Resíduos Sólidos, que inclui metas como o incentivo à educação ambiental, a formalização de catadores por meio de cooperativas e o banimento total dos chamados “lixões”.
A substituição desses espaços irregulares por aterros sanitários já vem sendo realizada no estado desde 1997, quando 89,1% dos resíduos eram dispostos em locais inadequados. Em 2013, apenas 2,1% ainda chegavam a lixões. Contudo, no Brasil, 20% dos resíduos sólidos urbanos não são coletados. Do que é coletado, 40% ainda vai para locais inapropriados. Já no estado de São Paulo, 99,8% dos materiais são coletados, sendo que 97,9% são encaminhados para aterros sanitários regulares. “Nas cidades brasileiras, 70% dos resíduos gerados são entulhos provenientes da construção civil. Grande parte é passível de reúso e reciclagem”, citou Ribeiro.
A programação da manhã teve ainda uma palestra da psicóloga Clara Nigri, diretora do Instituto Qualidade de Vida, consultoria especializada em desenvolvimento de pessoas e gestão de equipes. Com o tema "Comportamento Sustentável", a apresentação incluiu aspectos multidisciplinares das relações entre os seres humanos e o meio ambiente. Para ela, a sustentabilidade só se torna possível a partir de ações locais que resultam em impactos globais. "Cada um deve fazer a sua parte, visando como resultado final um bem-estar em todos os sentidos", explicou.
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Aguiar Jr., da SC Johnson, apresentou caso
de sucesso em logística reversa |
No período da tarde, José Luiz de Aguiar Junior, gerente da área comercial da SC Johnson - fabricante, entre outras, das marcas Raid, Baygon, OFF!, Glade e Mr Músculo - apresentou resultados obtidos com a logística reversa por meio de ações voltadas para a ustentabilidade, realizadas em parceria com um dos principais clientes da empresa, a rede varejista Walmart. "Tivemos um caso de sucesso com o projeto 'End to End'. Foram promovidas mudanças relacionadas a um produto aerossol da SC Johnson, que envolveram a cadeia de fornecimento, a fórmula do produto e os próprios consumidores", detalhou. Com a iniciativa, compradores do produto receberam informações sobre a importância da correta destinação da embalagem nos pontos de venda e em mídias eletrônicas. "Com todo o trabalho realizado, evitamos que as embalagens gerassem riscos sendo enviadas para aterros sanitários. Assim, foi possível reciclá-las em cooperativas, o que gerou renda para catadores", completou José Luiz.
A outra palestra do segundo bloco foi ministrada por Ana Maria Luz, presidente do Instituto GEA Ética e Meio Ambiente. Apoio a cooperativas de reciclagem e capacitação de catadores sobre os riscos da atividade e a correta separação de materiais são algumas das ações desenvolvidas pela entidade. "Todos ganham quando mais pessoas devidamente preparadas trabalham em cooperativas que estejam formalmente constituídas", defendeu. Ela destacou ainda projetos realizados pelo instituto que têm como objetivos a destinação adequada de aerossóis e a coleta e processamento de resíduos eletrônicos. A programação do evento foi encerrada com uma mesa-redonda aberta a perguntas dos participantes.
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Para Caroline, Fórum mostrou importância da responsabilidade ambiental |
Atualização - Um dos profissionais interessados em buscar conhecimentos a respeito do tema do Fórum foi Felipe Sena Samsonas, que é assistente comercial na empresa Plantony Cosméticos, de Piracaia. "Estamos com um projeto de logística reversa, ainda em fase inicial. A planta da indústria já trabalha com material 100% reciclável na produção das embalagens. Como estou me formando em Gestão de Tecnologia da Informação, um dos segmentos em que atuo na empresa é o de Gestão Ambiental. Por isso, procurei saber durante os debates como o mercado tem lidado com esse processo de devolução dos produtos", relatou.
A Técnica em Bioquímica Caroline Tavares de Sousa atua no setor de Controle de Qualidade da indústria Biochemical, de Sumaré. Para ela, o evento incentivou a conscientização sobre a responsabilidade ambiental dos profissionais e das empresas. "A logística reversa ainda não é muito divulgada, nem mesmo em escolas. Durante as palestras, foi demonstrado que a reciclagem é viável e evita consequências danosas ao meio ambiente", salientou Caroline.
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Atualizado em 24/09/2014
Publicado em 23/09/2014