Mesa-redonda debate sustentabilidade no setor de saneantes
O Conselho Regional de Química - IV Região (CRQ-IV) e o Sindicato dos Químicos, Químicos Industriais e Engenheiros Químicos do Estado de São Paulo (Sinquisp) realizaram nesta quinta-feira uma mesa-redonda com o tema Como a Tecnologia pode contribuir para a sustentabilidade ambiental no mercado de saneantes. O público presente foi composto por Responsáveis Técnicos, profissionais de pesquisa e desenvolvimento, marketing e empresários do setor. O moderador da mesa foi o profissional Miguel Antônio Sinkunas, membro da Comissão de Saneantes do CRQ-IV.
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Wilson Lima apontou vantagens da Química Verde para o meio ambiente |
Ao longo do evento, foram apresentadas e discutidas as tendências de tecnologia, produtos e processos sustentáveis na indústria de saneantes. A primeira palestra foi realizada por Wilson Francisco de Lima, da empresa OCC Química, que falou sobre "Química Verde". Segundo ele, a modalidade consiste na utilização de técnicas químicas e metodologias que reduzem ou eliminam o uso de solventes e reagentes ou geração de produtos e sub-produtos tóxicos, que são nocivos à saúde humana ou ao ambiente. "A química verde pode ser encarada como a associação do desenvolvimento da Química à busca da auto-sustentabilidade", ressaltou.
A utilização de insumos que evitam danos ambientais é, de acordo com Lima, uma tendência em diversos segmentos, como no setor de tintas, que atualmente tendem a ser a base de água, substituta de solventes pertencentes à cadeia do petróleo.
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Matheus Coldibelli, da Croda, ressaltou importância da busca pela ecoeficiência |
"Tendências em produtos e ingredientes para o consumidor" foi o tema da apresentação de Jefferson Santos, diretor de Negócios e Inovação da empresa Innovative Linkage. Para ele, a mudança da percepção do consumidor sobre a importância da sustentabilidade obrigou as empresas a ter, como foco de investimentos, ingredientes inovadores e sofisticados. "Fatores como o impacto ambiental são agora levados em conta pelos clientes para a escolha de produtos de limpeza", exemplificou.
Em sua palestra, o Bacharel em Química Tecnológica Matheus Coldibelli, cientista-líder de Pesquisa & Desenvolvimento na Croda, fornecedora de insumos para indústrias, salientou que a ecoeficiência de recursos deve ser buscada pelas fabricantes de produtos. "Algumas soluções que podem ser adotadas são economia de energia e etapas, alta performance com menor uso de ativos e biodegradabilidade, para não deixar vestígios no meio ambiente", explicou.
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Profissionais avaliaram desafios do setor |
A última apresentação foi promovida por Sonia Regina Manaf, da empresa Ekotek. Com o tema "Processos Verdes", a palestra detalhou etapas para a implementação de um planejamento voltado para a separação e correto descarte de resíduos gerados por empresas. "Não adianta falar em produtos sustentáveis sem haver cuidados com o meio ambiente", alertou Sonia. Entre as ações consideradas prioritárias, está a correta destinação de embalagens, em parceria com cooperativas de reciclagem.
Conscientização - Representante da Associação Nacional das Empresas de Lavanderia (ANEL) no evento, o Técnico Têxtil Fábio Araújo considerou que a mesa-redonda foi uma oportunidade para aproximar a discussão sobre assuntos ambientais da realidade atual do mercado. "É fundamental que tenhamos uma legislação mais severa e uma fiscalização aprimorada para que mudanças ocorram nos processos produtivos", defendeu. Ele apontou também que um dos desafios a serem enfrentados pelo setor é a conscientização dos clientes. "As empresas procuram desenvolver produtos sustentáveis, que tendem a ser mais caros, mas o consumidor final ainda prioriza a busca por preços mais baixos", complementou Araújo.
Profissional da área de marketing, Aline Simioni atua como gerente comercial na empresa Becker, fabricante de produtos para limpeza doméstica e industrial. Ela participou do debate visando discutir soluções para dificuldades do setor. "O evento foi bastante produtivo e confirmou a minha impressão de que ainda é difícil vender a ideia de sustentabilidade, pois falta um conhecimento mais amplo da sociedade que, em geral, não enxerga os benefícios proporcionados. Por isso, toda a cadeia produtiva deve se envolver em um esforço de divulgação para alterar esse panorama", analisou.
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Publicado em 25/09/2014