Minicursos 2013 

Santos - 24/08/2013 - Uma visão geral da cadeia produtiva do petróleo e as oportunidades que a exploração dessa commodity na camada do pré-sal poderá proporcionar foram os assuntos do minicurso que o CRQ-IV promoveu neste sábado. O evento ocorreu no Hotel Atlântico, das 8h30 às 17h30, e contou com a participação dos 30 profissionais inscritos.

A palestra foi apresentada por Luiz Roberto dos Santos Alves, engenheiro de processamento de petróleo da Petrobras e que trabalha naquela companhia há 11 anos. Um breve histórico da petroleira, seus investimentos na produção e refino, noções de engenharia de petróleo, os desafios tecnológicos para exploração em águas ultraprofundas e as perspectivas de emprego e carreira que esse mercado vislumbra para os profissionais da química foram alguns dos tópicos discutidos ao longo do dia.

Logo no início, os profissionais questionaram o palestrante se as perspectivas alardeadas pelo Governo a respeito do pré-sal eram mesmo verdadeiras. Lembraram que muito se fala sobre o assunto, mas pouco se vê ou é divulgado. Alves afirmou que o "o pré-sal é uma realidade. O petróleo produzido na Bacia de Santos é processado já há algum tempo em quatro refinarias da Petrobras. Em 2011, o óleo extraído do Poço de Tupi foi utilizado na Refinaria de Capuava para produção de diesel hidrotratado, com baixo teor de enxofre. Esse petróleo do pré-sal já gera riqueza, gera derivados que abastecem o nosso mercado", garantiu.

Em recente entrevista, a presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou que a Petrobras deverá dobrar de tamanho em poucos anos por conta das reservas do pré-sal. Diante dessa previsão, os participantes também quiseram saber se esse crescimento incluirá um aumento no volume de empregos. Ressaltando que não poderia comentar as estratégias da Petrobras sobre uma possível elevação do capital humano, pois não é diretor da empresa, Alves disse ser voz corrente na companhia que isso deverá ocorrer no momento certo, uma vez que há uma demanda reprimida por mais profissionais em todas as unidades. "Aqui na Bacia de Santos essa também é a realidade", observou. No vídeo abaixo, o engenheiro fala sobre as possibilidades de ingresso de profissionais da química não só na estatal, mas também em emprresas e centros de pesquisa que atuam como suas parceiras.  Diz, ainda, que poderão ser abertas muitas vagas para os Técnicos Químicos de Nível Médio.

A Química Industrial Fernanda Boschilha Spadão, de 28 anos, disse que se inscreveu no minicurso para tentar saber até que ponto as expectativas abertas pelo pré-sal eram palpáveis. "Como as áreas de petróleo e petroquímica são de meu interesse, quis saber quais são realmente as oportunidades que eu poderei ter no contexto do pré-sal". Responsável Técnica pela empresa Nova Lub Lubrificantes, de Sorocaba, ela disse que, até então, acreditava que as riquezas proporcionadas pelo pré-sal eram algo que ainda não existiam, "mas o que foi exposto aqui mostra que a realidade está muito mais avançada do que eu imaginava", afirmou. Segundo disse, passou a ter outra visão sobre o assunto, o que aumentou ainda mais suas expectativas. "É um campo em crescimento e se a gente souber aproveitar, encontrar o norte para entrar, terá ótimas perspectivas de carreira", avaliou.

"Estou querendo fazer uma nova faculdade ou uma especialização na área de petróleo e achei que esse minicurso poderia me ajudar na escolha", disse a Tecnóloga Rosiana de Jesus Menezes, de 35 anos. Moradora em Santos e vinculada à consultoria Techno Ambiental, ela considerou que o conteúdo apresentado agregou bastante conhecimento. Comparada ao pessoal que trabalha diretamente com a química, observou, Rosiana se considerou leiga no assunto, por isso disse que o evento atendeu suas expectativas.     

Organizado pelo CRQ-IV, o encontro teve o patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Sindicado dos Químicos, Químicos Industriais e Engenheiros Químicos de São Paulo (Sinquisp). Wagner Contrera Lopes, gerente de Fiscalização do Conselho e diretor do Siniquisp esteve presente no início dos trabalhos e apresentou algumas iniciativas da entidade. Entre elas, a pressão que vem sendo feita junto à Sabesp, estatal que cuida da maior parte do fornecimento de água e tratamento de esgoto do estado de São Paulo, no sentido de que negocie diretamente com o Sinquisp pautas salariais e de melhores condições de trabalho para os profissionais da química. Segundo disse, a Sabesp se recusa a conversar com o Sinquisp sob a alegação de que a entidade tem um número pequeno de associados, "daí a importância de a categoria se associar para mostrar força não só nesse caso, mas perante as outras empresas públicas e privadas", salientou. Contrera também pediu aos presentes adesão ao abaixo-assinado que busca derrubar o veto do governo paulista ao projeto de lei que tornou privativo dos Químicos o tratamento de água de piscinas de uso coletivo.

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Pesquisa - Veja os resultados do levantamento que apurou o grau de satisfação dos participantes com o minicurso (*).

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Programado para o dia 21/09, em Araraquara, o próximo minicurso terá como tema "Aplicação das ferramentas da qualidade". Clique aqui para saber como participar.