Minicursos 2013 

Campinas - 29/06/2013 - Patrocinado pela Caixa Econômica Federal e pelo Sindicato dos Químicos, Químicos Industriais e Engenheiros Químicos de São Paulo (Sinquisp), o programa Minicursos CRQ-IV ocorreu neste sábado em Campinas, centro da região com a maior concentração de profissionais e empresas da área química depois da Capital. Em sua quarta edição consecutiva neste ano no Interior paulista, o programa de treinamentos gratuitos organizado pelo Conselho discutiu hoje a Lei 12.305, de 02/08/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

Com a presença de 28 dos 30 inscritos, o evento foi realizado no Euro Suit Hotel, no Centro da cidade, e teve a apresentação do Engenheiro Químico Fernando Altino Rodrigues, que entre outras qualificações é vice-diretor do Instituto de Química da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e diretor da consultoria Interação Ambiental. O curso busco discutir da PNRS e as estratégias que as organizações devem considerar para elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos, desde segregação dos materiais, acondicionamento, transporte até as destinações adequadas. O treinamento começou às 8h30 e terminou por volta de 17h45.

Altino avaliou que a implementação da PNRS teve um começo muito bom, pois a lei que a criou foi publicada em 2010 e a sua regulamentação se deu apenas seis meses depois. "Poucas vezes conseguimos no Brasil uma velocidade tão grande no que diz respeito à regulamentação de instrumento legal", salientou. Mas depois houve uma desaceleração e a prova disso, observou, é que o plano federal de gerenciamento de resíduos foi elaborado, mas não foi de fato implementado e o esforço do governo em divulgá-lo tem deixado a desejar. No vídeo abaixo, o especialista faz uma análise dessa situação e fala das consequências que ela poderá gerar tanto para as empresas quanto para os profissionais envolvidos com a elaboração dos planos de gerenciamento de resíduos.

Participantes - Moradora em Campinas, a Bacharela em Química Beatriz Aldileia Oliveira, de 28 anos, contou que havia tomado contato com alguns princípios da PNRS durante a sua graduação, na Faculdade de Paulínia, mas que o minicurso de hoje abordou aspectos que ela não conhecia. Com passagens pelas áreas de resinas e de bebidas, ela disse que decidiu se inscrever no treinamento para melhorar sua capacitação, seu nível de informação e, com isso, ampliar as possibilidade de sua reinserção no mercado de trabalho, do qual está afastada há aproximadamente seis meses.

Já a Técnica e estudante de Engenharia Química Natalia Artilheiro do Nascimento, de 23 anos, moradora em São Paulo, quis participar do minicurso porque atua na área e porque na empresa onde trabalha - a Oligon Tec, fabricante de resinas e endurecedores destinados a setores que vão do de bijuterias até eletroeletrônicos - há estudos para implantação de um Plano de Gerenciamento de Resíduos (PGR). A profissional avaliou que o minicurso foi muito bom porque detalhou assuntos sobre os quais ela tinha apenas conhecimento superficial.

Além de Campinas e São Paulo, participaram do minicurso profissionais de Tapiratiba, Caieiras, Valinhos, Cosmópolis, Indaiatuba, Ipeúna, Pinhalzinho, Estiva Gerbi, Várzea Paulista, Mococa, Santo André e Artur Nogueira.

Como ocorreu nos outros minicursos realizados neste ano, o deste sábado foi aberto por um representante do Sinquisp. O Bacharel Carlos Greff explicou os motivos que levaram a entidade a copatrocinar o programa de treinamentos do CRQ-IV e pediu a adesão de todos à campanha que o sindicato vem fazendo para derrubar, na Assembleia Legislativa, o veto dado pelo ex-governador José Serra ao projeto de lei que torna obrigatória a contratação de profissionais da química para fazer o tratamento da água de piscinas de uso coletivo. Greff também falou da importância de os profissionais do Interior se associarem ao Sinquisp para que a entidade se fortaleça e possa não só apoiar e realizar programas de capacitação, como também lutar por melhores condições de trabalho para todos.

Pesquisa - Um dado que chamou a atenção na pesquisa feita ao final do minicurso foi que a quase a metade dos participantes informou atuar em outras áreas que não a ambiental. Trata-se de uma condição preocupante e que confirma a análise feita pelo instrutor Fernando Altino Rodrigues (veja o vídeo) sobre um certo distanciamento que tanto empresas quanto profissionais vêm demonstrando em relação à lei que institui a PNRS e que, a partir de 2014, prevê punições para quem não observá-la. Confira os demais resultados da pesquisa: