Webinar trata de avaliação de riscos nas fábricas e entornos
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A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) realizou ontem, 30, mais um webinar em comemoração aos 30 anos do Programa Atuação Responsável (AR) no Brasil, desta vez para discutir a avaliação de riscos nos locais de trabalho e na comunidade.
O primeiro palestrante da tarde foi o Gerente de Segurança de Processos na Basf para a América do Sul, Werner Ernesto Kleiber, que compartilhou um pouco da sua experiência na empresa. O especialista apresentou conceitos-chave relacionados à avaliação de riscos de explosão, um dos principais tipos de acidente em plantas químicas.
Segundo ele, a análise de risco deve considerar o perigo inerente às substâncias químicas utilizadas nos processos, sua quantidade e a possível fonte de ignição capaz de desencadear uma explosão. Também devem ser observados os riscos e necessidades especiais de todos os edifícios ocupados na planta fabril, além dos possíveis riscos decorrentes de plantas vizinhas e os perigos naturais (tempestades, raios, inundações).
Werner relembrou dois acidentes que marcaram a história por suas consequências catastróficas: o que ocorreu na planta de produção de caprolactama da fábrica Nypro, em Flixborough (Inglaterra), em 1974, ocasionado pela ruptura de uma tubulação temporária, com vazamento de 50 toneladas de ciclohexano; e a explosão da refinaria BP América do Norte, no Texas (EUA), em 2005, quando uma torre de destilação foi inundada com hidrocarbonetos, provocando uma liberação semelhante a um gêiser na chaminé de ventilação. Ambos deixaram mortos e feridos.
O palestrante explicou que para garantir a segurança de uma planta são necessárias medidas primárias voltadas à prevenção de acidentes e medidas secundárias focadas na mitigação de danos, além de um plano de resposta a emergência.
A preocupação com a segurança também está presente no processo de análise de instalação de uma planta fabril. Esse estudo deve ser realizado por um time multidisciplinar e pelo menos uma pessoa deve ter experiência em metodologia de localização e distanciamento e outra pessoa no processo químico que está sendo analisado.
O segundo palestrante foi o Gerente de Segurança de Processos na Dow, João Carlos Gregoris. Ele apresentou algumas considerações para a escolha da localização de uma planta fabril, como a aceitação da comunidade, a disponibilidade de terreno, condições ambientais adequadas, a disponibilidade de utilidades (como energia elétrica), a de mão de obra qualificada e infraestrutura.
O profissional discutiu ainda as particularidades da Avaliação do Impacto Potencial, análise que ajuda a identificar as possíveis consequências que um acidente pode provocar no interior e exterior da planta, inclusive levando em consideração o tempo de exposição ao material tóxico.
Quanto aos impactos inflamável e tóxico, Gregoris explicou que o primeiro ocorre principalmente dentro da área fabril, com danos maiores próximos ao local do acidente. O impacto tóxico, por sua vez, acontece quando gases são liberados e dispersos pelo vento, podendo percorrer longas distâncias e afetar a população.
Para o desenvolvimento do projeto de uma nova planta, o palestrante mostrou alguns pontos de atenção, como a necessidade de fazer tubulações curtas quando possível, criar sistemas de contenção para derrames acidentais, criar acessos fáceis para serviços de emergência, observar a capacidade das bombas de incêndio, entre outros. Como a preocupação prioritária em casos de acidente são as pessoas, o projeto também deve assegurar distanciamento adequado a prédios ocupados.
Os palestrantes participaram de uma rodada de perguntas com a participação do público, que foi mediada pelo Líder de Segurança de Processos na Tronox Pigmentos, Joedson José Gonçalves Ferreira.
Em breve, esse webinar estará disponível no canal da Abiquim no YouTube. O próximo encontro ocorrerá no dia 8 de setembro e discutirá os mecanismos de incentivo à inovação para o desenvolvimento sustentável. O horário ainda será informado pela Associação.
Publicado em 31/08/2022
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