ACSP pede veto ao PL dos túneis de sanitização
|
|
Faltam estudos sobre riscos e benefícios das medidas, diz Cotait Neto
|
O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alfredo Cotait Neto, enviou carta ao prefeito Bruno Covas pedindo "o veto integral do PL 1-00365/2020, cujo substitutivo foi aprovado pela Câmara Municipal" semana passada. Datado de 14 de agosto, o documento cita entre as razões do pedido a posição do CRQ-IV, que "se manifestou contrariamente ao projeto, alertando para os riscos da aplicação de produtos químicos sobre as pessoas de forma não prevista em testes toxicológicos, o que pode causar danos a saúde”. Ainda citando o CRQ-IV, a carta afirma que [os túneis de desinfecção] “carecem de comprovações científicas quanto à eficácia para eliminar patógenos, como o novo coronavírus”.
O documento lembra que as normas sanitárias para o funcionamento dos estabelecimentos comerciais e de serviços, inclusive para a abertura, foram estabelecidas mediante protocolos baseados nas orientações científicas de estudos realizados pelos órgãos de saúde do Estado e do município, conforme as características de cada atividade, "e têm se revelado suficientes para assegurar a proteção de todos os agentes envolvidos. Cabe destacar que as atividades consideradas essenciais vêm funcionando com as cautelas recomendadas desde o início do isolamento".
O projeto impõe ônus e obrigações para as empresas, exigindo a sanitização periódica dos estabelecimentos e autorizando a utilização dos chamados túneis em shoppings, hipermercados, parques e lugares de grande acesso. "Em que pesem as intenções dos autores e apoiadores do projeto, essas exigências se afiguram como desnecessárias e inconvenientes, além de carecerem de estudos amplamente debatidos avaliando riscos e benefícios", salienta Cotait Neto.
Clique aqui para obter cópia da carta.
Duas entidades empresariais especializadas na área também se manifestaram contra o projeto aprovado pela Câmara Municipal: a Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp) e a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (Abipla). Clique aqui para ler os documentos.
Veja abaixo outras reportagens sobre o assunto:
Atualizado em 18/08/2020
Publicado em 17/08/2020
Voltar para a relação de matérias