Em reunião promovida nesta sexta-feira (6) com representante do CRQ-IV, a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) do Estado de São Paulo se comprometeu a desativar, a partir deste final de semana, as cabines destinadas a fazer a higienização de pessoas. No último dia 31 de outubro, a pasta instalou esses equipamentos em quatro parques estaduais localizados na Capital (Villa-Lobos/Candido Portinari, Água Branca, Horto Florestal e Juventude) devido à reabertura aos finais de semana desses locais. Os espaços encontravam-se fechados aos sábados e domingos como medida para evitar a proliferação do novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19.
No encontro, o Conselho foi representado pela Engenheira Química Andrea Mariano, coordenadora das Comissões Técnicas da entidade. Ela enfatizou o trabalho realizado pelo Sistema CFQ/CRQs no sentido de alertar sobre os possíveis danos à saúde humana que podem ser causados pelo contato do digluconato de clorexidina a 0,2% (produto aspergido pelas citadas cabines) com as vias respiratórias e os olhos, incluindo a cegueira. Pareceres técnicos foram elaborados pelas comissões técnicas de Química Farmacêutica e de Saneantes que, posteriormente, foram corroborados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Todo esse arcabouço serviu de base para a decisão que levou o prefeito da Capital, Bruno Covas (PSDB), a vetar o Projeto de Lei que visava instituir a Política Municipal de Sanitização, aprovada em agosto pela maioria dos vereadores e que obrigava a instalação desses túneis em locais de grande fluxo de pessoas, como parques, shoppings, cinemas, terminais de transportes públicos etc.
Diante do panorama exposto, a coordenadora de Parques e Parcerias da SIMA, Rafaela Di Fonzo, ressaltou a importância da oportunidade de se estabelecer entendimentos entre o Conselho e a Secretaria, que tomou a iniciativa de promover a reunião em face dos questionamentos apresentados pelo CRQ-IV diante do anúncio, feito em 26 de outubro, do protocolo de reabertura aos finais de semana de parques municipais e estaduais situados na Capital, incluindo os quatro citados, todos geridos pelo Estado e que tiveram as cabines instaladas sob a justificativa de receberem um maior fluxo de pessoas.
De acordo com Rafaela, em caráter preventivo, será determinada a desativação imediata das cabines. Ao mesmo tempo, ela solicitou a emissão de um parecer técnico por parte do CRQ-IV visando obter a fundamentação necessária para o pedido de encerramento do acordo de cessão estabelecido entre a SIMA e a Neobrax, empresa que cedeu as cabines ao governo paulista. Na reunião, a pasta também foi representada pelos assessores Ana Lúcia Seabra e Vivaldo Neto, da mesma coordenadoria.
DOAÇÃO - As cabines colocadas nos parques estaduais foram doadas pela empresa Neobrax, do ramo farmoquímico, que também já as tinha fornecido ao Metrô e à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. No entanto, em setembro, logo após o veto de Covas ao citado projeto de lei, a Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo desativou os equipamentos em estações de trem e metrô, alegando que o contrato estabelecido com a Neobrax expirou e não foi renovado.
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