Eletroquímica é usada para detectar Covid-19
Liderados pelos professor César de la Fuente, pesquisadores do Departamento de Engenharia Química e Biomolecularda da Universidade da Pensilvânia (EUA) desenvolveram um teste eletroquímico, que usa eletrodos feitos de grafite, capaz de detectar a presença de Covid-19 em apenas 6,5 minutos.
Segundo artigo publicado no site da Academia Nacional de Ciências daquele país (PNAS, da sigla em inglês), o teste garante resultados 100% precisos quando feito com base em saliva e até 88% em amostras nasais. Mas outra grande vantagem do método desenvolvido é o custo de cada teste: US$ 1,50, algo em torno de R$ 7,90, bem menor que o valor médio de R$ 350,00 cobrado por laboratórios de ponta de São Paulo para fazer o chamado teste "Padrão Ouro" RT-PCR, cujos resultados podem demorar, no mínimo, quatro horas para sair. Devido a alta demanda, atualmente os resultados desses testes chegam a demorar de dois a três dias.
O grupo de Fuente já havia anunciado este ano o desenvolvimento de outro teste para detecção de Covid-19. Chamado de RAPID 1.0, o kit usava eletrodos impressos e tinha um custo unitário de US$ 4,67. O produto anunciado agora chama-se LEAD (da sigla em inglês para Diagnóstico Eletroquímico Avançado de Baixo Custo) e se diferencia do anterior por oferece resultados mais precisos, apesar de ser construído com matérias-primas mais baratas.
“Tanto o RAPID quanto o LEAD trabalham com o mesmo princípio da eletroquímica”, diz Fuente. “Porém, o LEAD é mais fácil de montar, pode ser usado por qualquer pessoa e os materiais são mais baratos e acessíveis que os do RAPID. Isso é importante porque estamos usando um material abundante, o grafite, o mesmo material usado em lápis, para construir o eletrodo para tornar os testes mais acessíveis às comunidades de baixa renda ”, completa.
A figura, adaptada do artigo publicado na PNAS, mostra as etapas de funcionamento do LEAD, que prepara os eletrodos para se ligarem à amostra. A altura dos picos indica se a amostra é negativa ou positiva. Como a proteína de pico SARS-CoV-2 em uma amostra positiva se liga ao eletrodo, ela inibe o sinal emitido e produz um pico menor.
Divulgação
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Embora o novo coronavírus seja a principal prioridade, os testes de desenvolvidos pela equipe de Fuente também podem detectar outras doenças transmissíveis. “Uma vez que a Covid esteja relativamente controlada, podemos usar o LEAD para detectar a gripe, herpes, infecções bacterianas e até mesmo certos biomarcadores”, finaliza.
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