Perfume
Os primeiros perfumes eram obtidos através da queima de ervas aromáticas, como sândalo, casca de canela e raízes de cálamo. Daí surgiu o nome per fumum em latim, que significa através do fumo. Os perfumes de flores já eram usados por egípcios, gregos e romanos. O primeiro perfume com álcool surgiu em 1370, o Água da Hungria, e em 1770 Giovanni Maria Farina lançou a Eau de Cologne, perfume preferido de reis e rainhas europeus no século XVIII, e imitado em todo o mundo. No final do século XIX, com o desenvolvimento da indústria química, surgem os aromas sintéticos, e os preços do produto caem. O perfume começa a ser relacionado à sedução, e cada vez mais passa a ser ligado à moda. No início do século XX surge o Chanel Nº 5, que inicia uma etapa de valorização do frasco e da imagem associada ao produto.
Sabão
Todas as antigas civilizações sabiam produzir sabão, e tinham conhecimento de que gorduras e óleos misturados a cinzas (álcalis) produziam uma substância que, na água, formava espuma e servia para a lavagem de roupas, de louças e do corpo. Cilindros de barro contendo um tipo de sabão e instruções para sua produção foram encontrados em sítios dos tempos babilônios, com quase cinco mil anos de idade. O sabão começou a ser usado para o banho nos últimos séculos dos tempos romanos, mas parou de ser usado com o início da idade média. No século VIII a Espanha e França voltaram a produzir sabão de qualidade com óleo de oliva, que era exportado para outras partes da Europa. No século XVII o banho continuava fora de moda mas ainda havia demanda de sabão para lavar roupas, utensílios de cozinha e pisos. As mãos e possivelmente o rosto eram lavados com sabão.
A fabricação comercial de sabão começou na Inglaterra no século XIV, mas o produto era muito caro. Com isso, caíram os padrões de higiene, que já não eram elevados, e a imundície das moradias contribuiu para uma alta taxa de mortalidade infantil. No final do século XVIII o químico francês Nicolas Leblanc descobriu um método de fazer carbonato de sódio a partir de sal comum. O custo reduzido desse álcali, a maior disponibilidade de gordura e, finalmente, em 1853, a eliminação de todos os impostos sobre o sabão, baixaram tanto o preço do produto que seu uso disseminado se tornou possível. A partir da produção de sabão passou-se a produzir sabonetes finos de toalete, feitos com diferentes gorduras e óleos.
Desodorantes
Desde a antiguidade o homem tenta controlar os odores das axilas. No Antigo Egito usavam-se óleos perfumados; durante o Império Romano colocavam-se sachês com ervas aromáticas nas axilas. A solução para o mau cheiro demorou alguns milênios para aparecer. Somente em 1888 um inventor dos Estados Unidos conseguiu criar a fórmula do primeiro desodorante eficaz, e registrou o produto com o nome de Mum. No final dos anos 1940 foi desenvolvido o desodorante roll-on por Helen Diserens, uma funcionária da empresa que produzia o Mum, mas o novo tipo de embalagem só chegou ao mercado norte-americano em 1952. Em 1965 foi lançado o primeiro desodorante anti-perspirante, que reduz a liberação de suor pelas glândulas sudoríparas.
Protetor solar
Quem lançou a tendência foi Coco Chanel: nos anos 1920 ela decretou que belo era ter a pele bronzeada, contrariando os padrões de beleza que adotavam a pele pálida. A marca francesa Andre Solaire ganhou enorme sucesso ao lançar o primeiro óleo de bronzear em 1935. No ano seguinte, o fundador da L?Oreal, o químico Eugene Schueller, inventou o primeiro protetor solar. Em 1944, o farmacêutico Benjamin Green, da Flórida, trabalhando na cozinha de casa, inventou um creme protetor que seria chamado de Coppertone. Em 1980, a Coppertone desenvolveu o primeiro filtro solar com proteção contra os raios UVA/UVB.
Batom
A mais antiga “pomada para os lábios” já encontrada data de 3.500 anos antes de Cristo, e foi descoberta durante escavações arqueológicas na cidade suméria de Ur, na Mesopotâmia. Em 1600 a.C. o Papiro de Ebers, contendo prescrições médicas e recomendações sobre saúde no Antigo Egito, informa que a Rainha Nefertiti coloria os lábios de vermelho usando henna.
O batom como é conhecido hoje surgiu há 125 anos, na Exposição Mundial de Amsterdã. Ele nasceu quando perfumistas parisienses misturaram óleo de rícino, pasta de almíscar e cera de abelha. Em 1915 ele ganhou o formato cilíndrico e uma embalagem metálica. Inicialmente depreciado como algo sem valor, o batom se tornou objeto de desejo graças às divas do cinema mudo no início do século XX.
Xampu
O médico norte-americano John Breck é considerado o criador do primeiro xampu líquido, em 1907. Ele não parou aí: em 1930 Breck lançou o primeiro xampu com pH balanceado. O cabeleireiro suíço Gustav Guhl pode ser considerado o precursor do cuidado ecológico dos cabelos. Já em 1946 ela criava xampus com ingredientes ativos retirados da natureza. Seus primeiros produtos com óleo de gérmen de trigo e óleo de pera se tornaram clássicos da cosmética.
Hidratantes
Em 1911 Oscar Troplowitz, dono da empresa Beiersdorf, obteve sucesso pela primeira vez em combinar água e óleo para produzir um creme suave. Ele chamou-o de Nívea, da palavra latina nix e nivis, que significa neve, em referência à coloração branca. Acredita-se que a receita básica do famoso creme em sua embalagem azul permanece sem qualquer mudança até os dias de hoje.
Esmalte
Na antiguidade as cores usadas nas unhas podiam representar a classe social. Na China, durante a Dinastia Chou, cerca de 600 a.C., ouro e prata eram as cores reais. Mais tarde, a realeza começou a usar preto ou vermelho nas unhas. Mulheres de classes sociais mais baixas só podiam usar tons pastéis. Usar os tons proibidos podia ser uma sentença de morte, literalmente.
O esmalte de unhas como temos hoje nasceu no século XX: nos anos 1930 a indústria automobilística viveu um momento de grande desenvolvimento. Novos tipos de pigmentos altamente resistentes começavam a ser usados na pintura automotiva. Esta tecnologia foi utilizada pelos irmãos Charles e Joseph Revlon, que desenvolveram o primeiro esmalte de unhas em 1932. Inovaram nas cores, fizeram sucesso, e lançaram as bases para a gigante dos cosméticos Revlon.
Creme dental
O homem primitivo já tentava limpar os dentes usando os dedos, folhas ou gravetos. O vestígio mais antigo de um material utilizado para limpeza dos dentes data do século 4 a.C.: uma mistura de sal, mentol, pimenta e flores de íris seca, usada no Egito. Do Egito, China, Grécia e Roma antiga existem registros das mais variadas misturas, em forma de pasta ou em pó, que vão de cascas de frutas queimadas e mel a fígado de lagarto. Na Idade Média, plantas e outros ingredientes abrasivos, alguns altamente corrosivos, passaram a ser usados. Produções caseiras levavam giz, sal e até carvão.
No final do século XVIII, na Inglaterra, uma nova substância – mais próxima do creme dental mas extremamente abrasiva – passou a ser fabricada, obtida a partir do pó da porcelana e do tijolo. Em 1771 o termo “pasta dentifrícia” foi mencionado pela primeira vez numa enciclopédia francesa. O creme dental surgiu em 1850, desenvolvido pelo dentista norte-americano Washington Wentworth Sheffield. Mas foi o filho de Sheffield, Lucas, quem popularizou o creme dental, ao alterar a fórmula do produto, em pó, e acondicionar o creme em potes. Em 1890, o fabricante de sabonetes William Colgate lançou no mercado norte-americano cremes dentais embalados em tubos de estanho flexíveis.
Talco
O talco é um mineral macio, cujas propriedades de limpeza e desodorização são conhecidas há séculos. Rochas muito ricas em talco (esteatito ou pedra sabão) são facilmente talhadas e esculpidas. O talco é utilizado na fabricação de sabonetes, cremes, artigos de maquiagem, entre outros segmentos da indústria cosmética. No período renascentista, o talco perfumado era usado pela nobreza europeia, por causa de seu perfume e por conferir, juntamente com o pó de arroz, uma aparência jovem e pálida, que era o ideal de beleza na época. Os talcos acompanharam a evolução da indústria de higiene no século XX. No entanto, com o passar das décadas e as mudanças nos hábitos de consumo, o produto foi perdendo terreno, em parte pela ascensão dos desodorantes.