Morre o pesquisador Alcídio Abrão
Faleceu nesta quinta-feira (03), em São Paulo, o professor e pesquisador Alcídio Abrão.Conforne nota divulgado pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Abrão foi um dos primeiros pesquisadores do instituto Abrão, tendo liderado a equipe que que dominou a tecnologia de fabricação do hexafluoreto de urânio. Entre as várias honrarias que conquistou em sua carreira está o
Prêmio Fritz Feigl, que o Conselho Regional de Química lhe concedeu em 1999. O velório está ocrrendo no Cemitério do Araçá (Av. Doutor Arnaldo, 666). O sepultamento está marcado para às 10h de amanhã (04)
O comunicado publicado pelo Ipen destaca que Alcídio Abrão influenciou uma geração de pesquisadores, tendo orientado 60 mestres e doutores. Foi um dos fundadores da pós-graduação do Ipen-USP e orientador da primeira defesa realizada na instituição. Participou de bancas examinadoras de mestrado e doutorado, tendo uma vasta produção científica, com mais de 200 trabalhos publicados, além de livros e capítulos de livros.
Paulista de São José da Bela Vista, o veterano professor tinha 85 anos e manteve suas atividades no Centro de Química e Meio Ambiente do Ipen até o ano passado, quando se afastou por motivos de saúde. Bacharel em Química pela Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras da USP, em 1951, era licenciado em Química pela mesma Faculdade e possuía especialização em Química Tecnológica Orgânica e Inorgânica pela escola Politécnica da USP em 1950. Obteve o título de doutor em Ciências em 1971, com distinção, pelo Instituto de Química da USP, com a tese "Estudo do Comportamento de Extração de Vários Elementos por Aminas de Cadeias Longas na Presença de Tioureia como Agente Complexante".
De 1952 a 1957 trabalhou nas Indústrias Químicas Orquima S.A., como pesquisador. Atuou na produção em escala piloto de elementos de terras raras; pesquisa e produção de óxido de európio para uso nuclear; métodos analíticos para determinação de európio; estudo de processos para aproveitamento de terras raras, tório, urânio, lítio, tântalo, tungstênio e nióbio em minérios; desenvolvimento de métodos para a determinação de lítio em ambligonita e em compostos de lítio preparados industrialmente no país.
Trabalhou na Divisão de Radioquímica do Ipen de 1957 a 1965. De 1965 a 1985 foi chefe do Centro de Engenharia Química, e Diretor de Materiais e Ciclo do Combustível entre 1985 e 1991.
Além do Fritz Feigl, Abrão também recebeu do Conselho, no mesmo ano de 1999, o
Prêmio CRQ-IV na categoria Química de Nível Superior por ter orientado o trabalho "Uso da Diálise para a Transformação de Sulfato de Tório em Nitrato de Tório" produzido pelo aluno João Coutinho Ferreira, da Faculdade Osvaldo Cruz (SP/SP).
Clique aqui para ler texto produzido pelo Conselheiro do CRQ-IV Waldemar Avritscher sobre Alcídio Abrão.