Concedido de 1977 a 2008, o Prêmio Fritz Feigl foi uma iniciativa do Conselho Regional de Química - IV Região e destinada a homenagear profissionais da química com destaque em suas áreas de atuação e que, em função disso, contribuíram para o fortalecimento da profissão e para o desenvolvimento da Química.Abaixo estão relacionados os ganhadores das edições realizadas.
Nos anos pares, o concurso era aberto a profissionais que atuavam na indústria e prestação de serviços. Nos ímpares, era disputado por profissionais com atuação no magistério e/ou pesquisa.
O vencedor do prêmio ganhava um troféu, um certificado e a importância de R$ 30 mil.
Diretor de tecnologia e desenvolvimento da Ecoper Química, da cidade de Mairiporã/SP, empresa pela qual também respondia tecnicamente na época da concessão do prêmio. No memorial que encaminhou ao CRQ-IV para participar do concurso, Lopes destacou entre suas principais realizações o desenvolvimento do "único ácido peracético pronto-uso do mundo e com estabilidade superior a 100 dias em dosagens de baixa concentração".
De acordo com o profissional, o ácido peracético é um saneante que pode ser utilizado para esterilização química em hospitais. No entanto, alguns fatores impediam sua utilização nas unidades de saúde: não eram pronto-uso; não eram estáveis (após diluídos, duravam sete dias no máximo); tinham concentração muito alta (cerca de 0,3%) e, por isso, eram corrosivos para instrumentos cirúrgicos.
Lopes afirmaou que sua nova fórmula é única no mundo e, com uma concentração de ácido de 0,04%, elimina todos esses problemas. Já está sendo comercializada no Brasil e uma empresa alemã líder mundial na fabricação do produto tem demonstrado interesse pelo projeto.
A Química Analítica é o foco das pesquisas desse professor da Universidade de Campinas (Unicamp) e a Análise de Toque tem sido objeto de seus estudos. "Com o passar do tempo, percebi a importância da Análise de Toque (Spot Tests), método analítico cujo expoente foi o Professor Fritz Feigl e que estava caindo no esquecimento devido à crescente preferência por métodos instrumentais sofisticados", salientou ele na documentação que entregou ao CRQ-IV juntamente com sua ficha de inscrição para disputar o prêmio. O professor também integrou a Comissão de Vestibulares da Unicamp, sendo um dos responsáveis pela elaboração da prova de Química do processo seletivo da instituição.
Tubino nasceu na Grécia e mudou-se para o Brasil aos seis anos de idade, tendo vivido em Porto Alegre/ RS e São Paulo/SP. Formou-se em Química em 1970 pela Universidade de São Paulo (USP) e, em 1971, ingressou na Unicamp.
Professor titular do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (IQ-Unicamp) e Membro do Conselho Consultivo da Sociedade Brasileira de Química, Alves estava, em 2005, entre os mais destacados nomes da ciência nacional. Suas linhas de pesquisa concentram-se nas áreas da Química do Estado Sólido; Materiais para Fotônica e Óptica Não-linear; Sistemas Químicos Integrados e Nanocompósitos, e Nanotecnologia. Mas a Química do Estado Sólido – expressão que, até poucos anos, causava polêmica nos meios científicos e acadêmicos –, é a sua grande paixão. Entusiasmado pelos estudos realizados no Brasil e na França, em 1985 ele fundou o Laboratório de Química do Estado Sólido (LQES), o qual coordenava na época da concessão do prêmio.
O laboratório integra o Instituto do Milênio de Materiais Complexos, sediado no IQ-Unicamp. Sua produtividade científica está entre as melhores do País, com mais de 150 trabalhos científicos completos publicados em revistas indexadas e anais de congressos nacionais e internacionais. Além disso, o LQES produziu doze patentes relacionadas ao desenvolvimento de vidros especiais para telecomunicações, fotônica e materiais avançados para remediação de efluentes da indústria de papel (ecomateriais), entre outras.
Nascido em 08 de março de 1923 na cidade de Frystat, Tchecoslováquia, Mehlich chegou ao Brasil com a família com nove anos de idade. Em 1944, quando ainda não havia completado 21 anos de idade e se preparava para ingressar na faculdade, conseguiu seu primeiro emprego na área química. Nos laboratórios da S/A Institutos Terapêuticos Reunidos Labofarma era dado início à uma carreira marcada pela pesquisa e descoberta de soluções que muito contribuíram para o desenvolvimento da indústria química nacional.
Mehlich conta que a Labofarma, uma indústria farmacêutica que fabricava gaze e algodão cirúrgico, vinha enfrentando sérias dificuldades para importar cloro gasoso. A Segunda Guerra Mundial estava em andamento, o que praticamente impedia a chegada ao Brasil de produtos vindos do exterior. Aí começou a aflorar a inventividade desse profissional. "Com parcos recursos técnicos, montamos uma unidade de produção de cloro gasoso a partir da eletrólise de cloreto de sódio. Fabricou-se o alvejante hipoclorito de sódio, borbulhando cloro gasoso numa solução de soda cáustica", recorda Mehlich, acrescentando que aquela deve ter sido uma das primeiras unidades de produção construídas com material 100% brasileiro.
Natural de Serra do Caparaó (MG), o professor titular do Instituto de Química da USP disse que seu interesse pela química e pela biologia foi despertado por Ilza Campos Saad, sua professora no curso ginasial de Manhuaçu (MG) e reforçado ainda mais pelo Drº Márcio Esteves Moura, que lhe deu aulas no curso técnico-agrícola da Universidade Federal de Viçosa (MG). Mais tarde, mudou-se para São Paulo, onde foi trabalhar nos laboratórios de controle de qualidade de matéria-prima e produção da Celosul, fábrica das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo. Lá conheceu Alexandre Dubson (ex-professor nas universidades de Moscou, Pequim e Roma), que o estimulou a aperfeiçoar-se como Técnico Químico. Sob a orientação de Dubson, um ano mais tarde alcançou o cargo de analista químico responsável pela seleção de métodos analíticos daquela empresa.
O ingresso na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL- USP) ocorreu em 1965. Naquele mesmo ano, Bechara começou a lecionar química orgânica no cursinho do Grêmio da FFCL. Em 1968, ao lado de outros professores, fundou o Equipe Vestibulares, que depois se tornou o conhecido Colégio Equipe, um ícone dos anos 70 por ser um centro de manifestações culturais e políticas.
Nascido em Rio Claro/SP há 52 anos, o professor do Instituo de Química da USP contabilizava vasta atuação na área acadêmica. Tendo a Química Supramolecular como foco de suas pesquisas, recebeu diversos prêmios e distinções. Num rápido comentário sobre sua carreira, Toma disse em trecho do memorial que entregou ao Conselho para concorrer ao Prêmio Fritz Feigl que depois 40 anos de vida profissional ativa descobriu que todos passam por alguma crise reflexiva, a qual superou ao decidir ser fiel à sua determinação de produzir ciência. Infelizmente, salienta, (...) "já não se cultua o mérito acadêmico como paradigma do espírito universitário. Assim parece normal que os valores acabem se perdendo e que, por falta de motivação, muitos encerrem a carreira justamente no auge de sua capacidade e maturidade acadêmica. É nesse sentido que as iniciativas como as do CRQ-IV devem ser reconhecidas e valorizadas".
Foi a segunda vez que Toma venceu um concurso patrocinado pelo Conselho. Em 1970, ano em que se graduou Bacharel pelo IQ/USP, ele ganhou o Prêmio CRQ-IV, concedido a estudantes. O trabalho sobre "Spot Tests associados à cromatografia em fase gasosa", foi feito em parceria com Hideo Kawakita e orientado pelo lendário professor Remolo Ciola. Segundo declarou, além do estímulo proporcionado na época, o prêmio permitiu que adquirisse uma coleção de livros de química avançada, publicada pela Editora Mc Graw-Hill, que lhe foi de grande utilidade no curso de pós-graduação.
Presidente da Miracema-Nuodex, o Engenheiro Químico nasceu em Csolnok, Hungria, em 1933. Formado pela Universidade Técnica de Graz, Áustria, veio para Brasil em 1961, convidado por um irmão que alguns anos antes havia fundado a então Cia. Miracema Industrial. Quando assumiu a direção da empresa, a Miracema resumia-se a uma fábrica de 2.500 m2, com nove empregados e que produzia 200 toneladas/ano de aditivos para óleos lubrificantes. Em 2000, a empresa estava instalada numa área de 100 mil m2, (21 mil m2 de área construída), produzia 12 mil toneladas/ano, das quais 15% eram exportadas, e gerava 230 empregos direitos.
Paulista de São José da Bela Vista, obteve seu bacharelado em Química em 1951 pela antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP. Tem em seu currículo diversos cursos de especialização, realizados no Brasil e no Exterior. No setor privado, trabalhou durante cinco anos como pesquisador das Indústrias Químicas Orquima S/A.
Graduada em 1963 pela Faculdade de Engenharia Industrial da PUC de São Paulo, iniciou a carreira lecionando no Colégio Bandeirantes, Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e no Instituto Mauá de Tecnologia, todos de São Paulo. Especializada na área ambiental, implantou e coordenou, a partir de 1973, um programa de controle e prevenção ambiental no estado da Bahia e exerceu durante quase 15 anos cargos de gerência na Cetesb.
Foi consultora de empresas e de organismos internacionais, como a Organização Mundial de Saúde e Banco Interamericano de Desenvolvimento. Foi diretora operacional da empresa Filsan Egenharia e Serviços, diretora do Departamento de Meio Ambiente da Fiesp e presidente da Proema Engenharia e Serviços Ltda.
Nascido em 21/01/1943, brasileiro, casado, doutor em química, é professor titular na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Publicou mais de 200 artigos em periódicos científicos especializados e cerca de 250 trabalhos em anais de eventos, tendo orientado cerca de 60 pós-graduados (35 mestrados e 29 doutorados). Tem 17 capítulos de livros publicados, além de mais de 60 comunicações apresentadas em congressos científicos internacionais e nacionais. Juntamente com P. S. Santos, traduziu o livro "Moléculas", de Atkins, publicado em 2000.
Atua como pesquisador ou consultor de projetos de empresas. Dirige uma equipe que detém patentes sobre processos de obtenção de pigmentos, novos adesivos, e outros materiais nanotecnológicos.
Coordenou o grupo de trabalho de Química e Engenharia Química do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT), do MCT.
É membro titular da Academia Brasileira de Ciências. Recebeu os prêmios Eloísa Mano, Fritz Feigl, Simão Mathias, Rheinboldt-Hauptmann, Union Carbide, Retorta de Ouro e a Comenda e a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico.
Diretor Presidente do Grupo Ultra (2010), atua como diretor da companhia desde 1985. É também presidente do Conselho Superior da Associação Brasileira de Engenharia Química (ABEQ), vice-presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e vice presidente da Associação Química e Petroquímica Latino Americana (APLA). É engenheiro químico, mestre e doutor em Engenharia Química pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Autor do livro "Indústria Química - Riscos e Oportunidades", editado em 2002. Fonte: Grupo Ultra
Formado em 1947 pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, dedicou-se principalmente à pesquisa e ao magistério. Foi professor da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), do Instituto Mauá de Tecnologia e da Poli-USP. Concentrou suas pesquisas em biotecnologia industrial, usando a experiência nessa área nos serviços que prestou às empresas Biofill e Bionext.
Borzani foi membro da primeira turma de conselheiros do Conselho Federal de Química (CFQ). Em 1957, foi nomeado delegado especial pelo CFQ para instalar o CRQ-IV, o que ocorreu em 1º de agosto de 1957. Eleito conselheiro do CRQ-IV em 1966, prestou serviços à entidade até 1969. Dez anos depois, concorreu e venceu o Prêmio Fritz Feigl, concurso promovido pelo CRQ-IV e que representa uma das principais honrarias do País na área química. Em 2006, quando se comemorou o cinqüentenário da Lei 2.800/1956, que criou o Sistema CFQ/CRQs, foi novamente homenageado pelo CRQ-IV.
O Engenheiro Químico dividiu com outros profissionais a autoria de nove livros na área química, a maioria deles sobre biotecnologia. O último, Biotecnologia Industrial: Fundamentos, foi publicado em 2001.
Borzani presidiu a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) de 1973 a 1975. Está entre os fundadores da Academia de Ciências do Estado de São Paulo e foi membro das academias Brasileira e da América Latina de Ciências.
Também recebeu as seguintes deferências: Prêmio Nacional de Ciência e Tecnologia, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (1983), Ordem Nacional do Mérito Cientifico – classe Grã-Cruz (1996), Professor do Ano, pela Associação dos Engenheiros Politécnicos (2003)
O químico Otto Richard Gottlieb dedicou sua vida à preservação e ao estudo do patrimônio vegetal brasileiro. Com mais de 700 trabalhos publicados, Gottlieb sempre buscou uma resposta química para algum problema biológico. Estudou, entre outras espécies, a lauráceas e a miristicáceas. Seus estudos sobre a canela trouxeram ao conhecimento público algumas aplicações medicinais, fitoterápicas e culinárias da espécie, além das propriedades aromáticas utilizadas na indústria cosmética.
Em 1967, com financiamento da Fapesp, Gottlieb criou o laboratório de Química de Produtos Naturais no Instituto de Química da Universidade de São Paulo. Integrando a química à biologia, à ecologia e à geografia, Gottlieb desenvolveu uma nova área de estudo no campo da química de produtos naturais: a sistemática bioquímica das plantas, também chamada de quimiossistemática ou taxonomia química, que consiste na identificação de grupos de substâncias químicas presentes nas plantas.
Nasceu em Brno, República Tcheca, e 31 de agosto de 1920. Em 1939 chegou ao Rio de Janeiro, com a família, após passar pela Badingham College, na Inglaterra. Filho de mãe brasileira, Gottlieb pôde escolher, aos 21 anos, por sua nacionalidade: optou pela brasileira. Com formação pela UFRJ, Gottlieb trabalhou em diversas indústrias químicas do país e exterior, como a UFMG, Instituto de Química Agrícola, UnB e Universidade de Indiana (EUA).