As plantas encontram no ar o carbono e o oxigênio necessários ao seu crescimento. O mesmo, contudo, não ocorre com o nitrogênio, o potássio, o fósforo e outros elementos. Para suprir a necessidade desses nutrientes e aumentar a produção agrícola, foram desenvolvidos os fertilizantes. Além de fornecer aqueles elementos, eles podem conter produtos que corrigem o índice de acidez do solo, outro fator que influi bastante no crescimento dos vegetais.
Os fertilizantes são classificados em dois grupos: orgânicos, também conhecidos como adubos (vêm de fontes animais e vegetais), e químicos (fosfatados, potássicos e nitrogenados). Podem ser aplicados no solo ou nas folhas, neste último caso por meio de pulverização ou via irrigação. Antes de utilizar qualquer tipo de fertilizante ou corretivo, contudo, é necessário fazer uma análise química do solo para que não haja desperdícios, compras desnecessárias, muito menos perda da fertilidade.
O trabalho dos químicos é fundamental na produção de fertilizantes. O nitrogênio, por exemplo, é encontrado em abundância na natureza, mas, na forma como se apresenta, as plantas não conseguem absorvê-lo. Por isso, foram desenvolvidos compostos químicos que passaram a ser a principal forma de fixar o Nitrogênio e torná-lo disponível para os vegetais.
O mesmo ocorre com os fertilizantes fosfatados. Na maioria dos casos, sua matéria-prima – a rocha fosfática – precisa ser tratada para aumentar o teor de minério. O superfosfato, um fertilizante bastante usado, por exemplo, é obtido a partir de reações químicas que, além do concentrado de fósforo, usam os ácidos sulfúrico ou fosfórico.
A matéria-prima dos fertilizantes potássicos, a silvinita, também passa por processos químicos para obtenção do minério de potássio. Os mais usados são os métodos de separação de misturas como a flotação, a separação por meios densos e a dissolução-cristalização.
Até mesmo os fertilizantes orgânicos passam por processos químicos, embora também possam ser utilizados in natura. A compostagem – uma fermentação controlada –, é frequentemente usada em resíduos vegetais (folhas, ramos) para obter produtos mais estáveis. Outra possibilidade é, depois da compostagem, enriquecer o fertilizante orgânico com nutrientes como os que já citamos.
Vários materiais podem ser usados como fertilizantes orgânicos: estercos de aves, suínos e bovinos; resíduos da indústria alimentícia e de óleos, além dos resíduos vegetais. Até mesmo o lixo e o lodo dos esgotos domésticos já podem ser transformados em adubo.
Utilizando processos de compostagem e maturação, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) conseguiu transformar o lodo, combinado com resíduos vegetais, num adubo orgânico que não agride o meio ambiente. Para chegar nesse material, houve um acompanhamento de processo através de análises químicas convencionais e técnicas laboratoriais avançadas, que utilizam campos magnéticos e radiofrequência, entre outras. Com a produção desse fertilizante, encontrou-se uma alternativa para o problema da geração de lodo doméstico.