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Tratamento de madeiras - Conselho Regional de Química - IV Região

Tratamento de madeiras 

 


A madeira é usada desde a antiguidade em construções e para a confecção de produtos de uso diário. É um dos materiais fundamentais à existência e à civilização humanas. A madeira possui estrutura celular porosa, capaz de se expandir por ação da água. Quimicamente, ela consiste de uma estrutura de celulose com lignina (que confere rigidez para as paredes das células) e hemicelulose (polímero constituído de vários tipos de açúcar).

Por ser um material natural, a madeira e os objetos de madeira são sensíveis às pragas de insetos, aos fungos e a outros fatores externos que geram deterioração. Diferentes tipos de madeiras têm diferentes níveis de resistência às ameaças. Para aumentar sua durabilidade, a madeira precisa ser protegida por meio de processos genericamente chamados de “tratamento de madeira”.

Biodeterioração

As estruturas da celulose e da hemicelulose fazem com que a madeira seja o alimento de organismos extremamente ativos, os insetos e os fungos. Eles são os principais responsáveis pelo processo de biodeterioração desse material. Estes organismos são conhecidos como xilófagos – a denominação vem do grego, xylo-madeira, phagein-comer. Os xilófagos que causam os maiores prejuízos são os fungos, os cupins e as brocas-de-madeira, que podem provocar danos irreversíveis a residências, prédios, obras de arte e patrimônio histórico.

Os fungos causam bolor, manchas profundas, apodrecimento da madeira, e podem reduzir a resistência ao impacto e aumentar a permeabilidade em madeiras intensamente atacadas. Eles proliferam em áreas afetadas pela umidade, já que a água é essencial para o desenvolvimento desses organismos. Existem os fungos emboloradores, os manchadores e os apodrecedores que causam profundas alterações nas propriedades físicas e mecânicas da madeira porque vão destruindo gradativamente as moléculas das paredes celulares. Os fungos apodrecedores se subdividem em três grupos: fungos de podridão branca, que degradam todos os componentes químicos estruturais da madeira, incluindo a celulose, os de podridão parda, que atacam moléculas de celulose e de hemicelulose da madeira e os fungos de podridão mole que atacam a superfície da madeira.

Dentre os insetos xilófagos, os cupins e as brocas-de-madeira são os principais responsáveis pelos danos causados às madeiras. Eles pertencem a duas ordens diferentes de insetos: os cupins são da ordem dos isópteros, e as brocas da ordem dos coleópteros. Há milhares de espécies de brocas; algumas atacam as árvores vivas, outras espécies atacam as árvores recém-abatidas, quando a umidade da madeira ainda é elevada, um grupo ataca a madeira durante a secagem e outro ataca a madeira seca. Já os cupins também se subdividem entre grupos que formam colônias dentro da madeira seca e da madeira úmida e os cupins subterrâneos, entre outras categorias. Os que causam os maiores prejuízos a prédios e edificações são os cupins subterrâneos, que podem criar colônias em espaços não utilizados dos prédios.

Tratamento de preservação

Tratar a madeira com preservantes químicos antes de usá-la aumenta sua resistência aos ataques de organismos que causam a deterioração e garante sua durabilidade. Estes preservantes podem ser de três tipos: oleosos, derivados do alcatrão de hulha, oleossolúveis, que contêm misturas complexas de agentes fungicidas e/ou inseticidas e hidrossolúveis, produtos contendo misturas de sais metálicos.

A forma de aplicação do produto preservante pode ser sem ou com pressão. Os métodos sem pressão impregnam a madeira superficialmente e podem ser aplicados de três formas: por aspersão, com o uso de pulverizadores; por imersão, quando a madeira é imersa totalmente em um tanque que contém preservantes por alguns segundos ou minutos; ou por pincelamento do produto. O método de aplicação do preservante com pressão faz com que a madeira fique profundamente impregnada pela substância, e deve ser executado em uma autoclave, equipamento de grandes dimensões disponível em usinas de tratamento de madeiras.

Medidas curativas

Quando a madeira já está infestada por cupins ou brocas-de-madeira é preciso adotar medidas curativas para interromper a ação do organismo que está causando a deterioração. Para isso são usados produtos biocidas. Estes produtos são aplicados na forma de gases tóxicos, de pó ou de soluções inseticidas e fungicidas

A fumigação é um tratamento em que se usa um gás tóxico por tempo suficiente para atuar contra os insetos. O gás penetra profundamente na madeira e atinge os insetos em seu interior. Como o gás não possui ação residual, é necessário utilizar-se uma solução inseticida para evitar a reinfestação na peça.

O tratamento com solução inseticida contra cupins e brocas-de-madeira pode ser executado com seringa, pincelamento ou aspersão. Quando a solução é aplicada por injeção a impregnação é mais profunda. A injeção é aplicada através dos orifícios produzidos pelos insetos ou por pequenos orifícios auxiliares abertos com furadeiras. Para tratar partes de um prédio, como rodapés, batentes e guarnições de portas e janelas, por exemplo, são usados pulverizadores, que atingem áreas maiores. O tratamento com solução fungicida é indicado para a peça de madeira atacada por fungos apodrecedores.

A presença do químico é importante em todos os processos que envolvem tratamento de madeiras e aplicação dos produtos químicos, seja para prevenir a ocorrência, seja para eliminar insetos e fungos que já estejam instalados. O químico atua na formulação dos produtos que são utilizados nestes processos, e deve ser o responsável técnico nas empresas que atuam nesta área.

Sulfato de cobre, para conferir ação fungicida, dicromato de potássio ou de sódio, para ação fixadora, ácido bórico, responsável pela ação inseticida, e ácido acético glacial ou vinagre, por sua ação acidificante. Estes são os ingredientes indicados pela Coordenadoria de Assistência Integral da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo para a fabricação caseira de um produto indicado para o tratamento de madeira de eucalipto. Nada mais é do que uma fórmula química, que permite ao agricultor elaborar um tratamento preservante para a madeira que irá compor a cerca de sua propriedade, e mais uma comprovação de que a química está presente em diversas situações do nosso cotidiano.

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