Com o tema “Princípios e Aplicações da Cromatografia Líquida de Alta Eficiência”, o Conselho encerrará no dia 05/11, em Bauru, a edição 2011 dos Minicursos CRQ-IV, patrocinados pela Caixa Econômica Federal. Iniciado em junho, o programa previa a realização de 22 treinamentos gratuitos. Até o fechamento desta edição, dois deles não se confirmaram por não terem alcançado número mínimo de inscritos.
Além dos cancelamentos, o programa vem registrando um número menor de participantes em relação às edições anteriores. Das 560 vagas oferecidas nos 16 treinamentos realizados até o dia 30/09 (35 por curso), foram preenchida 483. Isso significa que, em média, 14% das vagas não foram ocupadas. Em anos anteriores, a média mal chegava aos 7%.
Os minicursos existem desde 2006 e em todos esses anos apenas uma vez houve cancelamento. Esses resultados surpreenderam principalmente por 2011 ser o Ano Internacional da Química, o que poderia sugerir um maior interesse por parte dos profissionais da área em se capacitar, engajando-se assim na campanha destinada a demonstrar para a sociedade a importância das atividades químicas.
Alguns fatores talvez expliquem essa diminuição no interesse. Por mais contraditório que possa parecer, um deles pode estar relacionado ao bom ritmo da economia nacional, passando, pelo menos até agora, quase ilesa à crise que abala o mundo desde 2008. Se por um lado isso deve ser comemorado, por outro pode ter provocado dois efeitos colaterais que impediram (ou desestimularam) algumas pessoas de participarem. Muitas empresas elevaram seu ritmo de produção, inviabilizando que seus colaboradores fossem dispensados – mesmo aos sábados – para participarem de cursos. O outro fator é que a economia aquecida reduz a taxa de desemprego. Claro que isso é bom, mas também pode levar a um acomodamento por parte daqueles que não fomentam maiores expectativas para suas carreiras. Sem uma iminente ameaça de desemprego e até com certa facilidade de recolocação, alguns estabelecem outras prioridades no lugar de investir em sua capacitação técnica.
Mas há também que se considerar que os minicursos podem ter entrado numa curva de declínio. Apesar de o programa continuar recebendo ótimas avaliações (veja pesquisas no site do Conselho), são cada vez mais frequentes os pedidos para que os treinamentos incluam atividades práticas. E o não atendimento dessas reivindicações pode es- tar gerando frustrações.
O modelo atual prevê a aplicação de dinâmicas e, quando possível, demonstrações de equipamentos em sala. Não é possível ir muito além disso, pois a locação de laboratórios e a programação de visitas técnicas representaria uma elevação nos custos impossível de ser coberta pelo patrocínio da Caixa.
Aqui vale traçar um comparativo: enquanto os minicursos são gratuitos e incluem até o oferecimento de refeições, cursos teóricos de um dia e que, no máximo, incluem coffee-break não custam menos de R$ 500,00. Logo, apesar de não atender as expectativas mais exigentes, os minicursos talvez ainda sejam uma opção a ser considerada.
O quadro atual poderá suscitar mudanças no programa de minicursos, como o fim das aulas presenciais. Ressalta-se, porém, que o assunto ainda está em análise.
Clique aqui para ler as reportagens produzidas durante os minicursos de 2011.