O Conselho promoveu dois encontros no mês de maio para divulgar o programa Selo de Qualidade a dirigentes e professores de escolas que mantém cursos técnicos na área química. A ideia foi explicar os objetivos do programa e apresentar depoimentos sobre os benefícios obtidos por instituições que já tiveram seus cursos certificados. Os encontros ocorreram na sede do CRQIV, no dia 18, e num hotel da cidade de Ribeirão Preto, no dia 23. Até agosto, serão realizadas outras três reuniões sobre o assunto nas cidades de Campinas, Araçatuba e Bauru. Clique aqui para ver os detalhes.
Criado em 2007, o programa constitui-se num instrumento de identificação e certificação das instituições públicas e privadas comprometidas com a qualidade de ensino. Ele define parâmetros para que as escolas possam se autoavaliar, fazer ajustes e assim proporcionar uma melhor formação aos seus alunos. O programa, aliás, integrou a pauta de um encontro realizado em março pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e que discutiu alternativas para evitar os efeitos do chamado “apagão da mão de obra” no setor, conforme noticiou o Informativo.
“A indústria nos alertou quanto à falta de qualidade da mão de obra formada por vários cursos e a Comissão de Ensino Técnico do CRQ-IV pensou em uma forma de corrigir o problema e tentar padronizar um pouco os currículos”, contou a Química Industrial Lígia Maria Sendas Rocha, funcionária do CRQ-IV e integrante do grupo que criou o Selo. Ela falou aos participantes da reunião ocorrida na sede.
Uma das experiências comentadas naquele encontro foi a do Colégio Técnico de Lorena (Cotel). Conforme relato enviado por Francisco Moreira Chaves, seu dirigente, após o curso receber o Selo de Qualidade os formandos passaram a ser disputados por indústrias paulistas e até de Minas Gerais.
Mais de 50 pessoas participaram das reuniões e alguns professores, coordenadores e dirigentes confirmaram interesse em iniciar preparativos para aderir ao programa.
O número de certificações emitidas até agora é pequeno: dos 459 cursos técnicos da área química existentes em São Paulo, apenas oito têm o Selo. Esse dado contrasta muito com o bom momento econômico vivido pelo Brasil na última década, que se por um lado elevou a geração de emprego, por outro passou a exigir que as vagas fossem ocupadas por pessoal com melhor qualificação. Se o quadro atual deixa a desejar – o que abre espaço para que se acirre a concorrência com trabalhadores vindos de países mais avançados no campo educacional – vale imaginar o que poderá ocorrer se forem confirmadas as expectativas da própria Abiquim de criação, na próxima década, de 2 milhões de empregos diretos e indiretos.