Cursos de especialização ou pós-graduação que abordam a área de química forense existem no Brasil há algum tempo. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Universidade Católica de Brasília (UCB) e a Universidade Camilo Castelo Branco (Unicastelo), de São Paulo, são algumas das instituições que os oferecem. Porém, em nível de graduação só existe um, mantido desde 2006 pelo Departamento de Química da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP/USP).
Segundo o professor Marcelo Firmino de Oliveira, coordenador do curso, a USP passou a oferecer essa modalidade de graduação com o objetivo de criar um pólo de ensino e pesquisa em química forense, pois há demanda por esse tipo de trabalho no Brasil. "Além de uma formação em química em nível de bacharelado, o aluno adquire um treinamento específico para a aplicação dos conhecimentos em análises químicas de interesse forense", completa Oliveira.
Além da área forense, ao chegar ao 2º ano do curso o aluno poderá optar pelo bacharelado tradicional ou por uma formação com ênfase em tecnologia de agroindústria. "Após o primeiro ano, observamos que dos 60 alunos, um terço escolhe a área forense", calcula o coordenador.
Não só o setor público é destino dos egressos do curso. "A maior parte da sociedade desconhece que tem direito a um perito particular, comumente chamado de assessor técnico, quando existem análises laboratoriais envolvidas no processo", ensina o professor da USP. Os advogados conhecem essa possibilidade, mas têm dificuldade de encontrar tais profissionais.
Dúvida - A estudante Erica Naomi Oiye sempre se interessou pelo assunto, mas o que realmente a atraiu no curso foi a possibilidade de aliar a Química com a Biologia e o Direito. "Muitos desconhecem esta área e pensam que o curso se baseia em seriados como CSI, mas na vida real os exames podem demorar dias ou meses para serem concluídos, e não em apenas alguns minutos como na TV", compara.
A aluna ainda tem algumas dúvidas quanto ao mercado de trabalho, como a maioria de seus colegas de sala, pois o curso ainda está na primeira turma. Na opinião dela, o desafio da universidade é melhorar a estrutura para as próximas turmas. "A única linha de pesquisa disponível na área forense é a do meu orientador e algumas práticas experimentais precisaram de ser realizadas fora da universidade, como a análise de disparos de arma de fogo, por exemplo, uma vez que ainda não seQuímica forense será tema de olimpíada tem local adequado para isso", finaliza.
Enqfor - O o Departamento de Química da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP) realizará, de 10 a 13 de dezembro, naquela cidade, o 1º Encontro Nacional de Química Forense (Enqfor). Trata-se de um evento destinado à apresentação de trabalhos de pesquisa na área, bem como a discussão de importantes tópicos em criminalística. O encontro prevê a realização de dez conferências, uma mesa redonda e três minicursos. As taxas de inscrição variam (até 20/10) de R$ 30,00 (apenas para os minicursos) a R$ 180,00. Clique aqui para acessar o site oficial do evento.
De 10 a 12 de dezembro de 2008, a Associação Brasileira de Criminalística realizará, em Maceió/AL, o II Seminário Nacional de DNA e Laboratórios Forenses (química, toxicologia, biologia e física). Segundo a entidade, o evento se destinará a promover o desenvolvimento dos laboratórios de criminalística e o aprimoramento dos peritos oficiais.
O seminário terá apresentações feitas por especialistas do Brasil e do exterior. As taxas de inscrição são de R$ 200,00 (sócios), R$ 300,00 (não-sócios) e R$ 80,00 (estudantes). Profissionais interessados em submeter trabalhos deverão fazê-lo até 31 de outubro. Mais informações no site
www.abcperitosoficiais.org.br.