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Mai/Jun 2013 

 


Relação de Matérias   Próxima Matéria

Editorial/Leitores


Editorial

Comemoremos

O Conselho Regional de Química - IV Região cumprimenta os Profissionais da Química pelo seu dia, a ser comemorado em 18 de junho. A data é uma referência à publicação da Lei 2.800, que em 1956 criou o Conselho Federal de Química e os seus Regionais. A promulgação da lei pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek atendeu a uma antiga reivindicação da Classe Química, que passou ela própria a legislar sobre as atividades laborais na área. Até então, esta era uma atribuição de técnicos do Ministério do Trabalho, que muitas vezes possuíam formações diversas da Química.

Como tradicionalmente ocorre, o CRQ-IV organizará uma cerimônia para celebrar a data. O evento foi agendado para o dia 13 de setembro e marcará a reinauguração do auditório da entidade, que está em reforma. Na ocasião, serão entregues os prêmios CRQ-IV e Walter Borzani e apresentado um balanço sobre as atividades do Conselho.

Além de anunciar os ganhadores dos citados prêmios, esta edição do Informativo também tem como destaques, entre outros, o resultado do recadastramento de profissionais, notícias sobre o programa de minicursos gratuitos e informações sobre o Programa de Divulgação da Química.



Leitores

Educação - Considerando que docência em química é importante para a continuidade da profissão, gostaria de sugerir que a entidade amplie os prêmios anuais para a categoria de Professor de Química de Ensino Médio, que reconheceria profissionais que criassem projetos voltados a desenvolver senso de cidadania de seus alunos. Também quero sugerir o envio do Informativo para alunos do Ensino Médio da rede pública.

Licenc. em Química Danilo Fugimoto
Suzano/SP

A proposta de criação de um novo concurso será avaliada pela direção do Conselho. Sobre o envio do Informativo a todos os estudantes, esclarecemos não ser possível diante dos elevados custos de produção e distribuição.

Atraso - Gostaria de manifestar uma reclamação com relação à entrega do Informativo em minha residência.

Bel. em Química Bruno P. Maciel
Sorocaba/SP

Em função da necessidade de substituirmos de última hora a empresa responsável pela diagramação do Informativo, houve um atraso na finalização do último número. Como a distribuição pelos Correios pode levar até dez dias, alguns leitores acabaram sendo prejudicados.

Eficientes - A matéria sobre a atuação de profissionais com deficiência foi uma importante contribuição para estimular mais contratações.

Tec. Química Ana Siqueira
Lavras/MG

Papa - O Informativo nº120 traz um artigo titulado O Papa e a Química, no qual se fazem especulações sobre qual será o título de estudos vinculado à Química que o Papa Francisco possui. O texto não chega a nenhuma conclusão. Sou Engenheiro Químico formado na Argentina em 1961 e nasci em 1936, o mesmo ano em que nasceu o Papa. Isso me permite tentar esclarecer a dúvida.

Quando o Papa e eu tínhamos seis anos completos, em 1943, começamos o que no Brasil se chama ensino fundamental. Na Argentina da época (não sei hoje) se chamava Escuela Primaria. A Escuela Primaria durava sete anos, de modo que o Papa e eu a concluímos em 1949, quando tínhamos 13 anos completos. Até aqui, líquido e certo.

Agora faremos uma suposição, possível no caso do Papa e real no meu caso: em 1950, o Para e eu entramos no que no Brasil se chama Ensino Médio e na Argentina na época se chamava Colegio Nacional, isto é, um ensino médio de caráter multidisciplinar, inspirado nas ideias do Iluminismo, que ao concluir dava acesso a todas as carreiras universitárias. O Colegio Nacional durava cinco anos, de modo que o Papa e eu o terminamos em 1954.

Continuemos com a suposição, possível no caso do Papa e real no meu. Em 1955, os dois começamos a carreira de Engenharia Química, com 18 anos completos. Na Argentina de então, todas as engenharias, exceto Agronomia, duravam seis anos. Ou seja, o Papa deveria ter-se formado em 1960, com 24 anos de idade. Como ele entrou no seminário com 21, é impossível que ele tenha cursado Engenharia Química. Eu me formei em 1961, com 25, porque durante um ano fui presidente do que no Brasil se chama Centro Acadêmico (na Argentina Centro de Estudiantes), e durante esse ano me dediquei por inteiro ao centro, esquecendo a Faculdade, de modo que perdi um ano.

Outra suposição seria que o Papa tivesse cursado Bacharelado em Química, que tem cinco anos de duração. Essa suposição também não procede, porque nesse caso o Papa ter-se-ia formado em 1959, com 23 anos de idade, quando com 21 entrou no seminário.

A possibilidade de ter feito Mestrado na área Química está fora de cogitação. O Mestrado (Master) e Doutorado (Ph.D.) são invenções americanas que não se conheciam na Argentina de então, e nem no Brasil. No Brasil chegaram no início da década de 1970 e na Argentina na década de 1980. Se o Papa tem uma pós-graduação deve ser em Teologia na Universidade Gregoriana de Roma, onde estuda a elite intelectual dos sacerdotes da Igreja Católica.

Eliminadas a Engenharia Química, o Bacharelado e o Mestrado, a única possibilidade restante é o Técnico Químico, que na Argentina de então era cursado nas Escuelas Industriales e tinha seis anos de duração. A Escuela Industrial era uma escola de nível médio e vinha depois do ensino fundamental. Os técnicos (químicos, mecânicos, eletricistas, construção civil) podiam exercer sua profissão, dentro dos limites legais, e tinham acesso às carreiras universitárias da área científica, mas não das áreas de humanas.

Se o Papa tivesse entrado na Escuela Industrial em 1950, com 13 anos completos, ter-se-ia formado em Técnico Químico em 1955 com 19 anos, em tempo de entrar no Seminário com 21.

Giovanni S. Crisi
São Paulo/SP

O Informativo agradece a colaboração do professor Crisi, representante do curso de Engenharia Química do Instituto Presbiteriano Mackenzie, de São Paulo. Também sobre este assunto, a última edição da Revista Brasileira de Engenharia Química publicou a seguinte nota:

"Com comprovada cultura humanista, tendo estudado teologia, psicologia, literatura e filosofia, o Papa Francisco também surpreendeu a todos com a informação de que também se formou como técnico químico. E, argentino de nascimento e filho de pais italianos, o jovem Jorge Mario Bergoglio chegou a trabalhar, em Buenos Aires, no Laboratório Hickethier-Bachmann em parte dos anos 50 do século passado. Mas problemas de saúde o forçaram a abandonar as lâminas e o microscópio, levando-o, depois, para o seminário e a vocação religiosa".







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