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Jan/Fev 2014 

 


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Abiquim comemora 50 anos lutando por competitividade


A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) completa 50 anos de fundação em 2014. Fortalecer a competitividade de suas associadas e criar condições para reduzir a dependência do País de produtos químicos importados foram e continuam sendo os principais objetivos da entidade desde a sua criação.

Imagens: acervo Abiquim

À esquerda, Júlio Toledo, primeiro presidente, durante assinatura da ata de fundação da entidade

Fundada em 16 de junho de 1964 e sob a presidência de Júlio Sauerbronn de Toledo, a Abiquim instalou-se inicialmente no Palácio Mauá, no Centro de São Paulo, compartilhando a mesma estrutura com o Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e da Petroquímica no Estado de São Paulo.

Atualmente instalada na região da Vila Olímpia, também na Capital paulista, a entidade possui técnicos próprios para oferecer assessoria em assuntos econômicos, técnicos e de comércio exterior às associadas, além de prestadores de serviços nas áreas de logística, transporte, gerenciamento de resíduos e atendimento a emergências.

Em entrevista ao Informativo, o atual presidente-executivo da entidade, Fernando Figueiredo, ressaltou a importância da atuação da Abiquim. “Ao longo do tempo, temos participado ativamente do desenvolvimento da indústria química, como ocorreu na década de 1970, na implantação dos polos petroquímicos de São Paulo e Camaçari (BA)”, citou.

Ações visando o crescimento do setor começaram logo nos anos 1960, quando a Abiquim apoiou a criação do Grupo Executivo da Indústria Química (Geiquim), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O grupo tinha por finalidade coordenar a aplicação de um conjunto de estímulos, como reduções de tributos sobre a importação de matérias-primas.

Um dos resultados mais recentes e importantes que decorreram da atuação da Abiquim foi o Pacto Nacional da Indústria Química. Lançada em 2010, ele definiu quatro prioridades de investimentos para o setor: insumos básicos e infraestrutura, comércio exterior, inovação e tecnologia e o fortalecimento da cadeia de valor.

Tais metas, porém, ainda não estão sendo alcançadas. Para manter o nível de competitividade da indústria brasileira, seria necessário um investimento total, até 2020, de US$ 167 bilhões. Os investimentos não têm atingido esse patamar e, como consequência, o setor segue com dificuldades para enfrentar a concorrência externa.

O déficit na balança comercial de produtos químicos, considerando importações e exportações, totalizou US$ 32 bilhões em 2013, o maior já registrado, alcançando um aumento de 13,6% em relação a 2012, quando foi de US$ 28,1 bilhões.

Fernando Figueiredo, presidente-executivo

Para a Abiquim, a inversão da tendência do agravamento do déficit em produtos químicos somente será possível com a retomada de investimentos associados à substituição de importações e à ampliação das exportações. Para tanto, a entidade considera indispensável que o comércio internacional seja celebrado em bases justas e leais e que sejam eliminados mecanismos e/ou barreiras financeiro-administrativas.

Como forma de pleitear e obter melhorias, a Abiquim integra o Conselho de Competitividade da Indústria Química e Petroquímica, vinculado ao Plano Brasil Maior, criado pelo Governo Federal para definir as políticas industrial, tecnológica, de serviços e de comércio exterior. “Conseguimos resultados expressivos no contexto do Plano Brasil Maior, como a identificação de boas possibilidades de diversificação da indústria química nos próximos anos”, avalia Figueiredo.

Empregos - As dificuldades em melhorar a competitividade não gerou grandes impactos negativos na geração de empregos, mas inibe avanços expressivos. O segmento representado pela Abiquim – de produtos químicos de uso industrial – possui atualmente perto de 125 mil empregados, tendo, inclusive, registrado crescimento de 1,9% ao ano do número de vagas entre 2007 e 2013. O conjunto da indústria química contabilizada cerca de 400 mil empregados. Para a diretora de Economia e Estatística da entidade, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, o total de trabalhadores poderia dobrar até 2020 se fosse alcançada a meta de investimentos de US$ 167 bilhões prevista no Pacto Nacional da Indústria Química.

Sustentabilidade - As contribuições da Abiquim para inserir a indústria no contexto da sustentabilidade ganharam impulso com a implantação de dois programas que se tornaram referência: o Pró-Quimica, criado em 1989, e o Atuação Responsável, de 1992, versão nacional do Responsible Care, criado pelo Conselho Internacional das Associações das Indústrias Químicas.

O Pró-Química é um serviço de utilidade pública que opera 24 horas por dia. Por ele, técnicos da entidade orientam sobre precauções e medidas de socorro em casos de emergências com produtos químicos. Ao serem contatados pelo telefone 0800-11-8270, esses profissionais acionam, em qualquer parte do País, órgãos como Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Rodoviária.

Análogo à iniciativa voluntária da indústria química mundial, o Atuação Responsável é um programa que busca demonstrar o comprometimento com a melhoria contínua do desempenho do setor nas áreas de saúde, segurança e meio ambiente, garantindo assim o compromisso com a sustentabilidade. Ele consiste em processos de acompanhamento de todo o ciclo de vida dos produtos, desde a sua criação até o descarte final. O presidente-executivo da Abiquim explica que desastres envolvendo indústrias químicas, como o de Bhopal, na Índia, em 1984, foram decisivos para que programas desse tipo fossem adotados no mundo todo.

Para ampliar a adoção de políticas ambientais e de segurança em toda a cadeia econômica, em 2001 a Abiquim lançou o Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade - Sassmaq. Voltado para empresas que prestam serviços de logística às indústrias químicas, trata-se de um programa de adesão voluntária, destinado a certificar as participantes não só nos pontos que dão nome aos Sassmaq, mas também nos aspectos administrativos, financeiros e sociais.

Parcerias – O relacionamento da Abiquim com outras entidades da área química, como o CRQ-IV, o Conselho Federal de Química (CFQ) e a Sociedade Brasileira de Química (SBQ), gerou diversas ações em prol do setor no Ano Internacional da Química (AIQ), comemorado em 2011. Fernando Figueiredo destaca os trabalhos realizados, que tiveram como tema “Química para um mundo melhor” e, por meio de palestras, transmitiram a importância da Química para jovens estudantes.

O executivo acredita que o trabalho conjunto entre entidades como a Abiquim e o CRQ-IV é importante para o aproveitamento do potencial da indústria química brasileira, sendo decisiva a capacitação contínua dos Profissionais da Química por meio de cursos e palestras.

Cinquentenário – A cerimônia que comemorará os 50 anos de fundação da Abiquim ocorrerá no dia 8 de abril, em Brasília. Na ocasião, será promovido um jantar de confraternização e lançado de um livro sobre a história da indústria química no Brasil e a participação da Abiquim nesse contexto. A publicação reunirá um amplo acerco de imagens históricas e depoimentos. Também será lançado um hotsite que irá complementar o conteúdo do livro com outros depoimentos, informações técnicas e econômicas, a importância dos produtos químicos na qualidade de vida, além de imagens e vídeos.





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