Xisto - Cientista criticam exploração do gás no Brasil
ambientelegal.com.br
Extração do gás xisto (imagem) gera críticas quanto aos danos ambientais e geológicos que causa.
Pesquisadores que participaram da 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em julho, no Acre, criticaram a investida do Brasil na exploração de gás de folhelho – também conhecido como gás de xisto – sem que o País avaliasse antes os estragos que essa atividade poderia gerar ao meio ambiente.
Jailson Bittencourt de Andrade, da Universidade Federal da Bahia, lembrou que a extração do xisto não é uma tarefa simples pelo fato de o mineral estar abaixo de aquíferos importantes. A atividade acarreta danos ao meio ambiente, como a contaminação, por metais, da água encontrada em poços próximos aos locais de exploração. A contaminação teria origem nos agentes químicos utilizados no fraturamento de rochas, que é o processo adotado nessa atividade. A emissão de etano e metano, comum na exploração do gás, já provocou mudanças no perfil dos compostos orgânicos da atmosfera em algumas regiões dos EUA, disse Andrade.
Umberto Giuseppe Cordani, pesquisador da USP, disse que o “Brasil está entrando nessa área de maneira intempestiva”. Lembrou que os riscos ambientais levaram países europeus, como França, a desistirem do gás de folhelho.
Em 2013, a SBPC enviou carta ao governo alertando sobre os riscos e pedindo que a exploração só fosse autorizada após a realização de estudos de impacto ambiental. O governo não aceitou a moratória, mas prometeu financiar as pesquisas. Só que o dinheiro para isso não saiu até o momento.
A importância econômica e os riscos ambientais desse recurso serão tema de um seminário que o CRQ-IV realizará em outubro. Clique aqui para detalhes sobre este encontro.