Artigo - Práticos e com uso em alta, aerossóis embutem riscos à saúde e ao meio ambiente
Autor(a): Antonio de Oliveira Siqueira e Indara da Silveira Leme Santos
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O mercado brasileiro de aerossóis está em ascensão. Segundo o anuário 2013/2014 da Associação Brasileira de Aerossóis e Saneantes Domissanitários (Abas), as estimativas de crescimento estão projetadas para a marca de 1,4 bilhões de unidades comercializadas até 2021, destacando assim a indústria de aerossóis na economia nacional. As projeções para o ano de 2015 estão estimadas em 1,1 bilhões de unidades distribuídas entres os setores de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC), farmacêuticos, saneantes, alimentícios, entre outros.
O segmento de HPPC é o que mais se destaca no uso de embalagem do tipo aerossol. Sua aplicabilidade e praticidade estimulam cada vez mais o consumidor a adotar esse produto em sua rotina. Entretanto, os indicadores exponenciais crescentes de consumo e o baixo conhecimento da população quanto aos impactos ambientais que estas embalagens, após seu consumo, oferecem quando descartadas de forma inadequada, incidem diretamente na viabilidade de tratamento e destinação final ambientalmente adequada das mesmas, oferecendo junto ao crescente consumo o agravamento dos impactos ao meio ambiente e à saúde humana.
A revista “Embalagens & Tecnologia”, em sua 20ª edição (2014), apresenta uma pesquisa realizada pelo Ibope referente à preferência de embalagens de aerossóis de aço e alumínio no setor de HPPC, revelando o desconhecimento do consumidor quanto às embalagens de seus produtos. Na pesquisa, 64% dos participantes informaram não saber de que material a embalagem de seu desodorante é feita e 86% disseram que descartam as embalagens de aerossóis no lixo comum. Somente 15% dos entrevistados garantiram fazer o descarte como lixo reciclável.
Independente do segmento no qual essas embalagens estiverem sendo usadas, todas podem prejudicar o meio ambiente e a saúde humana. Os aerossóis são classificados como resíduos potencialmente perigosos tanto por conterem substâncias químicas potencialmente perigosas – tais como alguns produtos saneantes, inseticidas e tintas –, quanto em razão de que, em sua totalidade, as embalagens serem pressurizadas com gases propelentes, que são inflamáveis e podem causar incêndios e explosões.
Diante desse cenário, a melhor forma de viabilização da reciclagem dessas embalagens é o seu pré-tratamento por despressurização e segregação do produto residual do gás propelente, permitindo assim um processo de reciclagem seguro ao meio ambiente e à saúde.
Programa - Preocupando-se com o atual cenário do âmbito legislativo brasileiro, que vêm adotando políticas públicas e instrumentos normativos em prol do desenvolvimento sustentável, juntamente com a pouca desenvoltura da educação ambiental e conscientização dos públicos consumidores na utilização e correta destinação de embalagens de aerossóis, a Prolab Ambiental elaborou e já colocou em execução um programa que visa estimular a disposição correta dessas embalagens para que possam ser recicladas. Chamado Programa de Coleta Voluntária de Aerossóis, ele também busca contribuir para o fortalecimento das cooperativas de catadores de resíduos, gerando renda e trabalho.
O programa é bem simples, não apresentando nenhum custo de tratamento e destinação para os participantes (pessoas físicas e jurídicas). O interessado precisa apenas armazenar certa quantidade de embalagens de aerossóis e depois entregá-las nos seguintes pontos de coleta:
Diretamente na Prolab (possibilita certificação)
O interessado deposita em nosso Posto de Coleta de Aerossóis as embalagens pós-consumo e registra seus dados para que a empresa possa emitir o selo ambiental Amigo do Meio Ambiente - AMA. O documento certifica a quantidade de aerossóis depositada, diminuindo os impactos ambientais e a saúde humana que essas embalagens causariam. Essa ação se aplica a todos, mas é interessante para aqueles que apresentam volumes consideráveis e desejam obter o selo ambiental AMA.
Cooperativas de Catadores
No site www.prolab.eco.br existe a relação de cooperativas filiadas ao Programa. Todas estão licenciadas e suas atividades são monitoradas pelo Instituto GEA Ética e Meio Ambiente, cuja finalidade principal é desenvolver a cidadania e a educação ambiental da população. Todas as embalagens recolhidas são compradas, coletadas e tratadas pela Prolab como forma de contribuir para o desenvolvimento econômico e social dessas cooperativas.
Postos de Entrega Voluntária (PEVs) das prefeituras
A entrega também pode ser realizada por meio dos PEVs instalados pelas prefeituras e instituições públicas. Os materiais ali dispostos são recolhidos por cooperativas que, durante o processo de segregação, separam as embalagens e as destinam ao programa.
Profissionais da Prolab, Antonio Siqueira é Mestre em Tecnologia Ambiental e Indara da Silveira Leme Santos é Engenheira Ambiental.
Contatos pelo e-mail logisticareversa@prolab.ecoc.br