A indefinição da Petrobras em firmar um contrato de longo prazo para o fornecimento de nafta poderá gerar graves consequências à indústria química, ameaçando empregos e forçando a elevação de preços de vários produtos. O alerta consta na última edição do boletim informativo da Frente Parlamentar da Química, distribuído no início deste mês, além de ter sido feito em nota publicado, em outubro, no site da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
O setor trabalha atualmente com um contrato temporário cujo término estava previsto para o dia 15 de dezembro. Até o fechamento desta edição, não havia qualquer definição quanto à assinatura de um novo acordo.
De acordo com o presidente executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, a situação chegou a este ponto depois que a Petrobras passou a utilizar a nafta produzida nas refinarias brasileiras para fazer gasolina, importando o que é destinado ao setor industrial. Com isso, segundo ele, a estatal conseguiu reduzir a importação de gasolina, mais cara do que a da nafta, e planeja transferir esta conta para o setor químico.
Se a indústria química não contar com contratos de matérias-primas de longo prazo, com preços competitivos e que minimizem as altas volatilidades do preço do petróleo, ficará inviável manter a opção de se produzir no Brasil, bem como atrair novos investimentos, assinala a Abiquim. Existem mais de R$ 8 bilhões em investimentos aguardando a solução para esse impasse e duas empresas já anunciaram a desistência da construção de fábricas no Rio Grande do Sul e na Bahia.