Em razão de precisar tratar de assuntos particulares, o que o impediria de continuar dando expediente diário na entidade, o Engenheiro Manlio de Augustinis decidiu renunciar à presidência do CRQ-IV no dia 1º de agosto. Para seu lugar foi eleito o Bacharel em Química com Atribuições Tecnológicas Hans Viertler. A vice-presidência passou a ser ocupada pelo também Bacharel Nelson Bonetto. Viertler ficará no comando da entidade até 31 de julho de 2017, quando terminaria o mandato de Augustinis. O presidente a ser eleito no ano que vem (em data a ser divulgada) e os que o sucederem terão direito a um mandato completo de três anos, conforme prevê o regimento interno do Conselho.
Augustinis permaneceu na presidência do CRQ-IV por 12 anos e cinco meses. Em 1994, convidado pelo então presidente Olavo de Queiroz Guimarães Filho, passou a acumular a função de Diretor Executivo com a de Conselheiro Titular. Nesse período, teve participação destacada em importantes projetos do Conselho. O gerenciamento da construção da sede da entidade - ocorrida na gestão de Guimarães Filho - foi o de maior relevância.
Sob a presidência de Augustinis foram criados programas de treinamento gratuitos e a preços subsidiados para os profissionais. Também foram estimulados convênios entre empresas e instituições de ensino para a montagem de cursos técnicos. Foi sob sua gestão que ocorreu o lançamento do programa Selo de Qualidade CRQ-IV, destinado a certificar os melhores cursos da área química. Ele também ampliou o atendimento ao público com a instalação de escritórios no interior de São Paulo, autorizou a oferta de cursos para qualificar Responsáveis Técnicos e definiu um modelo de fiscalização que privilegiou a orientação de empresas e profissionais, determinando que as punições somente fossem aplicadas depois de esgotadas as possibilidades de diálogo.
Paulistano, Manlio de Augustinis graduou-se Engenheiro Industrial - Modalidade Química em 1964 pela Universidade Mackenzie. Depois de formado, trabalhou como Engenheiro nas indústrias de cerâmica, cal e química. Entre 1981 e 1987, foi gerente industrial da Divisão Química da Vulcan Material Plástico S/A. Deixou aquela empresa para assumir a diretoria industrial da Oxypar Indústrias Químicas S/A, onde permaneceu até 1991.
Paralelamente às funções de executivo da indústria, o agora ex-presidente atuou no magistério. Entre 1996 e 1997, foi professor de Química Industrial no curso de Engenharia do Mackenzie e por outros 27 anos ministrou aulas nos cursos de Química Industrial e Engenharia da Escola Superior de Química Oswaldo Cruz. Seu currículo profissional também inclui atividades de consultor nos períodos entre 1977 e 1981 e de 1991 a 1993.
Sua primeira passagem pelo CRQ-IV se deu entre 1966 e 1969, quando figurou como representante de escola (Mackenzie). Em 1972, foi convidado para elaborar um projeto visando a modernização do setor de Fiscalização da entidade. Retornou em agosto de 1985, quando foi eleito Conselheiro para cumprir um mandato tampão de um ano. Reeleito Conselheiro Titular em 1986, manteve-se nessa posição até fevereiro de 2004, quando assumiu a presidência da entidade.
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Ex-diretor do Instituto de Química da USP, Viertler dirigirá o Conselho até julho de 2017 |
CONSELHEIRO – Augustinis deixou a presidência, mas continuará colaborando com a entidade. Em pleito ocorrido em maio passado, foi eleito conselheiro titular para um mandato de três anos. Retomará, assim, a função que exercia antes de se tornar presidente.
Hans Viertler nasceu em Viena, Áustria, mas veio cedo para o Brasil. Graduado em Química pela Universidade de São Paulo em 1962, naquele mesmo ano cursou uma especialização em Química Tecnológica. Obteve o seu doutorado em Química Orgânica, pela USP, em 1969 e o pós-doutorado pela University of Ottawa, Canadá, em 1973.
Toda a sua carreira foi desenvolvida nas áreas de ensino e pesquisa. Como professor, atuou por cinco décadas no Instituto de Química da USP, instituição da qual foi diretor entre 2006 e 2010. Ainda na ativa, atualmente é professor colaborador-sênior do Instituto.
Sua linha de pesquisa é a eletroquímica de compostos orgânicos de enxofre funcionalizados: mecanismos de reação e aplicações sintéticas; e catálise redox em eletrossíntese orgânica. A eletroquímica, segundo destaca em sua página no Portal da USP, é um método limpo e conveniente para gerar muitos intermediários reativos através da oxidação ou redução de substâncias orgânicas. Assim, é possível desenvolver metodologias adequadas para realizar transformações químicas úteis e seletivas. A catálise redox, onde ocorre a geração e regeneração eletroquímica in situ de reagentes em quantidades não estequiométricas, mostrou ser uma forma bastante atrativa para a eletrossíntese orgânica.
O grupo liderado por Viertler investiga as reduções e oxidações eletroquímicas de compostos carbonílicos alfa, beta-insaturados alquil- e ariltio-substituídos nas ligações duplas carbono-carbono (I e II) e as reduções de alquenos e dienos ativados por grupos elétron- atraentes. Mais recentemente as reduções eletroquímicas de sais de diazônio têm sido examinadas. Nestes estudos, espera-se contribuir para o esclarecimento dos mecanismos das reações eletroquímicas e desenvolver metodologias sintéticas que permitam sintetizar moléculas-alvo de estruturas mais complexas.
Viertler também presidiu a Sociedade Brasileira de Química (SBQ) no biênio 1994/1996, sendo até hoje conselheiro da entidade. Para homenageá-lo, em 2010 a SBQ criou o “Prêmio Hans Viertler para Jovens Pesquisadores”, que estimula e reconhece o trabalho de acadêmicos de até 35 anos de idade.
CONSELHO – O novo presidente está registrado no CRQ-IV desde janeiro de 1964. Passou a atuar na entidade em agosto de 1975, quando foi eleito conselheiro. Ocupou vários cargos na diretoria, tendo sido eleito e sucessivamente reeleito vice-presidente desde 2010. Alçado novamente a este cargo em 1º de agosto deste ano, assumiu de imediato a presidência em razão da renúncia de Manlio de Augustinis.
Conforme prevê o regimento interno da entidade, Viertler comandará o Conselho até 31 de julho do ano que vem. O próximo presidente da entidade, a ser eleito em janeiro próximo, terá mandato de três anos.