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Em comemoração ao Dia Mundial da Água, cuja data oficial é 22 de março, o Conselho promoveu no dia 20 daquele mês o V Fórum de Recursos Hídricos. O evento, realizado no auditório de sua sede, reuniu estudantes e profissionais do setor de saneamento para debater alternativas visando o abastecimento e o reúso de água. A programação incluiu a apresentação da edição revisada e atualizada da Cartilha de Meio Ambiente do CRQ-IV, lançada pela primeira vez em 2008. O arquivo PDF da publicação já pode ser baixado da seção Publicações do site do Conselho. Não haverá versões impressas.
Cerca de 80 pessoas compareceram ao evento, que teve o apoio das seguintes entidades: Sindicato dos Químicos, Químicos Industriais e Engenheiros Químicos do Estado de São Paulo (Sinquisp), Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - Seção São Paulo (Abes-SP), Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente (Apecs) e Associação Brasileira das Empresas de Consultoria e Engenharia Ambiental (Aesas).
“A visão do futuro da água” foi o tema da primeira palestra, conduzida pela Engenheira Civil Priscila Pantaleoni Mariaca, gerente do Departamento de Concepção e Soluções de Engenharia para Empreendimentos da Sabesp. O destaque da apresentação foi o Sistema Produtor São Lourenço, que está em construção para abastecer até dois milhões de habitantes do oeste da Região Metropolitana de São Paulo. Priscila ressaltou que, apesar de a fase mais aguda da crise hídrica ter passado, ainda são necessários investimentos para que não ocorram problemas relacionados ao abastecimento. “A crise provocou a intensificação dos esforços para obter um aumento na eficiência hídrica na Região Metropolitana, que ainda possui problemas, especialmente nas áreas periféricas”, admitiu a executiva da Sabesp.
A partir de uma retrospectiva dos principais avanços obtidos ao longo da História para garantir a qualidade da água, o professor Sidney Seckler Ferreira Filho, da USP, ministrou a segunda palestra do período da manhã. Para ele, a concepção sobre o abastecimento ainda é a mesma que vem sendo mantida desde a Antiguidade, especialmente inspirada pelos primeiros sistemas, construídos em Roma. Entretanto, os avanços mais significativos em termos de segurança química ocorreram a partir do século XIX. “As prioridades passaram a ser garantir uma água microbiologicamente segura e esteticamente agradável”, salientou.
O primeiro ciclo de palestras foi encerrado pelos Engenheiros Químicos Giulia Perez e Luiz Felipe Cerceau Guimarães, ambos da multinacional Veolia Water Technologies, especializada na gestão de águas industriais. Foram apresentados alguns casos de sucesso, com base em resultados de projetos feitos para empresas como Bunge e Nestlé. A programação da manhã foi concluída com uma rodada de perguntas aos palestrantes.
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Priscila Mariaca (Sabesp), Sidney Seckler (USP), Ricardo Crepaldi (CRQ-IV/Abes), Luiz Felipe Guimarães e Giulia Perez (Veolia) |
SEGUNDO BLOCO – A Engenheira Química Mariana Sigrist, responsável pelo setor de Proteção Ambiental da Basf na América do Sul, descreveu os recursos utilizados pela empresa para a elaboração de inventários ambientais e projetos de melhoria na gestão de emissões atmosféricas, efluentes líquidos e resíduos sólidos. “Nossa base é o Programa Atuação Responsável, que permite o gerenciamento dos riscos ambientais em toda a cadeia produtiva, evitando, por exemplo, que produtos químicos atinjam corpos d’água”, explicou ela, que também integra a Comissão de Meio Ambiente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
Chefe de Meio Ambiente Corporativo da Coca-Cola Femsa, Alexandre Frederico de Almeida detalhou um caso de sucesso em eficiência hídrica. Entre as metas estabelecidas pela estratégia de sustentabilidade da empresa, ele citou o aumento da eficiência visando utilizar 1,5 litros de água para cada litro de bebida produzido e também o retorno ao meio ambiente da mesma quantidade de água utilizada na produção.
“No Brasil está instalada a maior fábrica da Coca-Cola em volume de produção, na cidade de Jundiaí. A unidade se tornou um exemplo de eficiência hídrica, utilizando 1,45 litros por litro de bebida”, destacou.
A última palestra do Fórum foi ministrada pelo consultor Roberto Azevedo Roche Moreira Junior. Com formação nas áreas de Engenharia Química e Biologia, é especialista em acidentes e impactos ambientais. Ele salientou que o Profissional da Química que atua como Responsável Técnico é fundamental no que se refere à gestão de riscos, cujo principal objetivo é evitar a ocorrência de imprevistos e acidentes de grandes proporções, como foi o caso envolvendo uma barragem da mineradora Samarco em Mariana (MG), ocorrido em novembro de 2015.
EXPERIÊNCIA – Estabelecer novos contatos, inteirar-se sobre tendências do mercado e ter acesso a estudos de caso foram os objetivos do Químico Francis Paulo de Rizzo ao se inscrever no Fórum. O último item foi o mais lembrado por ele ao avaliar o evento. “É possível extrair informações relevantes dos exemplos apresentados e utilizá-las no cotidiano profissional, visando evitar acidentes”, assinalou Rizzo, que atua na Quallical, uma fabricante de cal hidratada sediada em Santo André.