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Discussões sobre temas científicos ficam muitas vezes restritas às salas de aula e aos laboratórios, mas um evento se propõe a levá-las para bares, cafés e restaurantes, diminuindo a distância entre o Conhecimento e o público: trata-se do Pint of Science, um festival internacional de divulgação científica que, neste ano, acontecerá de 15 a 17 de maio de forma simultânea no Brasil e em outros dez países (Alemanha, Austrália, Canadá, Espanha, França, Irlanda, Itália, Japão, Reino Unido e Tailândia).
No total, 22 cidades brasileiras terão programações ligadas ao evento, sendo dez delas paulistas: além da Capital, também participam Araraquara, Botucatu, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santos, São Caetano do Sul, São Carlos e Sorocaba.
O Pint of Science pode ser comparado a um grande festival de música, no qual os artistas se apresentam simultaneamente em vários palcos a cada noite. Só que, neste caso, os “shows” são dos pesquisadores conversando com o público em restaurantes, cafés e bares. As palestras vão abordar assuntos relacionados à Química, Biologia, Computação, Engenharia, Estatística, Filosofia, Física, História, Matemática, Sociologia, entre outras ciências.
“O Brasil é o primeiro país sul-americano a fazer parte do festival e o sucesso estrondoso de 2016 mostra que os brasileiros amam ciência e querem realmente matar sua sede de conhecimento”, destaca Michael Motskin, diretor e fundador do Pint of Science. O festival nasceu em 2013 na Inglaterra e chegou ao país em 2015, quando o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP realizou o evento em São Carlos, no interior paulista, colocando o Brasil no mapa do evento.
Em 2016, o número de municípios brasileiros participantes aumentou para sete e, neste ano, chegará a 22: além das dez cidades paulistas já citadas, Belo Horizonte (MG), Blumenau (SC), Brasília (DF), Curitiba (PR), Dourados (MS), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Teresina (PI) também sediarão palestras.
O evento é gratuito e as pessoas só pagarão o que consumirem nos locais em que acontecerão os bate-papos científicos. “A ciência brasileira enfrenta uma de suas maiores crises de financiamento e credibilidade. Por isso, divulgá-la nunca foi tão importante e tão urgente quanto agora”, explica a coordenadora nacional do evento, Natalia Pasternak Taschner, que é doutora em Bacteriologia Molecular pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP.
VOLUNTÁRIOS – O Pint of Science é organizado por grupos de voluntários nas cidades em que é promovido. O desafio deles é levar o conhecimento científico à população de uma forma descomplicada, possibilitando ao público esclarecer dúvidas diretamente com os especialistas. “Restaurantes, cafés e bares também são lugares adequados para os cientistas divulgarem suas pesquisas. Nosso objetivo é mostrar que, sem ciência, tecnologia e inovação, não existe desenvolvimento”, acrescenta Natalia.
De acordo com a coordenadora, o evento possibilita, ainda, que a população conheça como é o trabalho de um pesquisador. Dessa forma, cria-se a oportunidade para uma comunicação mais informal, descontraída e humana entre os cientistas e a população. “É um momento para nos unirmos e fazermos um brinde à Ciência, rompendo todas as fronteiras”, conclui.
Em âmbito nacional, o festival é patrocinado pela Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, eScience Unicamp, Galoá e por quatro Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP): o Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria; o Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos; o Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros; e o Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades.
Informações atualizadas em 18/04/2017