Phelipe Janning/Agência Fapesp
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Farinassi, Godoy Júnior e Viagi, da SANergya
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A startup brasileira SANergya, criada por estudantes de mestrado e professores da Universidade de Taubaté (Unitau), no Vale do Paraíba, sagrou-se vencedora da primeira edição da Global Biobased Business Competition (G-BIB), cuja final ocorreu durante a Brazilian Bioenergy Science and Technology Conference (BBEST).
Como prêmio, a equipe receberá € 10 mil para executar o projeto de negócio que desenvolveu – um sistema inovador que consegue produzir biogás, biofertilizantes e enxofre a partir da fermentação anaeróbica de efluentes.
“Não imaginávamos vencer a final internacional”, disse o Engenheiro de Alimentos Fabrício Miguel Farinassi, mestrando em engenharia de produção na Unitau e integrante da SANergya. Colaborador do Conselho, Farinassi ministrou, em 2013, os minicursos “Biotecnologia aplicada em processos industriais” e “Manutenção Produtiva Total aplicada às Indústrias Químicas”. Esta edição publica artigo onde ele dá mais detalhes sobre o projeto vencedor da G-BIB.
A competição selecionou o melhor modelo de negócios baseado na produção sustentável nas áreas de biocombustíveis e biomateriais. Além do time brasileiro, a competição incluiu uma equipe da Holanda e outra da Alemanha, cujas propostas de negócios eram substituir corantes artificiais por naturais nas indústrias de alimentos e cosméticos, entre outras.
“Foi uma decisão difícil para o júri”, disse Patricia Osseweijer, do BioInnovation Growth Mega-Cluster – consórcio de instituições públicas e privadas líderes em biocombustíveis da Alemanha, Holanda e Bélgica –, que promove a competição. “Os modelos de negócios das três equipes finalistas eram bem diferentes e apresentam vantagens e desvantagens. Mas, no final, o júri decidiu escolher um modelo de negócios com maiores chances de ganhar escala mais rapidamente”, explicou.
A SANergya vai usar o prêmio para montar uma planta-piloto dentro da Amyris, uma companhia de biotecnologia norte-americana instalada na cidade de Brotas, interior de São Paulo. Isso a permitirá demonstrar o projeto para clientes e fazer o negócio deslanchar, previu Farinassi.
SUSTENTÁVEL – A startup brasileira desenvolveu um sistema de biodigestão de efluentes que utiliza biorreatores e bactérias, sem criar passivo ambiental e que valoriza os subprodutos da biometanização. O processo permite tratar o biogás oriundo de efluentes e converter o sulfeto de hidrogênio (H2S) – a parte corrosiva do biogás – em enxofre elementar. “No sistema convencional de biodigestão de efluentes, o biogás é tratado em filtros que, com o tempo, saturam, gerando um passivo ambiental indesejável para as empresas”, comparou Farinassi.
Em sua primeira edição, a G-BIB reuniu estudantes de mestrado e doutorado de universidades da Alemanha, Holanda e do Brasil. A etapa brasileira contou no total com a participação de 18 equipes inscritas. Entre elas foram selecionadas oito finalistas que se apresentaram no dia 3 de julho, no auditório da Fapesp. A ganhadora foi a SANergya, formada pelos professores Ederaldo Godoy Junior, Arcione Ferreira Viagi, e pelos mestrandos Farinassi e Rafaela Cunha.
Antes daquela final, os competidores participaram de uma master class no dia 10 de maio, em que aprenderam a estruturar um modelo de negócios baseado em Canvas – uma ferramenta de planejamento estratégico que permite desenvolver e esboçar modelos de negócios novos ou já existentes.
As matérias sobre a BBEST e GBIB basearam-se em reportagens produzidas pela Agência Fapesp.