Palestras trataram de transporte de produtos e melhorias na comunicação do setor
Em dois dias de realização, o 17º Congresso de Atuação Responsável dividiu os ciclos de palestras em salas temáticas. Atualidades sobre a legislação brasileira de substâncias químicas, segurança no transporte de produtos, qualidade do ar e os desafios da comunicação do setor em um mundo conectado foram alguns dos assuntos abordados.
O Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade (Sassmaq), mantido desde 2001 pela Abiquim, foi o foco das palestras e debates da sala temática “Segurança no Transporte de Produtos Químicos”. Voltado para a análise, prevenção e mitigação de acidentes, o programa já lançou três edições a respeito do modal rodoviário (2001, 2005 e 2014) e duas sobre limpeza (2007 e 2016). Para 2019, está programada uma edição específica para contêineres.
Fotos: Alex Silva
Lainha: mais de 11 mil emergências em 40 anos
Gerente corporativo de Segurança e Meio Ambiente para a América Latina da Rhodia/Solvay, o Engenheiro Químico Vlamir Kanashiro justificou a demanda por uma edição do Sassmaq para contêineres considerando a expressiva movimentação de produtos químicos no Porto de Santos e o consequente risco de acidentes graves, como os que envolveram as empresas Ultracargo (2015) e Localfrio (2016).
O Engenheiro Químico Fernando Franco de Oliveira, da área de Logística da Basf e coordenador da Comissão Consultiva do Sassmaq, destacou a relação deste com o programa Atuação Responsável e o estabelecimento de um padrão de exigência, fator que, segundo ele, gera melhorias contínuas no transporte de produtos e redução de acidentes.
Críticas devem ser enfrentadas, diz Figueiredo
Marco Antônio José Lainha, da Comissão de Estudos de Acidentes mantida pela Cetesb, apresentou dados sobre emergências químicas no estado de São Paulo: de 1978 a 2017, foram registradas 11.055 ocorrências, sendo que a maior parte (45,36%) foi no transporte rodoviário, situação que, segundo ele, não é diferente em outros estados brasileiros. A causa mais frequente neste modal foi o vazamento de líquidos inflamáveis. De acordo com Lainha, os riscos para o meio ambiente envolvem possíveis contaminações do ar, da água e do solo.
COMUNICAÇÃO – O presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, apontou a responsabilidade dos profissionais da área de comunicação para com a defesa dos benefícios proporcionados pela indústria química em prol do desenvolvimento sustentável. “Críticas como as que estão sendo feitas aos produtos plásticos, a exemplo dos canudinhos [uma referência à lei sancionada em julho e que proibiu o uso de canudos plásticos em quiosques, bares e restaurantes na cidade do Rio de Janeiro], devem ser enfrentadas com ações, especialmente nas mídias sociais”, salientou. Figueiredo lembrou que tanto os canudinhos quanto os copos plásticos foram adotados para evitar a proliferação de doenças como a tuberculose (confira nesta edição uma reportagem sobre o Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico - PICPlast, que inclui ações de comunicação sobre a importância dos plásticos).
O diretor geral da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), Hamilton dos Santos, levantou seis pontos relevantes para a comunicação do futuro, visando preservar a reputação das organizações: leveza, rapidez, multiplicidade, visibilidade, exatidão e consistência. O jornalista também foi o mediador do debate que envolveu os demais palestrantes: Paulo Henrique Soares Leal, diretor de comunicação do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram); Luiz Serafim, responsável pelo marketing corporativo da 3M; e Mauro Segura, diretor de comunicação e marketing da IBM.
Os principais temas discutidos na sala temática foram os impactos decorrentes da revolução digital sobre os processos comunicacionais, códigos de ética e conduta, uso de inteligência artificial, mudanças comportamentais de empregados e consumidores, formas de engajamento via mídias sociais e produção de conteúdo.