A indústria do plástico desenvolveu o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas. O lançamento aconteceu dia 6 de dezembro, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, juntamente com a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Uso Responsável de Embalagens Plásticas, composta por 51 deputados.
Segundo o Engenheiro Químico Francisco de Assis Esmeraldo, presidente do Instituto Sócio-ambiental dos Plásticos (Plastivida), o primeiro objetivo do programa é promover a melhoria da qualidade das sacolas plásticas usadas no varejo, visando à redução da prática de "reforçar" a embalagem. "Nos últimos dez anos, o peso suportado pelas sacolinhas caiu 50%", conta Esmeraldo. Isso faz com que, hoje, seja necessário usar duas ou três sacolas para transportar produtos mais pesados como garrafas e caixas de leite. A idéia do programa é estimular a adequação das sacolas ao padrão de qualidade estabelecido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) na NBR 14937:2005. No lançamento do programa, representantes dos fabricantes de sacolas e de supermercados assinaram um protocolo de intenções, comprometendo-se a fabricar produtos que obedeçam à norma. O documento foi assinado pelas associações brasileira e paulista de supermercados (ABRAS e APAS), pela Associação Brasileira de Embalagens Flexíveis (Abief), pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e o próprio Plastivida, de acordo com Esmeraldo.
O programa também pretende promover campanhas para estimular o reúso das sacolas plásticas. Acondicionar o lixo e proteger sapatos e cosméticos em malas de viagem são apenas algumas das formas de reaproveitamento das embalagens disponíveis no mercado. Segundo o presidente da Abiplast, Merheg Cachum, existem muitos outros. "É só imaginar tudo o que você pode por numa sacola", explica.
O estimulo à reciclagem também faz parte dos objetivos do programa. De acordo com o presidente do Plastivida, entidade que tem como um de seus objetivos promover a utilização ambientalmente correta dos plásticos, o índice de ociosidade das indústrias de reciclagem de plásticos chega a 40% da capacidade de processamento. "Falta coleta seletiva, que é o nosso grande gargalo", constata Esmeraldo.
Em setembro do ano passado, a Prefeitura de São Paulo lançou a campanha "Eu não sou de plástico", pedindo à população que, ao invés de utilizar as sacolas plásticas fornecidas pelos supermercados, passasse a ir a tais estabelecimentos com bolsas de materiais não-descartáveis, como tecidos. Na opinião do presidente do Plastivida, ao propor que as pessoas carreguem consigo suas próprias sacolas, é preciso levar em consideração que a maioria delas faz suas compras a pé ou utilizando o serviço público de transportes, aproveitando ocasiões como a saída do trabalho. Ele ressalva, contudo, que a campanha teve o mérito de alertar a população para não usar desnecessariamente as sacolas descartáveis.
Além do Plastivida, participam do programa: a Abiplast, a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief) e o Instituto Nacional do Plástico (INP).