Reduzir a contaminação da água pelo óleo de cozinha e contribuir para a inserção de um combustível de fonte renovável no mercado. Com o Programa Biodiesel em Casa e nas Escolas, o Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas (Ladetel) do campus de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) consegue atingir esses dois objetivos. Implantado em 2006, ele recolhe os resíduos do óleo de fritura de restaurantes e residências para transformá-los em biodiesel.
Para estimular a coleta residencial, agentes do programa vão até as escolas e dão palestras aos alunos explicando que o óleo jogado na pia, além de poder provocar o entupimento dos esgotos, contamina os mananciais de água, causando, entre outros problemas, a morte de peixes. Eles são, então, convidados a levar os resíduos do óleo utilizado em suas casas para as escolas, onde são recolhidos pelo programa. Cada vez que um aluno leva uma garrafa de óleo, recebe um cupom para concorrer a prêmios, como bicicletas. O sorteio é realizado quando a instituição de ensino acumula 2 mil litros
de óleo.
O Programa Biodiesel em Casa e nas Escolas atua em 25 municípios paulistas e mineiros. O biocombustível gerado é empregado em testes que verificam o seu desempenho em automóveis, tratores e máquinas de uso industrial, quando adicionado ao diesel em diferentes concentra- ções. Para tanto, o laboratório mantém convênios com a Peugeot Citröen (automóveis), a Valtra (tratores) e a mineradora Rio Paracatu (máquinas industriais). Outras 80 empresas, aproximadamente, contribuem para manter o programa.
O coordenador da iniciativa é o Bacharel em Química com Atribuições Tecnológicas Daniel Armelim Bortoleto, aluno de pós-graduação da USP/Ribeirão Preto. Além dele, participam do projeto os pós-graduandos Vinícius Demacq Sellani e Márcia Alexandra Rampim e a estudante de graduação Benny Francis. Todos são orientados pelo Químico Industrial e professor Miguel Dabdoub.
O Programa Biodiesel em Casa e nas Escolas rendeu o título de Jovem Embaixadora Ambiental a outra integrante da equipe, a estudante de Bacharelado em Química com Atribuições Tecnológicas Camila Krammerer. Promovido pela Bayer e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA/ONU), o prêmio é destinado a estudantes de vários países que participam de projetos que visam ao desenvolvimento sustentável. Krammerer ficou na Alemanha de 17 a 26 de novembro do ano passado, ao lado de outros 60 estudantes premiados de vários países. Nos encontros, ela apresentou o programa desenvolvido em Ribeirão Preto.