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Mai/Jun 2007 

 


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História - Guimarães Filho, o presidente que ergueu a nova sede


O Químico Industrial Olavo de Queiroz Guimarães Filho foi o quarto presidente do CRQ-IV, tendo dirigido a entidade de 1981 a 2003, ano em que faleceu. Foram várias as suas realizações, mas a que tem maior visibilidade foi a construção da atual sede da entidade, inaugurada em 2002, e que foi batizada com seu nome.

Nascido em 1914, em Jundiaí/SP, Guimarães Filho iniciou seus estudos numa escola construída por sua família. Depois de passar pelos tradicionais colégios São Luiz e Rio Branco, em São Paulo, ingressou no Mackenzie, onde se graduou.

Em 1938, depois de estagiar no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), embarcou para a Europa e lá permaneceu por cerca de dois anos estudando a produção do cimento. Seu roteiro incluiu Inglaterra e Suécia, mas a maior parte da viagem foi dedicada a um estágio na dinamarquesa FLSmidth, uma das maiores produtoras de cimento da Europa e que em 2007 completa 125 anos de fundação.

A viagem foi custeada pelo pai de Guimarães Filho, que na época integrava o grupo empresarial responsável pela criação, em 1937, da Companhia de Cimento Portland Itaú. Assim, enquanto o ex-presidente do CRQ-IV adquiria conhecimento na Europa, erguia-se na pequena cidade de Itaú de Minas (MG) a primeira fábrica de cimento da companhia.

De volta ao Brasil, Guimarães Filho foi trabalhar na Cimento Itaú, exercendo a função de Químico e Responsável Técnico. Permaneceu na empresa por mais de 30 anos, tendo chegado a ocupar o cargo de diretor. Um de seus trabalhos de maior destaque na Itaú foi a criação da Mineradora Ponta da Serra, em Pernambuco, no ano de 1947.

Sarah Siqueira Queiroz Guimarães, viúva do ex-presidente, conta que ele viajava por todo o Brasil a fim de estudar a viabilidade de instalação de novas fábricas. Quando saiu da Itaú, em 1976 – com a venda para a Votorantim Cimentos –, a empresa possuía sete fábricas, além da mineradora e da Cal Itaú. O cimento produzido pela companhia foi usado na construção de grandes obras, como a usina hidrelétrica de Ilha Solteira (SP), a ponte Colombo Salles, em Florianópolis (SC), e Brasília.

Uma das unidades da empresa que merece destaque é a fábrica instalada em Corumbá (MS), na década de 1950, de cuja inauguração participou o então Presidente da República Juscelino Kubitschek. No discurso dirigido ao ex-presidente do Brasil, Guimarães Filho ressaltava: "O cimento - elemento essencial a todo o progresso - tornou-se imprescindível a toda essa vasta zona internacional", referindo-se à proximidade de Corumbá da fronteira com países sul americanos.

CRQ-IV - Mas "a menina dos olhos do Olavo era o CRQ-IV", assegura dona Sarah. O Químico Industrial tornou-se conselheiro em 1963, quando a entidade ainda estava instalada numa sala alugada no edifício do Banespa, no centro de São Paulo. Acompanhou e participou diretamente da evolução do patrimônio da entidade, dos serviços prestados e da conquista de prestígio do Conselho. Ocupou os cargos de tesoureiro e vice-presidente até ser eleito presidente, em 1981.

À frente do CRQ-IV, Guimarães Filho foi responsável pela implantação de vários programas destinados a estreitar sua relação com os profissionais e empresas da área. Em sua gestão, foram criados o posto de atendimento de Campo Grande (MS) e os plantões de atendimento em escolas do interior paulista, o que reduziu a necessidade de locomoção dos profissionais até São Paulo para registro ou solução de pendências na entidade. O ex-presidente foi também responsável pela implantação das palestras sobre regulamentação profissional para formandos da área química, que são ministradas até hoje.

Guimarães Filho esteve, ainda, à frente da criação do Informativo CRQ-IV, que há vários anos é o veículo de comunicação da área química de maior tiragem do País, com uma média de 70 mil exemplares por edição. Ainda na sua gestão, foi criado e reformulado o site do Conselho, canal de comunicação que facilita o atendimento ao profissional, além de permitir divulgação rápida de eventos, cursos e matérias pertinentes ao setor químico. Também coube ao ex-presidente reativar os prêmios Fritz Feigl e CRQ-IV, interrompidos em meados da década de 1980 por restrições legais impostas ao orçamento dos órgãos públicos.

Preocupado em facilitar o ingresso e a reinserção de profissionais no mercado de trabalho, o ex-presidente apoiou a criação da Bolsa de Empregos CRQ-IV, em parceria com o Sindicato dos Profissionais da Química do Estado de São Paulo. Foi também durante a sua administração que o Conselho criou o Ciclo de Palestras CRQ-IV. O objetivo era oferecer uma ferramenta de atualização técnica para os profissionais. As palestras são realizadas desde 1998 na sede da entidade. Em 2006, já na gestão do presidente Manlio de Augustinis, o programa chegou ao interior paulista e ao Mato Grosso do Sul. No segundo semestre daquele ano, as palestras foram convertidas em minicursos gratuitos.

O interesse de Guimarães Filho pela qualidade da formação dos profissionais ficou mais evidente em 2001, quando o Conselho não aceitou o registro de um estudante de técnico em química que só fora aprovado graças a um recurso que apresentou ao Conselho Estadual de Educação. A escola o havia reprovado pela participação pequena nas aulas e pelas baixas notas obtidas nas provas. Para sustentar a decisão de indeferir o registro, Guimarães Filho argumentou que a função do CRQ-IV era zelar pelos interesses da sociedade nas questões relativas ao exercício profissional da química e, portanto, não poderia concordar com a decisão que aprovara um aluno considerado tecnicamente inapto por seus professores.

Por todas essas realizações, o nome de Olavo de Queiroz Guimarães Filho foi escolhido para batizar o edifício construído durante sua gestão para abrigar a nova sede do Conselho. O então presidente cuidou pessoalmente da escolha do terreno e do processo de seleção do projeto arquitetônico do prédio, que em pouco tempo se transformou numa referência para o setor químico. A qualidade exigida de todos os prestadores de serviços e fornecedores de materiais envolvidos na construção foi reconhecida por prêmios conferidos pela Associação Brasileira de Construção Metálica e pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura.

Já com a saúde debilitada, Guimarães Filho não pôde comparecer à cerimônia de inauguração do edifício, em setembro de 2002. Quando faleceu, em 27/12/2003, sua esposa fez questão de que o velório fosse realizado na sede do Conselho. "Ele nunca falou nada, mas eu tenho certeza de que era o que ele queria", assegurou Dona Sarah.

 
De família tradicional, ex-presidente colecionava objetos de arte
 
Olavo de Queiroz Guimarães Filho é descendente de uma tradicional família portuguesa, os Queiroz Telles, que recebeu de Dom João VI uma sesmaria para se estabelecer no Brasil. Seu bisavô, Antônio de Queiroz Telles, era o Barão de Jundiaí, fazendeiro e político. Sua casa na cidade de Jundiaí/SP foi transformada em museu – o Solar do Barão – e guarda pertences como uma cama adquirida para hospedar o imperador Dom Pedro II, em 1846. Dona Sarah, viúva do ex-presidente do CRQ-IV, está cuidando para que a residência seja tombada pelo patrimônio histórico.

Além do bisavô, o rol dos ancestrais ilustres do ex-presidente do CRQ-IV era composto pelo pai, Olavo de Queiroz Guimarães, médico que foi prefeito de Jundiaí de 1911 a 1927, e pelo tio-avô, Antônio de Queiroz Telles, o Conde de Parnaíba, que foi presidente da então Província de São Paulo de 1886 a 1887. Em sua curta gestão, o Conde construiu e inaugurou a Hospedaria dos Imigrantes, por onde passaram milhares de estrangeiros que chegaram ao Brasil no final do século XIX e início do XX
com destino às lavouras paulistas
de café.

O contato com peças seculares na casa do bisavô e dos familiares fez com que despertasse em Guimarães Filho o encanto pelas artes. Tornou-se um grande colecionador de pinturas, tapetes e objetos de prata que adquiria em suas viagens. Em 1969, ajudou a fundar a Associação dos Amigos da Arte de São Paulo (Sociarte). "Ele recebeu a Sociarte várias vezes em sua casa e, como tinha uma coleção importante, cedia as obras para exposições", conta Augusto Carlos Velloso, que também integra o corpo de fundadores da associação

 




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