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Mar/Abr 2007 

 


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História - Estímulo ao aperfeiçoamento técnico é política permanente


Ao longo de sua história, o CRQ-IV desenvolveu várias ações para valorizar a classe química, bem como para estimular a sua educação continuada. Até meados da década de 1980, tais ações concentraram-se na outorga de prêmios para estudantes e profissionais e na concessão de bolsas de estudos. Após um período de restrições legais que fizeram a entidade interromper essas políticas, foi retomada a concessão de prêmios e estabelecido um programa de palestras e cursos destinados à atualização técnica.

A primeira proposta de criar um prêmio para trabalhos desenvolvidos por estudantes surgiu em 1960, apenas três anos após a instalação do Conselho. Batizado como Prêmio CRQ-IV, ele foi conferido pela primeira vez em 1961 a um grupo de oito estudantes de Engenharia Química da Escola Politécnica da USP, por uma pesquisa desenvolvida na área de Bioquímica. Os vencedores receberam um prêmio de 50 mil cruzeiros e diplomas.

Naquela época, o Conselho premiava o melhor trabalho de cada escola que mantivesse cursos superiores na área química e inscrevesse as pesquisas de seus alunos. Vale destacar que, nas décadas de 1960 e 1970, isso era possível porque o número de cursos de graduação era pequeno se comparado ao de hoje.

Em 1970, o então estudante de Bacharelado em Química Henrique Eisi Toma foi um dos ganhadores do Prêmio CRQ-IV, com o trabalho "Spot tests associados à cromatografia em fase gasosa". O dinheiro foi usado na compra de livros que ele consulta até hoje. O Prêmio CRQ-IV foi o primeiro de outros quinze que Toma receberia ao logo de sua carreira acadêmica.

Em 2001, como professor do Instituto de Química da USP, Henrique Toma recebeu do Conselho o Prêmio Fritz Feigl. O pesquisador conta que a homenagem foi muito importante em sua carreira, principalmente porque veio numa época em que estava considerando se valia a pena continuar na pesquisa científica. Para Toma, o Prêmio Fritz Feigl diferencia-se dos demais porque não considera um único trabalho, mas todo o histórico profissional dos candidatos.

O Prêmio Fritz Feigl foi criado em 1977, durante a presidência do Químico Industrial Carlos Eduardo Paes Barreto. Trata-se de um concurso aberto a todos os profissionais em situação regular no CRQ-IV. Nos anos pares, podem concorrer aqueles que atuam na indústria; nos anos ímpares, os que trabalham nas áreas de pesquisa e/ou magistério. Atualmente, o vencedor do Fritz Feigl recebe a importância líquida de R$ 40 mil, um troféu e um certificado.

O nome do prêmio é uma homenagem a um dos mais conceituados químicos analíticos da história. Nascido na Áustria, naturalizou-se brasileiro e desenvolveu aqui a maior parte de suas pesquisas. A viúva do cientista, Regine Feigl, participou da cerimônia de entrega da primeira edição do prêmio (foto).

Paralelamente à promoção dos prêmios, o Conselho mantinha um programa de concessão de bolsas de estudo para alunos de cursos superiores da área química. Iniciado em 1963, ele beneficiava tanto alunos de escolas particulares que tinham dificuldades em pagar a mensalidade quanto os de instituições públicas que não tinham condições de manter-se no curso.

Anualmente, com base em seu orçamento, o Conselho estabelecia um número total de bolsas que seriam concedidas (cerca de 45) e as dividia entre as escolas participantes do programa. Cabia a elas, então, encaminhar ao Conselho uma relação dos alunos que teriam direito ao benefício. Os escolhidos passavam a receber dez salários mínimos por ano, de março a dezembro. Um ano após terminar o curso, começavam a devolver o dinheiro recebido ao Conselho. Mensalmente, pagavam um salário mínimo até atingir o valor total da bolsa concedida.

O Conselho seguiu concedendo bolsas e conferindo os prêmios CRQ-IV e Fritz Feigl até meados da década de 1980, quando restrições legais impostas aos orçamentos das entidades públicas o obrigaram a interromper estes programas.

Em 1996, o então presidente Olavo de Queiroz Guimarães Filho reativou o Prêmio Fritz Feigl que, na forma de concurso, garantia ao vencedor um diploma, uma medalha e R$ 30 mil livres de impostos.

Em 1997, também na forma de concurso público, foi reativado o Prêmio CRQ-IV. Devido ao expressivo aumento da oferta de cursos da área química, não era mais possível premiar um trabalho de cada escola. Foram criadas, então, quatro categorias: Química de Nível Médio, Química de Nível Superior, Química de Nível Superior com Tecnologia e Engenharia da área Química. Atualmente, os responsáveis pelos trabalhos vencedores (alunos e orientadores) em cada categoria recebem, juntos, R$ 9,6 mil e certificados.

Palestras - Depois de reativar os dois prêmios, o Conselho passou a investir, também, na atualização técnica dos profissionais da química. Assim, em 1998, foi criado o Ciclo de Palestras CRQ-IV. Nesses nove anos de existência, já foram tratados nas palestras assuntos pertinentes a várias áreas da química: de controle de pragas a nanotecnologia, de cromatografia a temas ligados à preservação e recuperação do meio ambiente. Sempre gratuitas, as palestras desper- tam tanto interesse que, em geral, suas vagas são preenchidas poucas horas após a abertura das inscrições.

Inicialmente, todas as palestras eram realizadas na capital paulista, onde está a sede do CRQ-IV. Em 2006, contudo, ano em que se comemorou o cinqüentenário da Lei 2.800/56 – que criou o Sistema CFQ/CRQs –, os eventos, com o patrocínio da Caixa Econômica Federal (CEF), começaram a ser realizados também no interior de São Paulo e em Campo Grande (MS). No segundo semestre daquele ano, as palestras foram convertidas em minicursos de oito horas, também gratuitos. Novamente apoiado pela CEF, o CRQ-IV programou mais minicursos para este ano (veja matéria na página 9), como parte das comemorações pelos seus 50 anos de instalação.

Além de promover treinamentos, a partir dos anos 1990 o Conselho passou a firmar acordos que proporcionaram descontos e até mesmo bolsas de estudos integrais para os profissionais da química nos cursos promovidos por empresas e entidades parceiras. As bolsas são concedidas por meio de sorteios divulgados neste Informativo ou no site. Só no ano passado foram distribuídos mais de R$ 86 mil em bolsas para cursos, seminários e até pós-graduações.

Bolsa de Empregos - Em abril de 2001, o Conselho deu inicio à prestação de um serviço que até hoje beneficia profissionais, estudantes e empresas da área química: a Bolsa de Empregos.

Criado em parceria com o Sindicato dos Profissionais da Química do Estado de São Paulo (Sinquisp), o serviço é gratuito e facilita o contato entre os profissionais que procuram empregos, estudantes que buscam estágios e as empresas que precisam contratar.

Nestes seis anos de funcionamento, a Bolsa divulgou vagas anunciadas por mais de mil empresas e cerca de 15 mil currículos. Só neste ano foram divulgadas 72 ofertas de emprego.
 
Ex-bolsista é gerente em empresa do NE

O Engenheiro Químico José Alberto Sufredini Jorge foi um dos que se formou com o auxilio das Bolsas CRQ-IV. "Era um salário mínimo, só que, naquela época, o dinheiro era mais valorizado; então, a bolsa me ajudou muito", lembra o profissional, formado pela Faculdade Santa Cecília (Santos/SP), em 1978.

Ele construiu sua carreira atuando no setor de tratamento de águas, uma atividade privativa da classe química. Começou como estagiário, na companhia de saneamento básico da baixada santista. Depois de formado, foi atender a usinas sucroalcooleiras no interior de São Paulo, como técnico da Drew Produtos Químicos. Hoje, aos 60 anos, trabalha como gerente regional da Nalco do Brasil, nos estados do Nordeste.




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