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Nov/Dez 2020 

 


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Fórum de Ensino Superior discute aplicações e desafios da nanotecnologia


Em sua sétima edição, evento reuniu, virtualmente, especialistas na área e cerca de 90 participantes

 

Macrovector/br.freepik.com

A Comissão Técnica de Ensino Superior (CTES) do CRQ-IV promoveu, em 23 de outubro, a sétima edição do Fórum de Ensino Superior da Área Química. Neste ano, o evento – realizado pela primeira vez de forma virtual – reuniu cerca de 90 participantes, entre professores, representantes de curso e estudantes, e tratou da ampla gama de aplicações da nanotecnologia na atualidade e os desafios para sua consolidação nas mais diferentes áreas, como as de saúde e meio ambiente. A iniciativa teve o apoio do Sindicato dos Químicos, Químicos Industriais e Engenheiros Químicos do Estado de São Paulo (Sinquisp)

Dagoberto Nogueira/NTAI-Mackenzie

Pedrotti falou sobre nanossensores

Mediado por Maria Aparecida Carvalho de Medeiros, membro da CTES e professora da Faculdade de Tecnologia da Unicamp, o encontro teve palestras dos docentes Jairo José Pedrotti, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, e Henrique Eisi Toma, do Instituto de Química da USP; e do Químico Gustavo Simões, cofundador e CEO da Nanox, empresa que desenvolve, produz e fornece produtos por sínteses inorgânicas, em especial os baseados em nanotecnologia.

A primeira palestra foi ministrada pelo professor Pedrotti e abordou o tema nanomateriais aplicados a sensores eletroquímicos. Usados em diversas áreas – ambiental, biológica, farmacêutica etc. –, esses nanossensores são utilizados, por exemplo, para a realização de controle de qualidade. O docente da Escola de Engenharia do Mackenzie apontou vantagens de se empregar materiais como o grafeno em escala nanométrica (que possuem estruturas com dimensões de 1 a 100 nanômetros). Para efeito de comparação, um nanômetro equivale à bilionésima parte de um metro, ou 10-9 m.

Arquivo pessoal

Simões, CEO da empresa Nanox

Em seguida, Gustavo Simões, da Nanox, falou sobre nanoestruturas de prata para desinfecção. A utilização da prata como agente microbiano para eliminar microrganismos é antiga, segundo o Químico, que citou como exemplo a aplicação em filtros de tratamento de água. Além de suportar elevadas temperaturas e de ter alto desempenho mesmo em uma baixa concentração, o elemento pode ser incorporado a diferentes materiais, como polímeros, para criar materiais híbridos aditivados com um desempenho superior. Simões mostrou resultados de testes realizados com aditivos desenvolvidos pela Nanox. Um deles foi capaz de eliminar 99% do novo coronavírus (Sars-CoV-2), causador da Covid-19.

Encerrando o ciclo de palestras, o professor Henrique Eisi Toma, vencedor dos prêmios Fritz Feigl (em 2001) e CRQ-IV (em 1970, como estudante, e em 2004 e 2017, como orientador), falou sobre a evolução da nanotecnologia ao longo das últimas décadas, com destaque para a busca pela consolidação da “nanotecnologia supramolecular”. Segundo disse, essa técnica permite o desenvolvimento de “moléculas inteligentes”, viabilizando processos químicos altamente organizados e ganhos expressivos de eficiência com a automontagem de estruturas moleculares, por exemplo.

CRQ-IV

  Toma, da USP, falou sobre a evolução da técnica

Atualização – Ao final do evento, foi promovida uma rodada de perguntas do público aos especialistas convidados. Um dos participantes foi o Licenciado em Química Marcos Canto Machado, 35 anos, de Indaiatuba. Mestre em Química pela Unesp e doutor em Ciências Ambientais pela USP, ele atua como professor de cursos técnicos e de tecnologia na Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura (Fiec), instituição que mantém os cursos Técnico em Química e Técnico em Meio Ambiente certificados com o Selo de Qualidade CRQ-IV (veja nesta edição mais informações sobre o programa que valoriza os melhores cursos de formação na área química).

Arquivo pessoal

Machado: fóruns trazem temas relevantes

Na avaliação de Machado, os fóruns das comissões técnicas do CRQ-IV “sempre trazem temas atuais e relevantes. Meus trabalhos como professor e orientador de projetos pressupõem constante atualização sobre os temas relacionados à área química e o Fórum de Ensino Superior sempre contribui para isto”.

O profissional também salienta que as palestras trouxeram informações para Machado: fóruns trazem temas atuais e relevantes além de teorias e conceitos, relacionando estas a questões práticas que, muitas vezes, ficam limitadas à comunidade acadêmica e ao ensino em nível de pós-graduação. “Pretendo utilizar os assuntos tratados em exemplos durante as minhas aulas, bem como inseri-los diretamente em componentes curriculares para que os alunos tenham maior contato com esta área de vanguarda”, explica, referindo-se à nanotecnologia.

Histórico – Reunir representantes da academia e do mercado, intermediando o acesso de alunos e docentes às mais recentes tendências nos diferentes campos abrangidos pela Química, sempre foi o objetivo do Fórum de Ensino Superior da Área Química, tradicionalmente realizado na sede do CRQ-IV e que, pela primeira vez, em razão das medidas de enfrentamento à pandemia de Covid-19, foi promovido virtualmente, por meio do aplicativo Zoom Cloud Meetings.

A primeira edição ocorreu em 2014 e teve como foco as perspectivas do mercado para os profissionais do setor. Nos anos seguintes, os temas centrais abordaram diferentes segmentos de atuação dos profissionais da Química: sustentabilidade e inovações tecnológicas (2015), avanços na identificação e determinação de substâncias (2016), polímeros e suas aplicações (2017), tecnologia de alimentos e bebidas (2018) e química forense (2019).

 

 

 

 





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