O CRQ-IV sediou e apoiou importantes eventos voltados à indústria, pesquisa e educação nos meses de outubro e novembro. A Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC) realizou um seminário sobre produtos orgânicos e naturais; a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reuniu laboratórios e indústrias de saneantes para discutir as análises apresentadas para registro de produtos; a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e a Associação Brasileira de Engenharia Química (ABEQ) realizaram o I TECNIQ; a Sociedade Brasileira de Química (SBQ) promoveu o II Encontro Nacional de Coordenadores de Cursos de Graduação em Química.
Anvisa habilitará laboratórios de indústrias de saneantes - Em reunião com representantes das indústrias de produtos saneantes no plenário do CRQ-IV, dia 17 de novembro, técnicos das gerências gerais de Saneantes (GGSAN) e Laboratórios (GGLAS) da Anvisa anunciaram que a agência passará a habilitar laboratórios de empresas na Rede Brasileira de Laboratórios (Reblas). Dessa forma, as próprias indústrias poderão fazer análises e emitir laudos para registro de seus produtos, o que reduzirá despesas com o processo, já que o serviço não precisará mais ser terceirizado.
Para serem habilitados pela GGLAS, os laboratórios terão de atender à NBR ISO/IEC 17.025. Segundo o assessor técnico da GGSAN, Ubiracir Fernandes Lima Filho, a habilitação na Reblas não terá custo. As empresas interessadas devem entrar em contato com a GGLAS, que enviará uma equipe ao laboratório para averiguar suas condições. O e-mail é
gglas@anvisa.org.br e o tel. (0xx61) 3448-6300/6361.
No dia 16, os técnicos da Anvisa reuniram-se com representantes de laboratórios prestadores de serviços, que já integram a Reblas, para discutir a padronização dos laudos emitidos para registro de saneantes. Segundo Lima Filho, "o problema é que os laudos são muitos distintos e vêm com uma quantidade de informações muito grande". A padronização tornará mais ágil o processo de avaliação dos pedidos de registro, afirmou.
Seminário discutiu produção de cosméticos orgânicos e naturais - Durante o evento promovido dia 26 de outubro pela ABC, representantes de entidades certificadoras de produção orgânica e desenvolvimento sustentável explicaram aos participantes os critérios para classificação dos produtos. O presidente do Instituto Biodinâmico (IBD), Alexandre Harkaly, demonstrou a diferença entre cosméticos orgânicos e naturais. No primeiro caso, 95% das matérias-primas precisam ser orgânicas; no segundo, apenas 5%.
Para atender às diretrizes do IBD, os fabricantes de cosméticos orgânicos ou naturais não podem utilizar insumos obtidos por processos de etoxilação, sulfonação, sulfatação, fosfatação, propoxi- lação ou polimerização. Diversas matérias-primas também são proibidas, como corantes e fragrâncias sintéticas, silicones, quaternários de amônio e os polietilenoglicóis.
Executivos de empresas também fizeram palestras. Sérgio Camargo, da Natura, falou sobre o trabalho de extração e certificação de plantas da floresta amazônica, que envolve comunidades da região.
Márcia Nogueira de Paula, da empresa Cognis, disse que o consumidor mudou o foco de suas exigências: a década de 1980 foi marcada pela preocupação com a segurança dos produtos. A partir de 1990 e no início do século XXI, as atenções voltaram-se para a ética no processo produtivo. Daí a busca pela produção de itens orgânicos ou naturais.
Sérgio Gonçalvez, da Croda, também falou sobre o mercado e a busca do consumidor por produtos de apelo natural. Contudo, chamou a atenção para a necessidade de as empresas estarem atentas às exigências legais que envolvem a exploração da biodiversidade brasileira.
Encontro discutiu tecnologia aplicada na indústria química - O Seminário sobre Tecnologia na Indústria Química (I Tecniq) ocorreu de 17 a 19 outubro e ocupou todos os espaços destinados a eventos da sede. A promoção e a organização foram da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e da Associação Brasileira de Engenharia Química (Abeq). Perto de 200 profissionais participaram.
Cerca de cem trabalhos foram apresentados em sessões técnica e painéis. Nas mesas-redondas, foram discutidos temas como desenvolvimento sustentável, nanotecnologia e inteligência tecnológica. Como entidade que apoiou o I Tecniq, o CRQ-IV obteve a cessão de dez vagas, que foram repassadas aos profissionais vinculados à entidade por meio de sorteio divulgado pelo site do Conselho.
SBQ reuniu coordenadores de cursos de graduação - O II Encontro de Coordenadores de Cursos de Graduação em Química, que aconteceu nos dias 16 e 17 de novembro, contou com a participação de 60 coordenadores vindos de nove estados. O presidente do CRQ-IV, Manlio de Augustinis, participou da abertura e falou sobre a preocupação da entidade em apoiar ações que aperfeiçoem a formação dos futuros profissionais da química.
No primeiro dia do encontro, houve palestras sobre três temas: Proposta Curricular Mínima, Interdisciplinaridade e o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). No segundo, os participantes dividiram-se em cinco grupos para discutir estes e outros temas. Durante a plenária final, as discussões giraram em torno do ensino à distância e da obrigatoriedade da iniciação científica.
Segundo o coordenador do evento, professor César Zucco, da Universidade Federal de Santa Catarina, os participantes concluíram que a iniciação cientifica, embora altamente recomendável, não deve ser obrigatória. Quanto ao ensino à distância, chegou-se ao consenso de que ele deve ser explorado, principalmente em disciplinas que não envolvem prática de química. Como exemplo, Zucco citou a matéria História da Química.
Os organizadores do encontro comprometeram-se a elaborar documento com um resumo das discussões e publicá-lo no site da SBQ (
www.sbq.org.br ). Foi a segunda vez que o CRQ-IV sediou esse evento, organizado pela SBQ, com apoio do Instituto de Química da USP.