O CRQ-IV participou das comemorações do Dia do Profissional da Química no Comando-geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos, com uma palestra ministrada pelo supervisor do Serviço de Fiscalização do Conselho, Aelson Guaita, dia 14/06. Ele falou sobre o histórico da profissão e o papel do Sistema CFQ/CRQs na fiscalização do exercício profissional para os técnicos da Divisão de Química do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) – uma das unidades do CTA.
O convite para ministrar a palestra veio do chefe da Divisão, o Engenheiro Químico José Alberto Saboya Holanda. “Eu vejo o trabalho do CRQ-IV e o admiro muito, por isso o chamei para dar uma palestra aqui”, afirma Sabóia.
Durante mais de uma hora depois da palestra, Guaita respondeu perguntas dos profissionais que atuam no CTA sobre questões salariais, registro de engenheiros, situação de estagiários e de técnicos provisionados, entre outros assuntos. “Foi bastante proveitoso porque o pessoal esclareceu várias dúvidas”, opina a Engenheira Química Rita de Cássia Dutra, responsável pelo laboratório de caracterização da entidade.
Na Divisão de Química do IAE, atuam mais de 90 químicos, sendo oito mestres e 12 doutores. Eles pesquisam e desenvolvem propelentes (combustíveis) e proteções térmicas para os foguetes produzidos pelo CTA para lançamento de satélites e mísseis. Três desses foguetes já foram exportados e usados por pesquisadores alemães para testar experimentos em ambiente de microgravidade.
O propelente desenvolvido pelos técnicos de São José dos Campos é sólido e tem como principal componente a resina polibutadieno hidroxilado (PBLH). Esta resina foi sintetizada na Divisão de Química do CTA para servir de matéria-prima ao combustível dos foguetes. Hoje, no entanto, também é empregada pelas indústrias na fabricação de selantes e em pinturas anticorrosivas.
Além do PBLH, o propelente ainda contém alumínio em pó, que aumenta sua capacidade de gerar energia, e o perclorato de amônio, que tem função oxidante. “O combustível do foguete não precisa de oxigênio da atmosfera para queimar; o nosso queima até no vácuo porque o oxigênio já está dentro dele”, esclarece Sabóia.
Há cerca de 25 anos, o Brasil importava matérias-primas para produzir propelentes. Com o avanço das pesquisas, atualmente, todos os produtos empregados na sua fabricação são nacionais.
Além da Divisão de Química, há no IAE os setores de Projetos, Meteorologia, Mecânica, Ensaios e Eletrônica.