Em 1997, o Brasil entrou para a lista de 16 países parceiros na construção da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Com isso, ganhou o direito de usar sua estrutura para realizar experimentos científicos e enviar um tripulante ao espaço, que antes passaria por um treinamento na NASA, a agência governamental responsável pelo programa espacial norte-americano. No ano seguinte, o tenente-coronel da Aeronáutica Marcos Cesar Pontes foi o escolhido para se tornar o primeiro astronauta brasileiro.
A principal vantagem da ISS é permitir que os cientistas estudem o comportamento de elementos, seres e equipamentos quando estão expostos a uma força gravitacional menor do que a da Terra.
Estudos em microgravidade também podem ser feitos em vôos suborbitais, mas, nessas situações, os pesquisadores têm cerca de 6 minutos apenas para realizar seus experimentos, o que inviabiliza muitos trabalhos.
Além da microgravidade, a ISS também oferece aos cientistas um ambiente mais próximo ao Sol, com maior intensidade de radiação.
Inicialmente, a viagem do brasileiro seria realizada a bordo de um ônibus espacial da NASA. No entanto, uma soma de fatores como a falta de verbas para que o Brasil cumprisse toda a sua parte no acordo para construção da ISS e as explosões da nave Columbia e do Centro de Lançamento de Alcântara, em 2003, contribuíram para adiar o vôo de Pontes.
Firmou-se então um acordo com a Rússia, pelo qual o astronauta embarcou na nave espacial Soyus TMA-8 – que em russo quer dizer esperança –, lançada em 29 de março. Lá, ele permaneceria por oito dias, durante os quais teria a função de executar os experimentos dos institutos de pesquisa brasileiros. Viajaram com Pontes o russo Pavel V. Vinogradov e o americano Jeffrey N. Williams.
Em homenagem aos cem anos do vôo de Alberto Santos Dumont a bordo do 14 BIS, a viagem do astronauta Marcos Pontes foi batizada como “Missão Centenário”.