O mundo comemorou em 05 de junho o
Dia Mundial do Meio Ambiente. Trata-se de uma data de grande importância e que, para os profissionais da química em particular, deve ser sempre respeitada e lembrada. É fato que atividades do setor podem representar riscos, mas também é verdade que hoje existe uma consciência sedimentada a respeito e que grande parte das indústrias e profissionais da química vem atuando de modo a minimizar ou até mesmo eliminar possíveis danos aos ecossistemas. Os investimentos em pesquisas, a adoção de medidas de prevenção e remediação de problemas e os compromissos assumidos por empresas e profissionais têm sido decisivos para que seja alcançado o equilíbrio entre a natureza e o bem-estar proporcionado pelo desenvolvimento tecnológico.
A preocupação das indústrias químicas com a preservação do meio ambiente ganhou força com a criação do
Responsible Care, em 1985, no Canadá, pela
Canadian Chemical Producers Association. O sistema foi implantado no Brasil em 1992 pela Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM) e por aqui ganhou o nome de
Atuação Responsável. Ele está alicerçado em 12 princípios, entre os quais se destacam o compromisso da indústria em assumir o gerenciamento ambiental como expressão de alta prioridade e a promoção do senso de responsabilidade individual com relação ao meio ambiente, segurança e saúde ocupacional e a prevenção de todas as fontes potenciais de risco.
Cerca de 80% das empresas registradas no CRQ-IV são indústrias e não há atividade industrial que não gere rejeitos que podem agredir o meio ambiente. Porém, os mesmos cuidados que a maioria das empresas toma em relação à qualidade do produto e à segurança do processo industrial também são dispensados às ações para a preservação ambiental. E o profissional da química participa desse jogo controlando, caracterizando e aplicando seus conhecimentos para eliminar de maneira correta parte substancial dos resíduos inerentes ao processo produtivo.
"Nos últimos anos, várias indústrias pediram o desmembramento da Responsabilidade Técnica ou passaram a indicar mais de um profissional para a função e isso, em geral, se deu porque elas entenderam a necessidade de manter um profissional para responder especificamente pela área ambiental", disse Wagner Contrera Lopes, gerente de fiscalização do Conselho.
Tal preocupação foi rapidamente percebida pelas instituições de ensino, que passaram a criar cursos destinados a formar profissionais especializados. Atualmente, dos mais de 400 cursos cadastrados no CRQ-IV perto de 25% têm o meio ambiente como foco. A distribuição desses cursos está assim: 85 de nível médio e 33 de nível superior. Técnico em Meio Ambiente, Técnico Ambiental, Técnico em Saneamento, Tecnólogo Ambiental, Tecnólogo em Saneamento Ambiental, Engenheiro Ambiental e Engenheiro Sanitário são alguns dos títulos conferidos por esses novos cursos.
Empregabilidade
Apesar de ser grande a demanda por pessoal especializado, a legislação permite que todo profissional da química de formação geral atue na área de meio ambiente industrial, comercial ou do setor de serviços relacionados ao setor químico. E em vários casos, os empregadores preferem contratar o chamado profissional "generalista", pois entendem que tão importante quanto estar familiarizado com as questões ambientais, é fundamental que esse trabalhador tenha domínio dos conceitos e técnicas proporcionados por uma formação com forte conteúdo em química.
Sempre que procurado, o Conselho tem orientado as instituições de ensino que pretendem montar cursos voltados para o meio ambiente a darem atenção especial às disciplinas relacionadas à química. Essa recomendação aplica-se principalmente às instituições que desejam formar pessoal para atuar na indústria. "O cuidado na montagem da grade curricular será decisivo para aumentar o grau de empregabilidade dos formandos, pois lhes dará melhores condições de disputar o mercado de trabalho com os profissionais de formação geral", concluiu o gerente de fiscalização do Conselho.
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