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Mai/Jun 2009 

 


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A atuação na área ambiental
Autor(a): Marcos Sillos


Imagem: stockexpertQuímicos, em sua atuação profissional, estão sendo convidados para a discussão sobre a sustentabilidade do nosso modo de vida no planeta. De início, é importante salientar que a formação do profissional da área química confere habilidades e competências necessárias para atender a esse desafio. Os meios de comunicação destacam exaustivamente as externalidades negativas causadas pela existência humana. É fácil observar que os hábitos adotados pela sociedade deixam um rastro, uma “pegada ambiental”. Como exemplo, pode-se citar o aquecimento global e a escassez de recursos naturais essenciais à vida, em especial a água potável. A sociedade precisa adotar ações de gestão ambiental baseadas na percepção e valoração daqueles recursos, assumindo atitudes e mecanismos para racionalização de seu consumo.

E qual é o papel do Químico nesse cenário? Difícil a tarefa de tentar esgotar todas as possibilidades laborais que podem ser desempenhadas por nós. Iniciemos pelos importantes laboratórios de análises, que possuem uma normatização específica, a ISO 17025, para ensaios e calibrações. Já há centenas de profissionais atuando nesse ramo, que cresce significativamente ano a ano. O desempenho nesse setor requer a competência da área química, não só pelo escopo das análises, que avaliam a alterações de qualidade do ar, água e solo, mas também nas aplicações de sistema de qualidade e pesquisas para o desenvolvimento de novos métodos analíticos, nas diferentes matrizes ambientais – em busca de respostas para: o que avaliar? Qual exatidão? Qual limite de detecção?

Esse diferencial do Químico, de pleno domínio do cenário da contaminação ambiental, decorre de sua expertise em elaborar o escopo da atividade produtiva presente e passada, para avaliar impactos no ar, no solo, na água, sua toxicidade e risco, e, por fim, entender quais os processos de dispersão envolvidos e as interações geobioquímicas que podem acontecer na natureza afetada, em particular quanto à redução e atenuação da mesma.

Focando no processo de avaliação das externalidades, a atuação do Químico em campo passa a ser de extrema importância no processo de obtenção de amostras e de dados relevantes sobre o cenário em avaliação. Importante destacar que essas atuações (campo e laboratório) têm suas peculiaridades, tornado ainda mais interessante nossa profissão. De um lado, o laboratório, com ar condicionado, bancada e jalecos brancos impecáveis, e, de outro, a natureza (com maior ou menor grau de preservação) com suas intempéries e imprevistos, mas da qual se deve obter dados criteriosos para as futuras avaliações, interpretações e inferências.

Do campo vamos para o escritório, local de trabalho do profissional que escreve relatórios, que verbaliza seu conhecimento aplicado à questão ambiental. Ele produz laudos, pareceres e avaliações baseados em seu conhecimento técnico. Tais tarefas exigem que o profissional utilize toda a bagagem adquirida nos estudos de química orgânica, inorgânica, físico-química, bioquímica, que se constituem em oportunidade para transferir e integrar conhecimento sobre os impactos dos compostos químicos sobre o ambiente e, em especial, de como responder a isso. Nesse meio de atuação, o Químico é qualificado como consultor, auditor, perito gestor, educador ambiental, ambientalista etc.

Alcançando essa etapa da evolução profissional, é o momento em que se inicia o amadurecimento para o nível gerencial de projeto (seja coordenando equipes ou clientes). A capacidade de raciocínio lógico quantitativo do Químico é um facilitador para que ele se torne um líder, um gerente, um diretor de empresa prestadora de serviço, saneamento, estatal ou mesmo da indústria onde atua e gerencia seu sistema de gestão ambiental.

Como o mercado tem se pautado por regulações e normatizações, na área ambiental a norma ISO 14001, por exemplo, gera diversas oportunidades para o profissional. Para isso, porém, ele terá de fazer treinamentos específicos e se prover de certificações. Essa normatização possibilita, às empresas, identificar os processos e as práticas mais sustentáveis em seu sistema de gestão ambiental. Esta é uma das áreas que mais tem gerado oportunidades de negócios/empregos na atualidade, além de representar aspecto positivo no trato de nossa atuação profissional.

De maneira semelhante a do auditor que se pauta pela ISO 14001, o Químico educador ambiental leva conhecimento a leigos e profissionais de outras áreas sobre a adequada gestão e preservação do meio ambiente. Da mesma forma, durante sua formação básica, o Químico também adquire conhecimento dos riscos a que estará sujeito por sua profissão e, por isso, possui competência para transmitir noções preventivas e de como usar a química de forma construtiva, para desenvolver uma sociedade mais equilibrada.

Interessante notar que qualquer que seja a esfera de atuação pretendida pelo profissional (pública ou privada), as tarefas cotidianas são similares. No caso de empresas públicas ou mistas, o acesso se faz por meio de concursos públicos, o que aponta para a necessidade de cursos de extensão universitária em tópicos de gestão ambiental, de modo a complementarem-se conteúdos que os referidos concursos solicitam.

Concluindo, se por um lado a atividade química frequentemente tem sua imagem desgastada pela associação com cenários de poluição, de outro, ela é imprescindível para a sociedade. O profissional, sempre que aplicável, deve destacar o “lado verde” da química, reforçando a sua contribuição para a gestão sustentável dos recursos naturais. Temos, então, muito a contribuir para construir a verdadeira sustentabilidade, possibilitando uma sociedade que preserve o meio ambiente e utilize seus recursos com sabedoria.

Conclamo os colegas a aceitarem o convite inicial formulado neste texto. Percebo que o desejo por um modo sustentável de vida e pela ação coerente, ética e conservativa é compartilhado pelos Químicos, conforme constato no meu cotidiano. Muito se espera de nós, em particular que sempre consideremos os critérios ambientais em nossas decisões como gestores de empresas, de processos, de comunidades ou como educadores, pois todos têm responsabilidade para com este assunto. Sinto-me privilegiado por ser um Químico hoje!

Aos que querem construir uma carreira na área ambiental, indico a receita que eu mesmo segui: especialize-se constantemente.

 
Arquivo/CRQ-IV

 
 

 
Bacharel em Química pela USP e Mestre
em 
Tecnologia Ambiental pelo IPT, o autor é
diretor  da Edutech Ambiental.
 Contatos podem ser feitos pelo e-mail
 
marcos@edutechambiental.com.br.
 


 
 





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