Lançada mês passado em São Paulo uma campanha nacional de conscientização contra o uso de produtos de limpeza clandestinos. Só na capital paulista, começaram a ser distribuídas pela Prefeitura 1 milhão de cartilhas que visam sensibilizar principalmente as donas-de-casa de que esses produtos, por serem fabricados sem critérios, não cumprem com os objetivos para os quais se destinam.
Análises mostraram que o volume de princípios ativos nesses produtos chega a ser 50% inferior ao exigido pela legislação. E por serem acondicionados em embalagens reutilizadas, os clandestinos podem levar as crianças a consumi-los pensando tratarem-se de refrigerantes. De acordo com dados do Centro de Controle de Intoxicações (CCI) da Secretaria Municipal da Saúde, em 2001, 52% dos casos de intoxicação com água sanitária registrados foram causados por saneantes clandestinos. Os riscos à saúde incluem problemas respiratórios e irritação no estômago e esôfago.
Levantamento realizado em 2001 pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe-USP) mostrou que aproximadamente 42% das águas sanitárias, 36% dos desinfetantes e 15% dos amaciantes vendidos no País eram ilegais. A cartilha, cuja cópia pode ser obtida clicando-se na imagem ao lado, ensina o consumidor que todo produto regular deve possuir rótulo onde constem, entre outras informações, dados sobre o fabricante e do
químico responsável.
A campanha é uma iniciativa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Petrobrás e de duas associações de fabricantes de produtos - ABAS e ABIPLA. O presidente do CRQ-IV, Manlio de Augustinis, e o Conselheiro Wladmir Altruda, que também é diretor da ABAS, participaram da cerimônia de lançamento da campanha.