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Nov/Dez 2008 

 


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Prêmio Nobel - A proteína verde
Autor(a): Antonio Carlos Massabni


Este ano, a Royal Academy of Sciences da Suécia concedeu o Prêmio Nobel de Química a três cientistas pela descoberta e pelo trabalho que realizaram com a proteína fluorescente verde (green fluorescent protein). Um dos ganhadores é Osamu Shimomura, pesquisador japonês de 80 anos radicado nos Estados Unidos. Os outros dois, que dividiram com Shimomura, o prêmio equivalente a R$ 3 milhões, são Martin Chalfie, da Universidade de Columbia, e Roger Y. Tsien, da Universidade da Califórnia.

A proteína fluorescente verde (GFP) é formada por 238 aminoácidos e foi observada inicialmente em 1962 na água-viva Aequorea victoria, um celenterado marinho muito comum no Oceano Pacífico. Desde então, esta proteína se tornou uma importante ferramenta da biociência moderna.

Por meio da GFP, foram criados mecanismos para observar processos bioquímicos que antes eram invisíveis. Entre eles, podemos citar o desenvolvimento de células nervosas no cérebro e o esclarecimento sobre como as células do câncer se espalham pelo corpo.

Em um organismo vivo existem dezenas de milhares de proteínas que controlam processos químicos fundamentais para a manutenção da vida. Se esse sistema de proteínas não funcionar surgem as doenças. É por esta razão que a ciência precisa descobrir e conhecer melhor o papel que as proteínas, como as enzimas, desempenham nos seres vivos.

Usando a tecnologia do DNA, os pesquisadores podem agora associar a GFP a outras proteínas interessantes, que são invisíveis. A GFP funciona como um "marcador brilhante" para se observar movimentos, posições e interações das proteínas "marcadas". Os pesquisadores podem, também, acompanhar o desenvolvimento de vários tipos de células com ajuda da GFP. Por exemplo, no caso da doença de Alzheimer, pode-se compreender porque as células do cérebro sofrem danos irreversíveis. É possível entender, ainda, como as células b, produtoras de insulina, são geradas no pâncreas de um embrião.
 
Osamu Shimomura: Foi o primeiro pesquisador a isolar a GFP e descobrir que parte dela era responsável por sua fluorescência. Em 1960, logo depois que chegou a Princeton vindo do Japão, Shimomura começou os estudos da bioluminescência da água-viva (Aequorea victoria).
 
A água-viva produz bioluminescência verde. Quando 20 dos 30 de seus anéis são espremidos em laboratório extrai-se um líquido luminescente, que foi coletado por Shimomura. Seu interesse sempre foi voltado para a bioluminescência da Aequorea. Ele queria entender a química e a bioquímica envolvida na produção do seu brilho verde e nunca esteve interessado nas aplicações da GFP como um marcador molecular. Ele extraiu desse líquido a substância responsável por sua luminescência. Shimomura teve que coletar mais de 1 milhão de espécies de água-viva para realizar seu trabalho. Ele descobriu que, para produzir a luminescência, a água-viva libera íons de cálcio. A luz azul é absorvida pela GFP que, por sua vez, produz a luz verde.
 
Martin Chalfie: Demonstrou a importância da GFP como marcador genético luminoso para vários fenômenos biológicos. Em um dos seus experimentos, ele coloriu seis tipos de células individuais em uma minhoca transparente, a Caenorhabditis elegans, usando a GFP.

Roger Tsien: Contribuiu para o entendimento de como a GFP fica luminosa. Ele aumentou o número de cores, além do verde, permitindo aos pesquisadores dar cores diferentes às proteínas. Isto possibilitou aos cientistas acompanharem vários processos biológicos ao mesmo tempo.

Fotos: Daylife.com
 

 O autor é professor aposentado do Instituto de Química da Unesp/Araraquara e conselheiro suplente do CRQ-IV. Contatos pelo e-mail amassabni@uol.com.br.




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