O CRQ-IV conquistou assento no Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (COMUSAN), entidade criada em dezembro do ano passado por iniciativa da Prefeitura Municipal de São Paulo. O COMUSAN trabalhará diretamente com a Secretaria Municipal de Abastecimento e seu objetivo é formular propostas que ajudem não só a ampliar a oferta e a distribuição de comida para os moradores mais pobres da cidade, como garantir que os alimentos comercializados no município sejam produzidos dentro dos padrões de qualidade exigidos pelos órgãos reguladores.
“O cuidado com a segurança alimentar é algo que tem tudo a ver com as atividades dos profissionais da química que atuam nessa área”, afirma o Químico Industrial e supervisor de fiscalização, Aelson Guaita, um dos representantes do CRQ-IV no COMUSAN. O Engenheiro Químico e diretor assistente do Conselho, José Glauco Grandi, também representará o CRQ naquela entidade.
Uma das propostas a serem levadas pelo CRQ-IV ao COMUSAN é que todos os alimentos processados que forem distribuidos na cidade de São Paulo tragam em suas embalagens o nome do profissional responsável pela sua industrialização. Leis que exigem esse tipo de informação já existem há bastante tempo, mas nem sempre são observadas. “Quando se fala em segurança alimentar e nutricional essa informação é de vital importância. O consumidor tem o direito de saber se o alimento que está comprando foi produzido por uma empresa idônea, sob a supervisão de um profissional habilitado. Do contrário, não terá nenhuma garantia de que o produto não causará danos à sua saúde”, argumenta Guaita ao defender a proposta do CRQ-IV
A participação efetiva de um profissional na produção de alimentos, acrescenta Guaita, também gerará melhorias nas informações constantes nos rótulos dos alimentos. É sempre bom lembrar, salienta, que a atuação do profissional da química responsável por um produto não se encerra na linha de produção. “Ele também responde pela precisão das informações constantes dos rótulos”, adverte.
Guaita adianta que outra idéia a ser levada ao COMUSAN é a criação de mecanismos que viabilizem o controle dos produtos in-natura distribuídos na cidade. “Entendemos ser muito importante a realização de ensaios laboratoriais que apontem, por exemplo, se o grau de contaminantes (metais pesados, organoclorados, organofosforados etc) nas frutas, verduras e legumes comercializados na CEAGESP estão de acordo com os padrões legais e, conseqüentemente, aceitáveis pelo organismo humano”, explica. Ele lembra que, em boa parte dos casos, a aplicação de defensivos agrícolas nas lavouras do cinturão verde do Estado é feita pelo próprio agricultor e quase sempre sem nenhum acompanhamento técnico.
Além do CRQ-IV, o COMUSAN é integrado por representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, universidades, órgãos de defesa do consumidor e de várias entidades representantes dos trabalhadores, comércio e indústria. As reuniões acontecerão a cada dois meses e caberá ao governo municipal dar encaminhamento às propostas resultantes desses encontros.
Na avaliação de Aelson Guaita, o COMUSAN é uma experiência que poderá se espalhar para todas as cidades onde houver a conscientização sobre a importância da segurança alimentar e nutricional do cidadão. Inegavelmente, a capital paulista é uma referência para o País “e estamos seguros de que a sociedade sempre poderá contar com os profissionais da química na tarefa de produzir alimentos que atendam às suas necessidades”, observa.
Profissionais que quiserem apresentar sugestões para serem levadas ao COMUSAN devem enviar e-mail para o endereço fiscaliza@crq4.org.br, aos cuidados de Aelson Guaita.