O trabalho de conscientização que o Conselho vem desenvolvendo há vários anos no sentido de mostrar ao empresariado a importância de contarem com profissionais habilitados para o exercício da química rendeu mais um fruto no final de abril. No dia 26 daquele mês, a entidade participou da cerimônia de assinatura de um convênio que possibilitou a criação de um curso para formação de Técnicos em Açúcar e Álcool na cidade de Araçatuba (SP). O curso receberá alunos que trabalham em 20 indústrias sucro-alcooleiras da região, que engloba 75 municípios do Oeste Paulista, responsáveis pela produção anual de 1 bilhão de litros de álcool e de 700 mil toneladas de açúcar por safra.
Além das gestões feitas pelo Conselho, o convênio foi possível graças ao forte interesse do prefeito de Araçatuba, Jorge Maluly Netto, do presidente da Associação das Usinas e Destilarias de Álcool do Oeste Paulista (Udop), Luiz Guilherme Zancaner, e do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (Ceeteps), que esteve representado pelo superintendente Marcos Antônio Monteiro e pela chefe de gabinete Laura Laganá. Cabe destacar, ainda, o intenso trabalho do professor Antonio César Salibe, coordenador de cursos do convênio Ufscar/Udop, que teve participação fundamental na formatação da parceria.
Pelo acordo, a prefeitura cedeu duas salas de uma escola local e pessoal administrativo de apoio para a aplicação das aulas teóricas, a Ceetps ficou responsável pela contratação dos professores e programação de estágios, enquanto as empresas integrantes da Udop cederão seus laboratórios para as aulas práticas e fornecerão transporte aos alunos. O curso terá duração de um ano e meio. As aulas da primeira turma, formada por 90 alunos, já começaram. A região, contudo, tem cerca de 800 trabalhadores que precisarão obter a habilitação para se enquadrarem nas exigências do CRQ-IV. Araçatuba já teve um curso semelhante, mas que foi extinto em 1989. O convênio assinado poderá contribuir para que o Ceeteps abra uma escola naquela cidade, o ampliará a oferta de vagas.
Antes de simplesmente multar empresas por não terem profissionais habilitados para atividades químicas, o Conselho procura esclarecer os empresários sobre as exigências da legislação e, mais do que isso, mostrar-lhes que a aplicação de recursos na formação ou contratação de técnicos especializados é um investimento que fortalece a empresa na disputa por mercados, afirmou Manlio de Augustinis, diretor executivo do CRQ-IV, que participou da solenidade de assinatura do convênio.
Gessy
Também como resultado de um convênio estimulado pelo CRQ-IV, cerca de 50 trabalhadores da unidade fabricante de detergentes em pó da Gessy Lever, em Indaiatuba (SP), receberam certificados de conclusão do curso Técnico em Química. A cerimônia de formatura aconteceu dia cinco de abril, no auditório do Centro de Educação Profissional daquela cidade, e contou com as presenças do prefeito Reinaldo Nogueira Lopes Cruz, autoridades locais, e das funcionárias Adriana Chaves (gerente de RH) e Angela Cristina Pinhati (gerente de processos e sulforação), da Gessy.
Depois de alertada pelo Conselho sobre a existência de funcionários sem habilitação atuando em atividade privativa de profissionais da química, a empresa entendeu a necessidade de manter-se dentro das exigências legais. Procurou então a Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura (FIEC) e com ela firmou convênio. Divididos em duas turmas, os funcionários iniciaram as aulas em agosto de 99. Além de garantir transporte aos estudantes e ceder seus laboratórios para aulas práticas, a Gessy também arcou com o pagamento das mensalidades, num investimento ao redor de R$ 200 mil.
O CRQ-IV cumprimenta a Gessy Lever e acredita que seu exemplo já vem servindo de estímulo para que outras empresas também apostem na capacitação de seus funcionários.