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É antiga a história das Boticas Farmacêuticas. O boticário, às vezes o único profissional da saúde presente num vilarejo, era quem atendia aos pacientes, preparando as formulações de acordo com os antigos Formulários Médicos. A técnica empregada era bastante rudimentar, exigindo muita paciência e, em alguns casos, até um pouco de força física.

 

O declínio desses estabelecimentos teve início a partir da Segunda Grande Guerra. Como conseqüência do crescimento da indústria farmacêutica, as boticas deixaram de manipular, passando a vender apenas medicamentos industrializados, chamados "especialidades farmacêuticas".

 

Entretanto, a necessidade da medicina, aliada à individualidade do ser humano, fez ressurgir a procura por medicamentos específicos, usualmente não ofertados pelas indústrias. Iniciou-se, assim, uma nova fase desse segmento no Brasil, na qual as farmácias com manipulação desempenharam um papel marcante de conscientização das classes médica e farmacêutica e da retomada da prescrição personalizada.

 

Com muitas mudanças em relação à sua origem, mas preservando o compromisso com a qualidade e a ética, as farmácias se modernizaram e já contam com processos e sistemas informatizados. Muitas delas, aliás, já implantaram Programas de Qualidade Total, ISO 9000, ISO 14000 etc.

 

Nicho

As cerca de 3.500 empresas instaladas no País têm laboratórios dotados de equipamentos que agilizam a manipulação das fórmulas e influenciam positivamente na sua qualidade. Essa questão, aliás, deve ser muita bem observada pelas farmácias, pois elas estão submetidas à Resolução RDC nº 33/2000, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que as obriga a contar com sistemas que garantam a qualidade de seus produtos.

 

Essas mudanças causaram impactos na estrutura física e na organização das equipes de trabalho. Hoje, entende-se ser essencial contar com pessoal capacitado a exercer plenamente as diversas funções surgidas a fim de que todo o sistema de qualidade possa fluir com naturalidade. Tais exigências, ao lado da carência de pessoal especializado, acabaram por favorecer o surgimento de um novo nicho de mercado de trabalho para os técnicos em química: os laboratórios das farmácias com manipulação.

 

Por sua formação, boa parte desses profissionais tem o perfil ideal para atuar principalmente na área de controle de qualidade, onde todas as matérias-primas recebidas devem ser amostradas e submetidas às análises antes de serem utilizadas nas formulações. A função também inclui controles inerentes aos produtos finais, materiais de embalagem etc.

 

Por seus conhecimentos nas "químicas" (analítica, orgânica, bioquímica e físico-química) e desenvoltura para atuarem em laboratórios, os técnicos químicos são candidatos naturais a credenciarem-se para a arte da preparação de fórmulas medicamentosas e cosméticas, quer seja procedendo as técnicas de preparo estabelecidas, quer realizando as conversões necessárias no momento das pesagens ou os ensaios de controle de qualidade em processo, somente para citarmos algumas responsabilidades.

 

Os conhecimentos advindos da formação acadêmica e da prática dão aos técnicos em química o status de profissionais altamente disputados para atuarem, sob a supervisão de um farmacêutico responsável, em farmácias com manipulação.

 

 

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