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Jan/Fev 2000 

 


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Dicas para quem atua ou pretende atuar em Pesquisa e Desenvolvimento
Autor(a): por Maria Silvia Martins de Souza


Pelos contatos que tenho com os profissionais de química em palestras e cursos, constato que um número expressivo deles almeja trabalhar na área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) nas indústrias ou em instituições públicas. Poucos parecem saber, porém, que o trabalho em pesquisa requer grande parte do tempo dedicado à concepção teórica dos projetos.
 
Em minhas atividades de consultoria, não raro deparo-me com profissionais que partem para a execução de testes de laboratório sem o devido embasamento teórico e acabam por desperdiçar meses de trabalho, realizando tentativas infrutíferas, desperdiçando matérias-primas e utilidades.
 
Recomendo a todos os profissionais que trabalham ou venham a trabalhar com pesquisa, que se norteiem pela seguinte máxima: "seis horas na biblioteca podem economizar seis meses no laboratório". Para auxiliá-los, indico a seguir algumas fontes importantes para a obtenção de dados técnicos de vários segmentos da indústria química.
 
Propriedades físicoquímicas e toxicológicas de produtos químicos, processos de produção, dados de mercado e formulações, podem ser encontradas em livros, periódicos (revistas técnicas), patentes e bancos de dados. Dentre os livros, alguns são recomendados como fontes de consulta inicial, já que dão uma visão superficial dos temas, porém com enfoque eminentemente industrial. Os mais conhecidos e usados são duas enciclopédias internacionais: Kirk & Othmer, Encyclopedia of Chemical Technology, cuja 4a edição foi publicada em 1991 e Ullmann's, Enclyclopedia of Industrial Chemistry, sendo a edição mais recente publicada em 1990.
 
Dentre os títulos nacionais, merece destaque o MEIQ - Manual Econômico da Indústria Química, editado pelo CEPED (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento), instituição localizada na Bahia. A 6a edição, de 1997/98, tem 4 volumes, a saber: Vol. I: Produtos Orgânicos, Vol. II: Produtos Inorgânicos, Vol. III: Matérias-primas e Grupos Químicos e Vol. IV: Produtos Farmacêuticos.
 
Ainda dentre os livros existem publicações específicas para as várias áreas da química. Por exemplo, para quem faz pesquisa com produtos inorgânicos, o Gmelin Handbook of Inorganic and Organometallic Chemistry pode ser de grande valia. Para síntese de pro­dutos orgânicos, informações relevantes podem ser encontradas no Beilstein Handbook of Organic Chemistry.
 
Para desenvolvimento de formulações, uma fonte interessante de consulta inicial são os formulários. Eles são livros de apresentação similar aos de receitas culinárias, que contém formulações dos mais variados produtos químicos e seu modo de preparação. Em geral, os disponíveis nas bibliotecas públicas são um pouco antigos, o que é uma desvantagem. O mais completo em minha opinião é o "Receituário Químico", de autoria de A. TURCO, que tem 5 volumes, editado em 1987, traduzido para o português e disponível para consulta na Biblioteca do CRQ-IV.

Existem também livros para seg­mentos específicos. Alguns exemplos estão listados na tabela abaixo:
 
PRODUTO EM DESENVOLVIMENTO
LIVROS INDICADOS COMO REFERÊNCIA INICIAL
COSMÉTICOS
Cosmetic and Toiletry Formulations; 2º Ed. Vols. 1, 2 e 3; Ernest W. Flick; 1989. The Chemistry and Manufacture of Cosmetics; Vol. I a IV, 2ª Ed.; Maison G. de Navarre, 1975; Allured Publishing. Postila de Formulações Cosméticas; M. Valéria R. Velasco de Paola; M. Elizette Ribeiro; FCF - USP; 1997
ALIMENTOS
Foods and Food Production Encyclopedia; Douglas M. Considine; Glenn D. Considine; 1982.
FÁRMACOS
The National Formulary NF 18; 1995 (USP-23-Part. 2)
PRODUTOS VETERINÁRIOS
Formulation of Veterinary Dosage Forms; Vol. 17 Drugs and Pharmaceutical Sciences; 1983
POLÍMEROS
Encyclopedia of Polymer Science and Engineering, 2º Ed.; 1995; John Wiley B. Sons

A maioria das referências citadas pode ser encontrada nas grandes bibliotecas públicas voltadas à Química. A Biblioteca do Conjunto das Químicas da Universidade de São Paulo, por exemplo, tem todas estas obras em seu acervo.

Outra importante fonte de informações para o pesquisador são as patentes. É relativamente grande o número de profissionais que desconhece que as patentes têm prazo de validade. Uma vez transcorrido este prazo, que no Brasil é de 15 a 20 anos, dependendo do tipo de invenção, suas informações passam a ser de domínio público.

Além disso, a patente só é válida no(s) país(es) onde foi depositada. Pode-se então, através de busca em bancos de patentes, localizar e recuperar patentes nacionais e/ou inter­nacionais com valiosas informações especialmente no que se refere a processos de produção e formulações. Atualmente vários bancos de patentes estão incluídos em bases de dados que podem ser acessados por computador.

Existem diversos bancos de dados na área química. O mais conhecido e abrangente é o "Chemical Abstracts" (C.A.). Estima-se que o C.A. compile de 75% a 80% de todas as publicações na área química, bioquímica, engenharia química e ciências relacionadas, incluindo outras sobre macro­moléculas, química aplicada, orgânica, inorgânica, físicoquímica e analítica. O C.A. compõe-se de resumos das obras, além dos dados que permitem a localização do texto na íntegra em caso de interesse. Começou a ser organizado em 1907 e, ao final de 1998, tinha mais de 14,3 milhões de registros. São avaliados e resumidos textos de 8000 periódicos, patentes de órgãos oficiais de 29 países e duas organizações internacionais, relatórios técnicos, livros, revisões, conferências e dissertações.

A exemplo dos livros já citados, o Chemical Abstracts impresso também pode ser consultado na biblioteca do Conjunto das Químicas da USP, dentre outras. Para acesso on line está dividido em duas bases: O "C.A. old" que abrange as referências de 1907 a 1966 e o "C.A." que cobre as publicações de 1967 em diante. As buscas podem ser feitas por autores, por assunto, pelo nome das substâncias ou por suas fórmulas moleculares. Há ainda um índice de patentes.

As consultas on line são extremamente mais rápidas, principalmente se feitas em bases de dados. As bases de dados reúnem vários bancos de dados. Existem várias bases de dados voltadas à química, como STN, DIALOG e DATASTAR. O STN engloba o Chemical Abstracts e mais 171 bancos de dados. Na tabela a seguir estão listados alguns deles e suas respectivas áreas de abrangência.
 
BASE DE DADOS
ASSUNTO
Plasnews Polímeros
Analytical Abstracts Química analítica; métodos
Ceramic Abstracts Cerâmica
Food Science and Technology Abstracts Alimentos
Toxiline Toxicologia e Segurança
Gmelin Produtos Inorgânicos e organometálicos
Compendex Engenharia e Tecnologia

Para usar os bancos é necessário associar-se, pagar uma taxa de adesão e adquirir programa e senha. Depois, paga-se pelo quanto se usa. O STN possui também uma forma de acesso pela Internet chamada STNEasy, dispo­nível mediante entrada de código e senha do assinante. Esta versão não contém todas as 171 bases, mas sua forma de operação é bem mais simples. Detalhes sobre o funcionamento do STN e informações sobre custos podem ser obtidos via Internet, no endereço www.cas.org/stn.html, Se o profissional não previr um uso tão freqüente que justifique a adesão, pode ser mais interessante contratar terceiros para realização das buscas. Algumas faculdades de química e empresas particulares prestam este serviço.

Um bom embasamento teórico permite, sem dúvida, um considerável aumento na produtividade e eficiência do químico que atua em P&D, e, neste ponto, temos vantagem sobre profissionais que nos antecederam porque nunca o acesso à informação foi tão facilitado como nos dias atuais.

Box: Maria Silvia Martins de Souza, é Diretora Técnica da P&D Consultoria Química. Contatos podem ser feitos pelo telefone (0xx11) 570-1239 ou pelo e-mail pd@pdconsultoria.com.br.




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