Numa iniciativa do ProCentro (Programa de Valorização do Centro, mantido pela Secretaria de Habitação de São Paulo), tiveram início em junho as obras de reforma do viaduto Santa Ifigênia. O acompanhamento das obras de recuperação está sob a responsabilidade do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT). A obra deverá ser concluída em aproximadamente dez meses.
A Técnica em Química Zehbour (fala-se Zepir) Panossian, chefe do Laboratório de Corrosão e Tratamento de Superfície do IPT e uma das coordenadoras do trabalho, diz que, nesta primeira fase, está sendo feita uma inspeção em toda a estrutura. O objetivo é definir as formas de manutenção a serem implementadas na etapa seguinte. "Vamos verificar se será necessário recuperar ou substituir os componentes comprometidos por corrosão, definir o esquema de pintura a ser adotado e depois acompanhar os trabalhos de preparação de superfície e aplicação da pintura", completa o físico Neusvaldo Lira de Almeida, outro técnico do IPT encarregado do trabalho.
A corrosão dos componentes metálicos em viadutos decorre da exposição atmosférica. Os principais agentes responsáveis pelo fenômeno são a umidade relativa do ar e os compostos de enxofre, este emanados pela queima de combustível e pela atividade industrial. Embora o viaduto esteja localizado numa região bastante poluída por monóxido de carbono (expelido pelos escapamentos dos carros), esse agente não é corrosivo. "As taxas de corrosão das estruturas metálicas, no centro de São Paulo, são relativamente baixas", esclarece Zehbour.
Esta não é a primeira vez que o IPT participa da recuperação do Santa Ifigênia. Trabalho semelhante foi realizado em 1976, ano em que ocorreu a última reforma do local. Naquela ocasião, lembra Almeida, vários componentes apresentavam corrosão bastante acentuada e as técnicas empregadas para a sua recuperação foram próximas das que serão aplicadas agora. "Naturalmente, hoje existem, por exemplo, tintas mais eficientes para proteger a estrutura da exposição atmosférica", compara.
Patrimônio - As obras de recuperação do viaduto Santa Ifigênia estão orçadas em R$ 1,9 milhão. A reforma também inclui a instalação de luzes especiais, impermeabilização do piso para evitar infiltrações e troca dos ladrilhos danificados, mas com a preocupação de que seja preservado o belo mosaico formado por aquelas peças. Haverá, também, obras de reurbanização e paisagismo nos baixos do viaduto.
Tombado pelo patrimônio histórico, o viaduto Santa Ifigênia é um dos mais famosos cartões postais de São Paulo. Inaugurado em 1913, ele foi , juntamente com o viaduto do Chá, construído para facilitar o acesso às áreas urbanas que começavam a se formar no início deste século. A construção do Santa Ifigênia custou aos cofres públicos 750 mil libras-ouro. Aliás, como a administração pública não possuía aquele valor em caixa, foi buscá-lo na Inglaterra, contraindo assim a primeira dívida externa da cidade.
Corrosão será tema de encontro internacional
Serão realizados em São Paulo, de 22 a 24 de setembro, a NACE-Brazil Corrosão'99 e o 3° Colóquio Nacional de Corrosão Atmosférica. Foram submetidos aos eventos mais de 70 trabalhos técnico-científicos elaborados por universidades, centros de pesquisa e empresas do Brasil, Espanha, Estados Unidos, Canadá, Colômbia, Cuba, França, Israel, México, Portugal e Uruguai.
Organizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), o evento inclui ainda o fórum Pesquisas em Corrosão na Ibero-América. Desenvolvido sob o patrocínio do CYTED - Programa Ibero-Americano de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento, o fórum terá como atração principal a apresentação do Mapa Ibero-Americano de Corrosão Atmosférica- Projeto MICAT, com os resultados alcançados por 15 países em 72 estações de corrosão atmosférica.
Esses três encontros acontecerão no Lorena Flat Hotel, que está oferecendo
acomodações a preços especiais (R$ 80,00, apartamento simples e R$ 90,00, duplo) As taxas de inscrição são as seguintes Sócios da NACE/ABRACO, R$ 250,00; Não sócios, R$ 350,00; Estudantes, R$ 50,00. Mais informações pelo telefone (0XX11) 818-5342 ou pelo e-mail dktanaka@usp.br.
Livro traz resultados de estudos feitos no Brasil
Durante o NACE-Brazil Corrosão'99, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) fará o lançamento do livro Corrosão Atmosférica - 17anos. A obra apresenta os resultados do primeiro estudo sobre o assunto realizado no Brasil.
O trabalho foi desenvolvido pelo Laboratório de Corrosão e Tratamento de Superfície do IPT com onze tipos de materiais metálicos. Os resultados obtidos permitiram classificar os ambientes quanto à sua agressividade aos
metais e conhecer o desempenho destes nas atmosferas estudadas.
O Informativo CRQ·IV sorteará 17 exemplares dessa obra. Para participar, envie uma única carta, fax ou e-mail para a Assessoria de Comunicação (veja os endereços no Expediente, página 2), escrevendo por fora do envelope (ou no campo "assunto" do e-mail) a frase.
"Sorteio - Corrosão" Podem participar profissionais em dia com suas obrigações e estudantes cadastrados. Só serão consideradas as correspondências que informarem o nome completo e, no caso de profissionais, o no de registro no Conselho.