O Informativo CRQ-IV comemora neste mês sua 100ª edição. Lançado em outubro de 1991 e com uma tiragem de 30 mil exemplares, o periódico tinha apenas quatro páginas e era impresso em preto e branco. Durante vários anos, os textos foram produzidos pelos próprios conselheiros. Não havia reportagens; apenas artigos técnicos. Talvez pela falta de funcionários designados exclusivamente para cuidar do jornal, muitas vezes a periodicidade não era respeitada. Em 1994, por exemplo, o primeiro número do ano só foi circular no bimestre maio/junho. Com a montagem de uma Assessoria de Comunicação, em 1997, o jornal mudou de perfil, ganhando um aspecto profissional. As páginas passaram a ser coloridas, a periodicidade respeitada e ganharam ênfase as reportagens sobre as atividades do Conselho e de outras entidades da área química. Veja abaixo um resumo, que não necessariamente segue uma ordem cronológica, desses 18 anos da publicação.
A edição de estreia do Informativo trouxe na capa dois textos falando sobre a finalidade do CRQ-IV e das leis que regulam a profissão. A seção chamada “Informações técnicas” foi colocada na página 2 e apresentava três textos com os seguintes títulos: “Biocatálise em dióxido de carbono supercrítico”, assinado pelo ex-conselheiro José Atílio Vanin (falecido em maio de 2001); “Produção e aplicação das terras raras”, do ex-conselheiro e vice-presidente do CRQ-IV Geraldo Vicentini (falecido em fevereiro de 2003); e “Homogeneizacão de Néctar de Cupuaçu”, que reproduzia trecho da dissertação de mestrado de Claudio Cavalcante Ribeiro, orientado na época por José Glauco Grandi, que além de continuar como conselheiro titular até hoje também é superintendente do Conselho.
Na página 3 saiu a seção “Eventos”, uma relação de nove encontros, seminários, congressos e cursos programados para o segundo semestre de 1991. Na mesma página foram publicados um artigo assinado pelo Conselheiro Carlos Alberto Trevisan – que permanece na entidade até hoje –, relacionando a Responsabilidade Técnica com o Código de Defesa do Consumidor, que havia entrado em vigor um ano antes; e mais duas notas: uma delas noticiava a programação comemorativa do centenário de nascimento de Heinrich Rheinboldt, que estava entre os professores trazidos do exterior pelo governo do estado para a fundação da USP, em 1934. A outra, uma coluna do Sindicato dos Químicos, Químicos Industriais e Engenheiros Químicos (Sinquisp), noticiando a posse da nova diretoria da entidade e informando o batismo de uma praça, no bairro paulistano de Pinheiros, com o nome de Waldomiro Pregnolato, diretor do Instituto Adolfo Lutz por 15 anos e presidente do Sinquisp entre 1960 e 1972.
Além do expediente, a última página da primeira edição publicou na seção “Persona”, que poderia ser chamada de editorial. Tratava-se de um texto onde o então presidente do Conselho, Olavo de Queiroz Guimarães Filho (falecido em 2003), falava sobre a proposta da entidade em lançar a publicação e de seu desejo de que ela servisse de meio para estreitar o relacionamento do Conselho com a comunidade química.
As edições seguintes mantiveram a mesma estrutura física e editorial, com ênfase em artigos sobre as normas que regulamentam a profissão. Ao lado destes, porém, as páginas também estampavam textos que relacionavam a química a fatos atuais, alguns deles bastante curiosos. A edição nº 3 (maio de 1992), por exemplo, veiculou um artigo de José Atílio Vanin intitulado “Pipoca versus Isopor”, no qual o autor comentava as pressões de movimentos ambientalistas pela substituição por pipoca do isopor usado nas embalagens destinadas a transportar principalmente aparelhos eletrônicos. O objetivo, na época, era combater produtos que incluíam clorofluorocarbonetos em sua composição. No lugar de representar uma solução, a proposta (defendida até hoje por alguns), afirmava Vanin, trazia mais problemas por pelo menos três razões: 1) O milho era (e continua sendo) um alimento e ter sua destinação desviada para a área de embalagens era algo discutível; 2) As embalagens que passassem a ter a pipoca como “meio acondicionador” não poderiam ficar muito tempo armazenadas por causa do risco do alimento mofar e começar a produzir aflatoxina, substância cancerígena; 3) Principalmente nas cidades onde o lixo acaba em aterros sanitários, os restos das embalagens (as pipocas no meio) seriam uma excelente fonte de alimentos para ratos, favorecendo a proliferação desses roedores e das doenças por eles transmitidas. Ao final do artigo, Vanin lembrava que os principais fabricantes de isopor já asseguravam terem substituído o CFC por outro agente de expansão, o pentano, uma parafina que não representa risco ambiental.
Outro artigo bem concatenado com a época foi publicado em 1993, em plena efervescência da chamada “Dinossauromania”, desencadeada pelo sucesso mundial do filme “Parque dos Dinossauros”, de Steven Spielberg. Em outubro daquele ano, a edição nº 8 do Informativo veiculava um artigo assinado pelo Bacharel em Química com Atribuições Tecnológicas Paulo Garcia de Almeida no qual ele explicava como, com o auxílio da Química Nuclear, era possível estudar a evolução cronológica do planeta e assim demonstrar que os seres humanos, desde os seus mais distantes ancestrais das cavernas, nunca conviveram com gigantes animais retratatos no cinema.
Já com uma tiragem de 40 mil exemplares, a partir da edição nº 9 (dezembro de 1993), o Informativo manteve as quatro páginas, mas começou a ser impresso nas cores azul e branco. A capa daquela edição reproduziu uma nota na qual a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) noticiava ter solicitado ao Ministério do Trabalho que tomasse providências “contra os abusos praticados pelos Conselhos Regionais de Engenharia (CREAs)” de alguns estados, que vinham insistindo em exigir o registro de empresas que não tinham a engenharia como atividade principal. Esta, aliás, foi uma prática que voltou às páginas do Informativo anos depois. A disposição daquele Conselho em pressionar as empresas químicas de São Paulo fez com que o CRQ-IV, em agosto de 1999, produzisse e disponibilizasse às firmas atingidas uma apostila orientado-as como se defender do assédio, conforme noticiado na edição nº 38. No número seguinte, o jornal informava que mais de 250 empresas haviam solicitado a publicação.
Por meio de artigo do ex-conselheiro José Atílio Vanin, na edição nº 12 (outubro de 1994), o Informativo noticiou a morte de Linus Pauling, ocorrida em agosto. Considerado o mais importante químico do século passado, Pauling se notabilizou por promover o casamento da Química com a Física, “utilizando de modo criativo as ideias sobre a constituição dos átomos, aplicando-as ao entendimento e elucidação da estrutura das moléculas. É dele o conceito de hibridização de orbitais”, lembrava Vanin. Pauling foi a única personalidade a ter conquistado dois prêmios Nobel não compartilhados. O primeiro deles, de Química, em 1954, por seu trabalho relativo à natureza das ligações químicas. O segundo, em 1962, o Nobel da Paz, por sua campanha contra os testes nucleares. Ele também se tornou muito conhecido por defender o consumo de altas doses de vitamina C como meio de preservação da saúde, tese, aliás, bastante controversa nos meios científicos até hoje.
Na mesma edição, o Informativo anunciava a inauguração da biblioteca do Conselho, oficialmente chamada de Centro de Documentação e Informação Miguel Romeu Cuocolo, numa homenagem ao conselheiro e diretor executivo da entidade, falecido naquele ano. O setor começou a funcionar com 780 livros. Atualmente, tem mais 3 mil volumes em seu acervo, além de jornais e revistas.
Na edição nº 14 (abril de 1995), Vanin – um dos mais importantes colaboradores do Informativo em seus primeiros anos, publicava um artigo lembrando o primeiro centenário da morte de químico francês Louis Pasteur, conhecido principalmente por ter descoberto o processo usado para destruir micro-organismos patogênicos em alimentos (pasteurização) e pela descoberta da vacina contra a raiva.
Dois assuntos noticiados na edição nº 18 (dezembro de 1995) merecem destaque: o XI Encontro de Conselheiros Federais e Regionais de Química, ocorrido em São Paulo, em paralelo ao I Encontro de Profissionais da Química de Países do Mercosul; o anúncio da volta do Prêmio Fritz Feigl para o ano de 1996. Instituído na década de 1970, esse prêmio havia tido até então apenas duas edições (1977 e 1979) e acabou suspenso. Ao ser reinstituído, passou a ser anual, sendo disputado alternadamente por profissionais da indústria e por aqueles que atuavam como professores e/ou pesquisadores. Em seu retorno, o prêmio em dinheiro era de R$ 30 mil, subindo para R$ 40 mil em 2006, 2007 e 2008. Suspenso em 2009, voltará em 2010, mas sem premiação em dinheiro.
O jornal sofreu outra mudança na edição nº 19, publicada em junho de 1996. As quatro páginas e as cores brancas e azuis foram mantidas. Porém, foi adotado um projeto gráfico que deu mais leveza ao design. Houve um cuidado maior com a fluência dos textos, que em sua maioria passaram a ser escritos por jornalistas. A logomarca também foi alterada, dando-se destaque maior para a sigla CRQ.
Na edição nº 22 (dezembro de 1996), a publicação alcançava 52 mil exemplares e passou a ser impressa em quatro cores. O número seguinte, distribuído em março de 1997, apresentou um novo design e ampliação do espaço editorial de quatro para oito páginas. Além das novidades visuais e de conteúdo, o Informativo iniciava ali uma tradição mantida até hoje: o sorteio de livros técnicos. A primeira obra sorteada foi Estudo de impacto ambiental, escrito por Luiz Roberto Tommassi.
No ano de 1997 também foi publicada a notícia sobre a volta do Prêmio CRQ-IV. Destinado a estimular a pesquisa entre estudantes, o concurso teve algumas edições no começo dos anos 1970. Ao ser relançado, incluía a entrega de um prêmio total de R$ 30 mil aos vencedores. Atualmente, o concurso distribui R$ 47 mil, dos quais são descontados os impostos.
Mantendo um crescimento constante, em fevereiro de 1998 o jornal passou a circular com 12 páginas. Em junho daquele ano, noticiou o início do programa “Ciclo de Palestras CRQ-IV”, uma das iniciativas que mais se destacou na história do Conselho pela grande adesão de participantes. O ciclo teve seu formato aperfeiçoado no decorrer dos anos. Inicialmente, as palestras tinham somente três horas de duração e ocorriam apenas na antiga sede da entidade, no centro de São Paulo. Em 2006, em comemoração ao cinquentenário da Lei 2.800, o ciclo passou a se chamar “Encontros Técnicos Regionais - ETRs”, com as palestras sendo apresentadas em várias cidades da jurisdição do Conselho. Ainda naquele ano, os ETRs foram convertidos em minicursos com oito horas de duração e são oferecidos até hoje. Apresentação de temas variados, atuais e acesso gratuito são as razões de sucesso desse programa.
A linha editorial do Informativo passou por transformações em 1998. A proposta foi manter a publicação de artigos técnicos e de notícias de ordem legal, mas ampliar a ênfase em reportagens e matérias relacionadas ao oferecimento de serviços e que estimulassem mais a participação dos profissionais nas atividades do Conselho. Também houve preocupação em disponibilizar recursos para facilitar a interação das empresas tanto com a entidade quanto com os profissionais. Assim, em agosto daquele ano, o jornal noticiava uma parceria do Conselho com uma empresa que possibilitava a inserção gratuita de currículos na Internet. Tratou-se de uma grande inovação, uma vez que a utilização da rede mundial de computadores para esta finalidade era pequena na época. Em abril de 2001, a edição nº 48 informava que o CRQ-IV havia colocado em funcionamento sua própria Bolsa de Empregos, serviço que passou por vários aperfeiçoamentos, o mais recente deles neste ano.
Para fechar o ano de 1998 em grande estilo, o Informativo fez outra parceria inédita e que o permitiu sortear um computador entre seus leitores. Além de noticiar que o ganhador daquela promoção foi o Técnico Químico Antonio Luiz Passarelli, de São Paulo, a primeira edição de 1999 (nº 35) chegou de roupa nova: o nome do jornal passou a ser mais evidenciado e, nas páginas internas, foi adotado um lay-out que procurou equilibrar melhor os textos com as imagens, tornando a leitura mais fácil.
Exatamente um ano depois, o Informativo noticiava a entrega do segundo microcomputador sorteado pelo Conselho, uma promoção da qual puderam participar apenas os que responderam a pesquisa “Perfil dos profissionais da química”, lançada na edição nº 41, de dezembro daquele ano. O ganhador foi o Técnico em Metalurgia Roberto Alves da Silva, de São Paulo.
Na edição nº 39, de outubro de 1999, o Informativo anunciava a criação do novo site do Conselho. O endereço www.crq4.org.br veio para substituir as páginas que estavam num servidor localizado nos Estados Unidos e que eram pouco acessadas. O projeto do novo site foi baseado numa pesquisa que o jornal fez com os leitores um ano antes. A partir de então – e acompanhando uma tendência mundial – o Informativo deu os primeiros passos para ser tornar um veículo tecnicamente chamado de crossmedia (que se utiliza de mais de um meio de comunicação para divulgar seu conteúdo) e crossover (capaz de alcançar diferentes públicos). É comum, por exemplo, uma matéria começar a ser veiculada nas páginas do jornal e ter continuidade no site. O inverso também ocorre, principalmente quando a notícia sai num período distante da época de circulação do jornal. Se até então seu público principal era formado apenas por profissionais, estudantes e empresas da área química, a partir de sua integração com o site qualquer pessoa com acesso à rede mundial de computadores passou a ser uma potencial leitora da publicação. Esta nova realidade, aliás, foi um fatores que levou à criação de uma seção no site, chamada QuimicaViva, que publica artigos voltados para o chamado público leigo. Tais textos procuram desmistificar a química e demonstrar sua importância para o bem-estar da sociedade. Alguns desses artigos, por vezes, migram do site para a versão impressa do Informativo.
Da autorização dada pelo Plenário para a compra do terreno, passando pelas principais fases de construção até a mudança definitiva, a sede atual foi uma pauta constante. A primeira imagem do local que abrigaria o futuro prédio saiu em na edição nº 35. Em dezembro de 1999, o jornal estampava na capa ilustração do projeto vencedor da licitação. As obras começaram em agosto do ano seguinte, tendo a capa do nº 45 publicado foto das escavações do terreno. A partir de então, praticamente todas as edições mostraram a evolução das obras até a sua conclusão, em fevereiro de 2002.
As disputas judiciais envolvendo a defesa do mercado de trabalho da Classe, notadamente dos profissionais de nível médio, sempre mereceram espaço no jornal do Conselho. Em boa parte dos casos, os processos envolviam tentativas de órgãos públicos de restringir a atuação dos técnicos. Foram vários os processos noticiados. Na edição nº 59, a primeira de 2003, a manchete tratou de uma sentença proibindo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária de vetar o registro de produtos e empresas que tivessem aqueles profissionais como responsáveis técnicos.
A mesma edição também informava que, a partir de então, o Informativo passaria a aceitar anúncios pagos. Foram dois os objetivos dessa medida: 1) Utilizar as verbas publicitárias para reduzir os custos de produção do jornal; 2) Oferecer espaços para que as empresas, principalmente as de menor porte, pudessem veicular seus produtos e serviços de uma forma econômica e numa mídia de grande penetração. Naquele ano, o jornal estava entre as maiores publicações da área química em termos de tiragem, ocupando hoje posição de liderança.
A forte mobilização da Classe e as ações do Conselho e do sindicato da categoria (Sinquisp) para combater a Resolução nº 387, do Conselho Federal de Farmácia, foram destaque principal do Informativo no período de outubro de 2003 a outubro de 2004. Responsável por causar demissões de químicos, a resolução tentou criar empregos tornando privativos de farmacêuticos vários cargos que tradicionalmente puderam ser ocupados por profissionais da química, direito assegurado em lei. O caso teve forte repercussão, incluindo denúncias ao Ministério Público do Trabalho por parte do CRQ-IV e do Sinquisp e pelo menos uma ação judicial promovida (e vencida) por uma indústria em defesa de seus profissionais.
A realização de um fórum para discutir o ensino técnico foi o destaque da edição nº 69, de outubro de 2004. Organizado pela atualmente denominada Comissão de Ensino Técnico do Conselho, o evento reuniu mais de cem representantes de instituições de ensino, do Conselho Nacional de Educação e de empresas como Oxiteno, Basf e Votorantim. As avaliações e resultados foram o ponto de partida para um trabalho que se concretizou três anos depois com o lançamento, pela mesma comissão, do Selo de Qualidade CRQ-IV, uma distinção que reconhece os melhores cursos técnicos da área química no estado de São Paulo. Até o momento, receberam o Selo cursos mantidos pelo Colégio Técnico de Lorena e Escola Senai Mario Amato, de São Bernardo do Campo. Em dezembro, também entrará para esse seleto grupo a Escola Senai - Fundação Zerrener, de São Paulo.
A produção de matérias destinadas a resgatar a história da regulamentação profissional foi um trabalho de relevância nos anos de 2006 e 2007 pelo fato de terem exigido grandes esforços de reportagem e pesquisa. As informações precisaram ser garimpadas em atas, livros e em entrevistas. Praticamente se partiu do nada para obter dados e fatos ocorridos no meio século anterior.
No aniversário de 50 anos da lei 2.800 – que criou o Sistema CFQ/CRQs, a edição nº 77, de fevereiro de 2006, teve como matéria principal a luta de um grupo de profissionais oriundos da antiga Escola Nacional de Química (RJ) pela regulamentação da profissão. Num amplo trabalho de pesquisa, foi possível encontrar e entrevistar contemporâneos daquele grupo e do primeiro presidente do Conselho Federal de Química (CFQ), o Químico Industrial Geraldo Mendes de Oliveira Castro. A capa daquele número publicou a logomarca comemorativa do cinquentenário, produzida pelo CRQ-IV. No nº 79, o Informativo contou a participação de profissionais de São Paulo na formação inicial do CFQ.
Em 2007 foi a vez do CRQ-IV comemorar seu cinquentenário, o que – mais ainda – suscitou a produção de várias reportagens de caráter histórico. A edição nº 83 apresentou a logomarca comemorativa do jubileu de ouro e publicou sete páginas contando o início da trajetória do Conselho, suas sedes, as primeiras ações de fiscalização e também de apoio ao aprimoramento técnico dos profissionais, além de um perfil do Engenheiro Químico Julio Rabin, seu primeiro presidente.
Mais ampla ainda, a edição seguinte reservou nove páginas para dar continuidade ao resgate da história do Conselho. O desenvolvimento e consolidação do serviço de fiscalização, os prêmios, os programas de concessão de bolsas de estudo e os perfis de Manlio Bedinelli e Carlos Eduardo Paes Barreto, sucessores de Julio Rabin, foram os temas trabalhados.
O último bloco da série apresentou os perfis de mais dois presidentes do Conselho – Olavo de Queiroz Guimarães Filho, em cuja gestão foi criado o Informativo e construída a atual sede da entidade –, e Manlio de Augustinis, que o sucedeu depois de ter trabalhado por vários anos como diretor executivo da entidade. A edição também homenageou José Antônio de Jesus Sacco. Na ativa há 42 anos, ele é o funcionário mais antigo não só do Conselho, mas também de todo o Sistema CFQ/CRQs.
Como todos os veículos de comunicação do País, o Informativo também fez a cobertura da viagem do primeiro brasileiro ao espaço, o ex-coronel da Aeronáutica Marcos Cesar Pontes. Porém, o foco das matérias publicadas na edição nº 78, de março de 2006, não foi o passeio espacial, mas sim os experimentos químicos produzidos por cientistas brasileiros e que fizeram parte da bagagem embarcada na nave russa Soyus. A partir daquela edição, o jornal passou a circular com 16 páginas.
Dentro da linha de relacionar a ciência a fatos marcantes do dia a dia, a edição seguinte entrou em campo para explicar como a química utilizada nos uniformes e nas bolas poderia influenciar nos jogos da seleção brasileira e, claro, de todas as outras equipes que disputaram naquele mês de junho a Copa do Mundo de futebol, na Alemanha.
O aumento de anunciantes levou à nova ampliação do jornal, que a partir da edição nº 90, de abril de 2008, passou a ter 20 páginas. Na edição seguinte, era divulgada a decisão do Conselho Federal de Química de excluir o Mato Grosso do Sul da jurisdição do CRQ-IV e a consequente criação de um regional naquele Estado.
Em agosto de 2008, foi criada a seção “Entidades”, destinada a divulgar as várias associações que reúnem profissionais da química. A edição também anunciou o lançamento do Manual de Cosmetovigilância (disponível no site), elaborado pela Comissão Técnica de Cosméticos e cujo lançamento ocorreu durante a cerimônia que comemorou o Dia do Profissional da Química.
A edição nº 93, de outubro de 2008, trouxe uma das capas que mais chamou a atenção e mereceu elogios dos leitores nos 18 anos de existência da publicação: para ilustrar a reportagem sobre a química forense, o Informativo publicou uma capa com fundo branco, sobre qual havia um revolver e um rastro de sangue. Vários leitores escreveram para parabenizar pela matéria, que focou o trabalho feito por profissionais do Instituto de Criminalística de São Paulo, e solicitar que Conselho promovesse cursos sobre o assunto, que a maioria só conhece dos seriados de TV. O jornal alcançava naquela edição a tiragem de 81 mil, consolidando sua liderança nacional nesse quesito.
Em dezembro daquele ano, o lançamento da Cartilha do Meio Ambiente (disponível no site)foi outra manchete que gerou boa repercussão e, ao mesmo tempo, ressaltou a preocupação do Conselho com a questão ambiental. Produzida pela Comissão Técnica de Meio Ambiente da entidade, a publicação foi lançada durante a Feira Internacional do Meio Ambiente, dia 13 de novembro, na capital paulista.
O meio ambiente voltou a merecer atenção especial na edição 96, de abril de 2009. O assunto foi o seminário sobre gestão estratégica da água, promovido pela Comissão Técnica de Meio Ambiente. Na oportunidade, representantes do governo paulista acenaram pela primeira vez com a possibilidade de elevar a tarifa da água como forma de coibir o desperdício.
Na mesma edição, o Informativo repercutiu o grande incêndio ocorrido na cidade de Diadema, causado por uma empresa da área química que operava clandestinamente. O caso levou o Conselho a iniciar um trabalho de conscientização junto às prefeituras de todo o estado no sentido de alertá-las sobre os riscos de episódios como aquele voltarem a ocorrer se os municípios continuarem a expedir alvarás de funcionamento para empresas com atividade química que antes não comprovarem registro no CRQ-IV. A campanha gerou resultados imediatos, permitindo que a entidade tomasse conhecimento de várias firmas irregulares. Todas foram autuadas e obrigadas a contratar profissionais habilitados para responderem tecnicamente por suas operações. Este trabalho continua.
Este resumo procurou mostrar a evolução do Informativo, que só se concretizou em virtude do interesse dos leitores. O crescimento do volume de anúncios de 2003 para cá é o melhor indicativo de que também as empresas passaram a enxergar o jornal como um meio de comunicação importante para divulgação de seus produtos e serviços. O equilíbrio entre essas duas vertentes é o que dá ao Conselho a segurança necessária para continuar investindo na publicação.
A partir de janeiro de 2010, todas as edições do Informativo estarão disponíveis no site do Conselho. Atualmente, só podem ser acessadas as edições a partir de junho de 2009.