O programa "Minicursos CRQ-IV", patrocinado pela Caixa Econômica Federal, encerrou 2008 contabilizando recorde de apresentações (16), de participantes (cerca de 720), alto grau de satisfação por parte dos profissionais, além de ter incluído novas cidades em seu roteiro.O balanço final demonstra que o programa, novamente, atingiu as metas de proporcionar conhecimento gratuito, de qualidade e de fortalecer o relacionamento entre os profissionais da química de São Paulo.
Além da avaliação positiva, conforme revelam as pesquisas feitas ao final de cada treinamento (veja quadros individualizados na página dedicada aos minicursos no site do Conselho), a demanda pela participação foi cada vez maior. Apenas para citar alguns exemplos, as vagas para o minicurso sobre "Microbiologia de Alimentos", realizado em julho, em São Paulo, foram ocupadas em menos de uma hora! Fato semelhante se repetiu no minicurso "Validação em Análise Química", dia 25/11, também na Capital, para o qual todas as vagas foram preenchidas em cerca de 1h30. Nos eventos realizados no interior, o recorde ficou com Araraquara: as inscrições para o treinamento "Segurança em Laboratório Químico", programado para 22/11, esgotaram-se em quatro horas. Este último resultado, aliás, surpreende ainda mais quando se considera que o minicurso ocorreu no meio de um feriado prolongado decretado em muitas cidades do Estado (Dia da Consciência Negra).
Outro importante indicador da força do programa foi a presença de 100% dos inscritos em quase todas as apresentações. O único episódio considerado como falta ocorreu no evento "Toxicologia aplicada a produtos saneantes", dia 30/09, em São Paulo. As poucas ausências ocorridas foram informadas com antecedência ou justificadas com documentos.
O rápido preenchimento de vagas fez aumentar o número de reclamações por parte daqueles que não conseguiram se inscrever. Foram abertas 45 vagas para cada evento para uma demanda estimada em 60. Tal limitação se explica por duas razões. A primeira decorre da dificuldade de encontrar locais no interior do Estado que possuam salas com capacidade para mais de 40 pessoas e que tenham preços acessíveis. Já a segunda resume um dos principais objetivos do programa, que é oferecer treinamentos de qualidade, algo que seria difícil de alcançar se fossem montadas turmas muito grandes.
De modo a facilitar o deslocamento dos participantes, os minicursos foram programados para cidades (ou regiões) que concentram o maior número de profissionais. Assim, foram realizados eventos em Araraquara (3), Bauru (1), Campinas (3), Ribeirão Preto (2), São José dos Campos (1) e São Paulo (6). A escolha dos temas baseou-se nas indicações feitas pelos próprios profissionais participantes de minicursos ocorridos em anos anteriores. Também foram definidos assuntos que são comuns à todas as áreas da química e alguns temas que, apesar de específicos, possuem grande relevância no cenário econômico.
Qualificação - Muitos profissionais vêem nos minicursos uma oportunidade de qualificação para melhorar sua condição de empregabilidade. "Eu amo a química e pelo investimento que fiz até hoje é fundamental participar de eventos como este, pois os encaro como uma reciclagem", disse a Técnica Química Zilda Brandão Brito, que tem 24 anos de atuação na área.
Opinião semelhante manifestou o Bacharel Angelo Eduardo Simionato, 74 anos de idade. Recém-contratado como Responsável Técnico, ele disse que a necessidade constante de atualização fez com que tomasse a iniciativa de se inscrever no minicurso promovido em São José dos Campos. "Sou pesquisador aposentado do Centro Tecnológico Aeroespacial, lecionei em universidades em Taubaté, São José, além de dar aulas em escolas e cursinhos pré-vestibulares. Mesmo com esta experiência, vim hoje aqui para aprender mais", comparou.
Se idade não foi desculpa para correr atrás do conhecimento, a distância menos ainda. Uma característica comum dos eventos ocorridos no Interior foi a presença de profissionais que precisaram viajar e se sacrificar muito para participar.
Dois desses casos chamaram a atenção pela disposição de seus personagens. Na modalidade "maratona", foi insuperável a performance do trio formado pelos Técnicos Elizeu dos Santos, Hamilton Ribeiro e Hélio Boscoli Júnior. Depois de terem participado de um treinamento em Ribeirão Preto, em setembro eles vieram para o minicurso "Vigilância sanitária aplicada a produtos químicos", em São Paulo. Para isso, Boscoli, morador em Presidente Prudente, viajou cerca de 550 quilômetros. Muito? O que dizer então dos quase 700 quilômetros que separam Presidente Epitácio da Capital, onde moram Ribeiro e Santos? Os três são amigos e disseram que se revezaram na direção do veículo para que ninguém se cansasse muito.
Já no quesito "resistência física", o recorde foi de outro trio: Vera Laguna, Tamiris de Oliveira e Luiz Paulo Bayardo. Técnicos da Baldin Bionergia, de Pirassununga, eles participaram do minicurso "Validação em análise química", iniciado às 8h30 do dia 25 de novembro, em São Paulo. Naquele dia, porém, já haviam trabalhado da meia-noite às 3h30, pegaram o ônibus e desembarcaram na Capital às 7h, permaneceram no curso até às 17h, tomaram o ônibus de volta para entrar novamente na empresa à meia-noite, onde trabalhariam até às 8h do dia seguinte.
Apesar de a disputa por vagas ter sido grande, alguns profissionais conseguiram participar de vários treinamentos. Ana Paula Castaldi, Responsável Técnica por uma indústria de saneantes localizada em Sertãozinho, foi uma das mais assíduas. Licenciada, Bacharel e com pós-graduação em Gestão Ambiental, desde a criação do programa, em 2006, ela já participou de oito minicursos, sendo quatro deles neste ano. Aos 26 anos de idade, a estudiosa Castaldi explicou que se interessa por cursos sobre outras áreas da química, pois "a gente nunca sabe o dia de amanhã". Ela disse considerar muito boa a qualidade dos minicursos, conceito que engloba desde a organização até os conteúdos apresentados.
Apoio - A realização dos minicursos só foi possível graças ao patrocínio oferecido pela Caixa Econômica Federal, que vem apoiando o programa desde o seu nascimento. O CRQ-IV já iniciou tratativas com o banco público visando manter e fortalecer essa parceria, que tem gerados resultados positivos não só para os profissionais, mas também para a sociedade consumidora de produtos e serviços da área química.