Busca
Faça uma busca por todo
o conteúdo do site:
   
Acesso à informação
Bolsa de Empregos
Concursos Públicos (CRQ-IV)
Consulta de Registros
Dia do Profissional da Química
Downloads
E-Prevenção
Espaços para Eventos
Informativos
Jurisprudência
Legislação
LGPD
Linha do Tempo
Links
Noticiário
PDQ
Prêmios
Prestação de Contas
Publicações
QuímicaViva
Selo de Qualidade
Simplifique
Sorteios
Termos de privacidade
Transparência Pública
 

Set/Out 2010 

 


Matéria Anterior   Próxima Matéria

Determinação de cocaína por eletrodos modificados
Autor(a): Natalia Biziak de Figueiredo


Anualmente, o UNODC, divisão da Organização das Nações Unidas (ONU) que se dedica ao combate às drogas ilícitas, divulga um relatório com dados sobre o  mercado de entorpecentes ao redor do mundo. A publicação mostra como ele está distribuído nos continentes, além de fazer algumas críticas a este respeito.
 
O relatório divulgado em junho de 2009 apontou que a produção de cocaína girava ao redor de 845 toneladas/ano, volume mais baixo nos últimos cinco anos. Porém, o documento indicou que o Brasil se encontrava entre os quatro países que mais consumiam drogas no mundo, sendo o maior mercado consumidor de cocaína da América do Sul. A cocaína é uma das drogas mais frequentemente apreendidas pela Polícia.
 
No Brasil e em grande parte do mundo, as polícias científicas se utilizam do teste do tiocianato de cobalto, um teste colorimétrico, também conhecido como um tipo de Spot Test, para identificar a droga. Para realizá-lo,  adicionam-se gotas de ácido clorídrico em solução 1:5 à amostra de cocaína.  O ácido, então, converte a base livre em cloridrato de cocaína, promovendo sua solubilidade. Posteriormente, adiciona-se uma solução de tiocianato de cobalto.
 
Resultados positivos são identificados pela formação de um precipitado azul turquesa, devido à formação de um complexo entre o cobalto e o alcaloide cocaína que pode ser descrito pela fórmula [Co(alcaloide)2](SCN)2.O problema é que esse teste não apresenta resultados positivos somente para a cocaína. Outras drogas como atropina, heroína, salicilato de nicotina e a lidocaína, por exemplo, também respondem positivamente ao tiocianato de cobalto. Isso revela falta de especificidade desse teste preliminar, conforme demonstrado na imagem abaixo.
 

 
A necessidade de um método de análise mais eficiente demandou o desenvolvimento de um novo método de de- terminação dessa substância que pro-porcionasse maior confiança, mas sem perder a simplicidade e a rapidez de obtenção de resposta.
 
Com tais objetivos em mente, as químicas Érica Naomi Oiye e Natalia Biziak de Figueiredo, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP (FFCLRP/USP), orientadas pelo Prof. Dr. Marcelo Firmino de Oliveira, elaboraram sensores (eletrodos modificados) para a detecção da cocaína, utilizando-se de medidas voltamétricas.
 
Eletrodos metálicos (como o de platina, Pt) e de pasta de carbono podem ser modificados com diferentes substâncias a fim de se obter maior especificidade para um analito de interesse, como é, no presente caso, a cocaína. Esses eletrodos (designados como eletrodos de trabalho) junto com mais dois outros (um de referência e outro auxiliar), compõem um sistema eletroquímico no qual uma faixa de potencial aplicado ao sistema faz com que a cocaína interaja com o modificador de eletrodo em um determinado potencial, gerando uma corrente elétrica. Este dispositivo é integrado a um potenciostato que lê em qual potencial e corrente a interação entre a droga e o modificador ocorreu. Tais parâmetros são particulares de cada composto, conferindo especificidade à análise, reduzindo ou até mesmo anulando os falsos positivos.
 
Além disso, a determinação de cocaína por sensores eletroquímicos é rápida, fácil de ser executada e de baixo custo, já que envolve menor consumo de reagentes frente aos testes colorimétricos e aos testes secundários para a confirmação do entorpecente apreendido, como a cromatografia líquida.
 
Os resultados da pesquisa de iniciação científica de Érica Naomi Oiye e de Mestrado de Natalia Biziak de Figueiredo, embora não sejam definitivos, abrem caminho para o desenvolvimento de sensores específicos para cocaína e outras drogas, como é o objetivo central da linha de pesquisa do Prof. Dr. Marcelo Firmino de Oliveira, contribuindo positivamente para a atividade de apreensão de drogas pela Polícia.
 
 

Professora do Colégio Carlos Magno, de Ribeirão Preto, a autora é Licenciada em Química, com Mestrado em Ciências - Área Química,pela USP da mesma cidade. Contatos pelo e-mail natbiziak@yahoo.com.br.

 
 
 




Relação de Matérias                                                                 Edições Anteriores

 

Compartilhe:

Copyright CRQ4 - Conselho Regional de Química 4ª Região