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Nov/Dez 2010 

 


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Programa estimula modernização de pequenas indústrias da área química
Autor(a): Mari Menda


Dois anos depois de iniciado, o programa PreparAR entrará em nova fase. Lançado em 2008 pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) em parceria com o Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e da Petroquímica no Estado de São Paulo (Sinproquim), o programa tem como objetivo melhorar o desempenho das pequenas indústrias químicas brasileiras. A ideia é oferecer meios para que as empresas tornem-se mais competitivas e, ao mesmo tempo, fortalecer os sindicatos do setor.

 

Uma das inovações do projeto é a que prevê a formação de uma rede na qual as empresas maiores forneçam apoio e suporte às menores para que possam aperfeiçoar áreas como trans-porte, atendimento ao cliente, saúde, segurança, meio ambiente, qualidade e responsabilidade social. O PreparAR tem como foco empresas pequenas e médias, que empregam entre 30 e 80 funcionários, e sua efetiva implantação dependerá da adesão dos sindicatos que reúnem essas empresas.


A cooperação entre empresas se dará por meio dos chamados núcleos. A grande empresa, filiada à Abiquim e participante do Atuação Responsável, passará, por exemplo a “assessorar” uma pequena firma que seja sua fornecedora. Tal ajuda pode se concretizar com o diagnóstico de pontos que precisam ser melhorados, como o trans-porte de produtos ou o atendimento ao cliente.


Marcelo Kós, Diretor Técnico de Assuntos Industriais e Regulatórios da Abiquim, conta que a etapa piloto do PreparAR, iniciada em 2009, terminou este ano. Realizada apenas no estado de São Paulo, seu objetivo foi testar as principais bases do programa: “Como o PreparAR é uma simplificação do Atuação Responsável, não seria adequado que apenas a Abiquim determinasse o que deveria ser simplificado”. Implantado há 18 anos pela Abiquim, o Atuação Responsável tem a proposta de melhorar o desempenho da indústria química em cinco áreas: saúde, segurança, meio ambiente, proteção empresarial e qualidade e social. Suas 62 diretrizes são baseadas nos indicadores de responsabilidade social do Instituto Ethos, critérios da Fundação Nacional de Qualidade, normas ISO 14000 e 9000 entre outras. Já o PreparAR, primeiro passo para que as empresas possam atingir as metas do Atuação Res- ponsável,  reúne as 28 diretrizes consideradas indispensáveis do programa principal para facilitar sua adoção por empresas menores. O próprio nome PreparAR guarda relação com o Atuação Responsável: o A e o R maiúsculos são as iniciais deste.
 
Estruturação - Marcelo Kós conta que a fase piloto, que teve a participação de dez empresas, terminou em maio deste ano, mas o processo de adequação continua. Estão sendo adotadas algu-mas ações para a implementação do programa nas empresas associadas ao Sinproquim e nos demais sindicatos estaduais da indústria química, além de ações específicas para os próprios sindicatos, que terão de se estruturar. Neste momento, informa ele, estão sendo estudadas alternativas para que o programa atraia o interesse das empresas. Estes preparativos incluem a criação de um site.


O programa já foi apresentado pela Abiquim aos sindicatos do Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Em paralelo, a entidade está desenvolvendo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) material para cursos de capa-citação e qualificação de consultores. Este assunto, aliás, esteve entre os  temas da reunião que a comissão da Abiquim, que desenvolve o PrepAR, fez no mês de setembro. Durante seminário ocorrido em outubro, dirigentes das empresas participantes da fase piloto do programa receberam informações sobre a estrutura e a forma de implantação do PreparAR com foco específico em suas respectivas áreas de atuação.


A estimativa é de que o processo de estruturação seja concluído nos próximos meses e que o PreparAR possa ser implantado já a partir de março de 2011. O sucesso dessa iniciativa, contudo, estará diretamente relacionado ao nível de adesão dos sindicatos patronais, pois eles serão os responsáveis pelo programa em nível estadual.
 
Investimento - No futuro, quando o programa for aberto a adesões, será cobrada por ano uma quantia, por empresa, em torno de R$ 7 mil ou R$ 8 mil para cobrir o custo da implantação, mas a Abiquim está estudando uma maneira de reduzi-lo. “O valor não está fechado, pois será definido no momento em que os serviços começarem a ser prestados. Cada sindicato vai decidir quanto será cobrado, e se efetivamente será cobrado algum valor”, adianta.


O diretor da Abiquim afirma que a meta da Associação é incorporar 500 empresas químicas ao PreparAR até 2015. Esse objetivo baseia-se no grande interesse de se engajar demonstrado pela firmas que participaram da fase piloto. “As empresas pequenas vivem muito isoladas, não têm estrutura para conhecer os mercados. Por isso, o que mais interessou [a elas] foi a possibilidade de ampliar seu acesso à informação, para entender melhor o mercado”, ressalta.

 

Finep - Empresas químicas dispõem de financiamentos oficiais para aderir a programas de gestão e qualidade tais como o PreparAR. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, não mantém uma linha específica para a área de química, mas é comum que  editais a contemplem. Além disso, há editais, como o de subvenção econômica, em que a Finep apoia empresas de todos os setores.


Para se candidatar a uma subvenção pública, modalidade em que os recursos recebidos não precisam ser reembolsados, é preciso acessar o site da Finep (www.finep.gov.br) para obter formulários de cadastramento e informações sobre os programas e suas normas.

 

Empresas comentam participação

O acesso à informação e o contato com outras empresas da área foram os pontos destacados pelo Engenheiro Químico William dos Santos, gerente de produção da Lumen Química, de Roseira (SP), ao comentar a participação da empresa na fase piloto do PreparAR: “Quando você sai da fábrica, vê que os problemas das outras empresas são semelhantes aos seus. Esta interface é muito interessante”, disse.


O profissional disse ser cedo para avaliar a experiência, mas já começou perceber alguns resultados: “Esses dias um cliente questionou sobre nosso plano de responsabilidade ambiental. Respondi que estamos sensibilizados para os aspectos voltados à saúde, segurança e meio ambiente e que participamos do PreparAR. Isso já foi uma resposta”.


A Amino Química, de Diadema, também participou da fase piloto do PrepAR. Carla Rojo da Silva, gerente de marketing da empresa, conta que a primeira etapa do programa consistiu no que ela chamou de ‘fazer o molde’: “Não se pode impor alguma coisa que vem de grandes empresas para as pequenas. A nossa ideia foi tentar otimizar esses padrões e adaptá-los a pequenas e médias empresas, que têm limitações financeiras e de pessoal”. Definidos os padrões, a Amino iniciou a fase de implantação.


A executiva revelou também que a Amino já teve o apoio de uma das grandes, a Dow Química: “A Amino entrou em contato com a Dow para obter informações sobre o programa, saber o que funcionou, os caminhos e alternativas”.





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