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Mai/Jun 2011 

 


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Saem os vencedores da edição 2011 do Prêmio CRQ-IV


O Conselho anunciou em maio os vencedores do Prêmio CRQ-IV. A entrega ocorrerá durante a cerimônia que comemorará o Dia do Profissional da Química, em 18 de junho, na sede da entidade, em São Paulo. Os autores dos trabalhos vencedores receberão R$ 10 mil. Para os orientadores, a premiação será de R$ 4,6 mil. Os valores – dos quais serão descontados os impostos – serão divididos para os casos de trabalhos feitos em grupo. Estudantes e orientadores também receberão certificados de participação.


 A edição 2011 do concurso promovido pelo Conselho para estimular a pesquisa entre os estudantes recebeu 57 inscrições, o que representou um recorde em sua história. Daquele total, 47 trabalhos disputaram o prêmio, uma vez que dez foram desclassificados por estarem em desacordo com o regulamento. Mesmo assim, o número de trabalhos analisados pelo Plenário do Conselho para a escolha dos vencedores foi o maior desde que o prêmio foi reinstituído, em 1998.


As modalidades Química de Nível Médio e Química de Nível Superior foram as que receberam o maior número de inscrições (18 cada). A seguir, vieram as modalidade Engenharia da Área da Química (14) e Química do Nível Superior com Tecnologia (7). Segundo pesquisa publicada na edição nº 108 do Informativo, a divulgação e o reconhecimento que o prêmio confere aos seus ganhadores foram os principais motivos que estimularam a forte participação neste ano.


Veja abaixo os trabalhos vencedores e um pouco da história de seus autores. Os textos já estão disponíveis para consulta na Biblioteca do CRQ-IV.
 

 
 

Química de Nível Médio

 

Os vencedores foram Tiago Tolone Craveiro de Oliveira e Adriana Ferreira Santana. Eram alunos da Escola Técnica Estadual Getúlio Vargas, de São Paulo, em 2010, quando se inscreveram para o Prêmio CRQ-IV, mas agora estão na graduação. Tiago passou no vestibular e está cursando Química na USP São Carlos. Adriana foi para a mesma cidade, só que optou por estudar Engenharia Química na UFSCar. Eles ganharam nessa modalidade com o trabalho Oleoquímica: reutilização de óleo de soja para produção de resinas alquídicas.


Adriana contou que os dois queriam apresentar uma proposta inovadora para a reutilização do óleo de soja, saindo dos tradicionais usos na fabricação de sabão e biodiesel. “Pesquisamos o que era possível fazer com este óleo e descobrimos as resinas alquídicas. As indústrias de tintas e vernizes só utilizam óleo novo para este fim e, com a nossa proposta, conseguimos chegar a um resultado extremamente satisfatório”, salientou. Ela acredita que com o reúso do óleo de soja a indústria poderia economizar com a compra de matéria-prima, além de contribuir para diminuir a poluição gerada pelo descarte incorreto de óleo de cozinha.


O orientador do trabalho foi o Bacharel e Licenciado em Química Melqui Nunes Beserra. Pós-graduado em Gestão Empresarial, ele é funcionário da Akzo Nobel, uma das líderes globais da área de tintas e vernizes e que abriu suas portas para que os dois estudantes pudessem conhecer melhor o setor e assim desenvolver o trabalho premiado pelo CRQ-IV.  Utilizando o laboratório da escola nos testes e por meio de pesquisas na literatura voltada a polímeros eles conseguiram produzir tintas a partir de resinas feitas com óleo de reúso com resultados bem similares aos obtidos com resinas tradicionais. Com o conhecimento de um profissional que trabalha diretamente com o desenvolvimento de resinas, Melqui Nunes Beserra avaliou que o experimento de Tiago e Adriana tem potencial para chegar à indústria. “Foi um orgulho ter orientado o trabalho deles”, disse.

 
 

Química de Nível Superior

 

A preocupação com o meio ambiente também esteve entre os componentes que deram a Jing Ru Cheng o Prêmio CRQ-IV na modalidade Química de Nível Superior. Intitulado Método verde de obtenção de esferas híbridas de carbono/CeO² e sua aplicação no tratamento de compostos poluentes, a aluna do Instituto de Química da Universidade de São Paulo foi orientada pelo professor Renato Sanches Freire. Segundo ele, o estudo demorou 18 meses para ser concluído: “passamos vários dias no laboratório da USP”, lembrou. O esforço valeu a pena, pois o resultado final tornou o processo de ozonização catalítico cerca de 25% mais eficiente na mineralização do fármaco em comparação com o processo de ozonólise, segundo destacam os autores. Baseados nos princípios da chamada química verde, “escolhemos materiais de fontes renováveis, no caso o açúcar, para ser o principal componente do trabalho”, destacou o orientador. Nascida em Taiwan e vivendo no Brasil há 14 anos, Cheng disse que pensa primeiro em chinês, por isso ainda usa livros escritos em seu idioma para estudar.

 
 

Química de Nível Superior com Tecnologia

 

O trabalho vencedor é de autoria de Nilto Cândido Faustino, aluno da Faculdade de Tecnologia em Saneamento Ambiental da Universidade de Campinas, campus de Limeira, e se intitula Aplicação da tecnologia de ultrafiltração em estação de tratamento de água para abastecimento público: avaliação preliminar em escala piloto de remoção de interferentes físico-químicos e microbiológicos. Nilto trabalha em uma estação de tratamento de água e buscava uma tecnologia inovadora e mais limpa para o tratamento de água. “Fizemos algumas pesquisas e nos propusemos a utilizar membranas de ultrafiltração como tecnologia para tratar a água destinada ao abastecimento público. Fizemos avaliações qualitativas e quantitativas, um piloto, e obtivemos bons resultados nos testes, constatando que a água sai com certo grau de purificação. Além disso, conseguimos a redução do uso de produtos químicos”, explicou.


Sua orientadora, a professora Maria Aparecida Carvalho Medeiros, disse que a área de pesquisa em membranas filtrantes é bastante atual e o trabalho de seu orientado comprovou a eficiência dessa tecnologia, em que pese ainda serem necessários mais testes. “Fizemos parceria com a Norit, fabricante de membranas, e a empresa Foz do Brasil, que trata a água e o esgoto de Limeira, para aprofundar esses estudos”, disse a professora.

 
 

Engenharia da Área da Química

 

A utilização de subprodutos da agroindústria para geração de enzimas utilizadas em reações bioquímicas foi o tema da pesquisa vencedora. Depois de mais de 300 ensaios no laboratório do Centro Universitário da FEI, em São Bernardo do Campo, os alunos Frederico Dalyson C. Araujo, Camila Vieira Ruas e Michelli Maciel concluíram que o substrato que obteve a melhor produção de enzima celulase foi o de sabugo de milho. Além deste, os ensaios envolveram, entre outros, materiais como casca de arroz, bagaço e palha de cana, casca e palha de coco. Sob o título Produção de celulase por fermentação semissólida do fungo filamento aspergillus níger, o trabalho foi orientado pela professora Adriana Célia Lucarini. “Minha parte foi dar suporte; todo o trabalho de pesquisa foi deles”, salientou. O estudo também teve a orientação da professora Maristhela Marin, da área de Tecnologia da Informação da mesma instituição.

 
 




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