Déficit em produtos químicos é recorde, ultrapassando US$ 38,2 bi
Mediamodifier/Pixabay
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O ritmo das importações brasileiras em produtos químicos, que já era intenso desde meados do ano passado com o início do processo de retomada da economia simultaneamente ao enfrentamento da pandemia da COVID-19, tem se consolidado nos últimos meses em um novo e alarmante patamar, de compras mensais superiores a US$ 5 bilhões. Desde junho, vêm sendo seguidamente estabelecidos novos recordes mensais em valores e em volumes físicos importados. Em agosto, foram importados US$ 5,8 bilhões, equivalentes a 5,8 milhões de toneladas adquiridas pelo País em produtos químicos, resultados que passam a ser os recordes em bases mensais. As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, têm permanecido estáveis, em níveis mensais bastante inferiores ao das importações, com vendas médias de US$ 1,2 bilhões, relativas às expedições de 1,3 milhões de toneladas aos países de destino das mercadorias nacionais.
No acumulado do ano, até agosto, as compras de produtos químicos vindos do exterior totalizam US$ 36,1 bilhões, expressivo aumento de 35,9% frente ao mesmo período de 2020. As exportações, por sua vez, alcançaram US$ 8,9 bilhões, aumento de 21% na comparação com o valor registrado entre janeiro e agosto do ano passado, resultado devido especialmente à recuperação dos preços médios, de 15,2%, dos principais produtos químicos exportados pelo País. O déficit na balança comercial de produtos químicos, até agosto, chegou a US$ 27,2 bilhões, crescimento de consternadores 41,7% em relação ao igual período de 2020. Nos últimos 12 meses (setembro de 2020 a agosto deste ano), o déficit comercial atingiu a inédita marca de US$ 38,2 bilhões, superando em muito as próprias projeções da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) desse indicador para o ano e confirmando as urgentes necessidades de medidas de apoio e estímulo produtivo imediatas e de um programa de políticas industriais robusto e com foco em competitividade, dando previsibilidade e segurança jurídica ao investidor.
Para o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, não existe País forte sem uma indústria competitiva. Em todas as grandes economias do mundo, que já possuem programas sólidos e duradouros de políticas industriais específicas para suas indústrias químicas, o setor tem exercido papel estratégico tanto no enfrentamento da pandemia quanto na retomada sustentável das atividades econômicas. “O Brasil tem potencial e capacidade técnica incríveis para transformar os recursos naturais, em especial relativos ao petróleo e gás, em valor e riqueza para o País. Os números da balança comercial comprovam duas coisas: que a escala do mercado interno é, indiscutivelmente, um ativo estratégico nacional e deve que ser preservado a todo o custo de operações desleais e ilegais de comércio; e que o crescente déficit, que será recorde em 2021, mesmo com a pandemia, demanda pragmatismo e agilidade na elaboração imediata de uma agenda de competitividade, alicerçada em visão estratégica e em segurança jurídica para o comércio e para os investimentos”, destaca Ciro Marino.
Com informações da Abiquim
Publicado em 21/09/2021
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