Enaiq: especialistas fazem reflexões sobre o presente e o futuro do setor
|
|
Abertura foi realizada por André Passos, presidente da Abiquim
|
O 27º Encontro Anual da Indústria Química, promovido pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), foi realizado nesta segunda-feira em São Paulo. Participaram dos debates CEOs de grandes empresas, representantes e governadores eleitos, economistas, dirigentes da Abiquim, o presidente da Frente Parlamentar da Química e um representante da equipe de transição do futuro governo. Representantes do Sistema CFQ/CRQs também estiveram presentes, entre eles o presidente do CRQ-IV/SP, Hans Viertler.
André Passos, presidente-executivo da Abiquim, abriu o encontro falando sobre o novo modelo adotado pela Associação em 2020, que privilegia temas como a sustentabilidade, a economia circular, o melhor uso dos recursos naturais e a melhoria da imagem da Química na sociedade. Sobre o ambiente econômico atual, Passos destacou a fragilização do sistema comercial e a instabilidade da política brasileira de comércio exterior. Segundo ele, por conta dessa instabilidade, no setor químico a participação do produto importado atualmente é de quase 50% do mercado.
Juliana Durazzo Marra, presidente do Instituto de Desenvolvimento da Química, alertou que é fundamental trabalhar para ampliar a infraestrutura e logística do setor químico, e defendeu uma reforma tributária que implemente Imposto do Valor Agregado (IVA), para fortalecer o comércio exterior. Ela destacou a relação de parceria com o Sistema CFQ/CRQs.
|
Abertura foi realizada por André Passos, presidente da Abiquim |
|
O presidente da Frente Parlamentar da Química, deputado Afonso Mota, falou sobre o Regime Especial da Indústria Química (Reiq). “Não conseguimos convencer o governo a fazer um debate adequado sobre competitividade, o governo resolveu fazer a discussão do tempo de duração do benefício. Não conseguimos convencê-lo de que a questão central não é criar um benefício para as empresas, mas a possibilidade de contribuirmos decisivamente para o desenvolvimento, o crescimento do país”, disse. Segundo o deputado, a partir de março o país começa um grande debate sobre a reforma tributária, que poderá incluir até mesmo o Reiq.
A palestra magna foi proferida pelo ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que falou sobre o cenário macroeconômico do Brasil. A previsão para ele em 2023 é de queda nos investimentos. Disse que o futuro governo aprovou duas Propostas de Emendas Constitucionais que valerão para 2023 e 2024 prevendo gastos extras que somam 168 bilhões de reais. Ele afirmou que com inflação elevada e com essa previsão de mais gastos, pode-se prever um aumento da taxa de juros.
Meirelles previu ainda uma crise fiscal e disse que a solução seria o corte de despesas públicas. Ele defendeu uma reforma administrativa e falou que o cenário econômico também está complicado em outros países, como Estados Unidos, Inglaterra e até mesmo na China. O ministro também propôs uma reforma tributária para eliminar o que chamou de “pesadelo tributário” em que vive a indústria brasileira.
O Enaiq 2022 teve transmissão ao vivo e permanece disponível no canal da Abiquim no Youtube.
Foto CFQ
|
|
O presidente do CRQ-IV/SP, Hans Viertler (à esquerda), acompanhado de Raquel Lima e Rafael Almada, presidentes dos Regionais da Paraíba e do Rio de Janeiro, respectivamente. |
Publicado em 12/12/2022
Voltar para a relação de notícias